Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
COMPENSAÇÃO FAZENDÁRIA
05.06.2012 | 16h25 Tamanho do texto A- A+

Delegado negociou cartas de crédito com a Rede Cemat

Lindomar Aparecido Tofoli, que atua na Delegacia Fazendária, negociou R$ R$ 72.464,18 com a Rede Cemat

MidiaNews

O delegado Lindomar Tofoli, que conduz as investigações da Operação Cartas Marcadas

O delegado Lindomar Tofoli, que conduz as investigações da Operação Cartas Marcadas

LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO

O delegado Lindomar Aparecido Tofoli, que atua na Delegacia Fazendária e é responsável pela condução do inquérito da chamada Operação Cartas Marcadas - que investiga a emissão irregular de R$ 636 milhões em cartas de crédito a Agentes de Administração Fazendária (AAF) -, foi beneficiado pela compensação de cartas de crédito em 2009.

As cartas de crédito que ele detinha, em função de acordo trabalhista, somavam R$ 72.464,18 e foram negociadas com a Rede Cemat S/A.

Nesse tipo de operação, uma empresa que possua débitos com o governo do Estado, geralmente relacionado ao não recolhimento de impostos, pode adquirir as cartas de crédito e fazer, posteriormente, um encontro de contas como Fisco.

As cartas negociadas no mercado são compradas com deságios que podem atingir até 50% do valor de face.

O MidiaNews teve acesso ao extrato do Processo de Compensação de Débitos Fazendários nº 09731/09, cuja data de protocolização é de 30 de julho de 2009. Na época, a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) era comandada por Eder Moraes.

Outros delegados

No extrato, além de Tofoli, aparece o nome de outros delegados da Delegacia Fazendária: Rogério Atílio Modelli; Luzia de Fátima Machado e Maria Alice Barros Maritins Amorim.

Eles também negocioram suas cartas de crédito com a Rede Cemat, nos valores respectivos de R$ 74.816,85; R$ 74.615,22 e R$ 110.544,04.

Os nomes de outros 18 servidores que fizeram a transação com a Rede Cemat também estão no extrato. O maior valor é de R$ 830.465,29.

“Eu recebi esse valor em decorrência de um acordo entre o governo do Estado e o Sindicato dos Delegados de Polícia, como pagamento por verba indenizatória que o Executivo devia aos delegados. Todos os delegados do Estado receberam essas cartas. Era um direito que tínhamos”, afirmou Tofoli.

Ele relatou que, na época, a delegada titular da Delegacia Fazendária, Luzia Machado, encontrou um comprador para as certidões de crédito dos quatro delegados que atuavam na unidade.

“A doutora Luzia negociou com a Rede Cemat a venda das nossas certidões, que as usou para compensar dívidas que tinha com o Estado. Eu recebi entre 70% e 75% do valor de face, parcelado em 12 vezes. Tenho documentos que comprovam”, afirmou Tofoli.

"Estou tranquilo"

Tofoli afirmou ao MidiaNews que acredita que essa informação veio à tona com o objetivo de “tumultuar essas investigações”.

“Se houver alguma coisa irregular, eu não estou sabendo. O Ministério Público Estadual sabe de tudo isso e estou tranquilo”, disse.

A reportagem também tentou contato com o delegado Modelli, que não atendeu as ligações. Ele atua no inquérito da Operação Vespeiro, que investiga o desvio de pelo menos R$ 12,8 milhões da Conta Única do Estado.

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COMENTÁRIOS
22 Comentário(s).

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NELSON JOSE COMEGNIO  28.07.12 19h49
Qual o problema de uma pessoa ceder o crédito existente contra o Estado, União, etc. Para resolver o problema é so o Estado pagar suas dívidas. Parece qie o problema se resolve.
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bernadete  06.06.12 14h06
Ficou claro e evidente na materia apresentada, que os funcionarios publicos que efetuaram a venda de suas cartas de creditos, não cometeu nenhum ato ilicito, visto que as mesmas lhes pertenciam na integra. parabenizo a todos os funcionários citados na materia, pois são funcionários exemplares.
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JOÃO VANDERLEI   06.06.12 11h52
Dr. Lindomar é um ser humano honesto e trabalhador. Pena ver interesses maldosos agindo para demove-lo perante as investigações. Espero que ele continue forte e possa terminar com sucesso as investigações com cartas de crédito marcadas. Siga em frete Dr. Lindomar, Deus está contigo.
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Marisa  06.06.12 09h49
A realidade é de que o governo do Estado, até pouco tempo, pagava parte do solário de delegados e agentes fazendários com essas famigeradas cartas de créditos. Quem consegue alguem para compensá-las ainda tem sorte. Já quem não consegue, fica com um papel nas mãos que diz ter valor...mais de fato não vale nada!
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Eduardo  06.06.12 08h39
Como dizia meu saudoso pai, " quem tem telhado de vidro, não joga pedra no telhado dos outros."
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