Em nova denúncia oferecida contra o vereador cassado João Emanuel Moreira de Lima, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) afirmou que o ex-parlamentar desviou pouco mais de R$ 1,5 milhão dos cofres da Câmara de Cuiabá para “satisfazer seus desejos de ostentação”. Desta vez, a denúncia é pelo crime de lavagem de dinheiro.
Entre os gastos realizados por João Emanuel com recursos desviados do Legislativo, estaria uma viagem internacional, compra de carro importado e reforma na casa de seu ex-sogro, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva.
A denúncia foi assinada pelos promotores Carlos Roberto Zaraour César, Samuel Frungilo e Marco Aurélio de Castro, no último dia 22.
Além de João Emanuel, foram denunciados o empresário Gleisy Ferreira de Souza, sócio-proprietário da empresa Propel Comércio e Materiais Ltda., Guedey Araújo, Luciano Candido Amaral e Lucas Henrique do Amaral.
A denúncia é resultado do compartilhamento das informações obtidas pela 13ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa que tratam de desvios de verbas públicas na Câmara de Vereadores, por meio de simulação de entregas de materiais e de prestação de serviços gráficos supostamente realizados pela empresa Propel.
Segundo o Gaeco, João Emanuel, Gleisy Ferreira, juntamente com demais co-réus, teriam desviado os recursos públicos após reiteradas práticas de crimes de peculato e formação de quadrilha.
Documentos anexados nos autos do procedimento pré-processual mostram que grande parte dos recursos desviados foram utilizados para pagamento de despesas pessoais do vereador cassado, bem como despesas da empresa Propel.
“As provas constantes do procedimento investigativo policial demonstram que o indiciado João Emanuel empregou boa parte dos R$ 1,5 milhão de valores públicos desviados da Câmara para satisfazer seus desejos de ostentação”, dizem os promotores em trecho da denúncia.
Viagem para esposa e cunhada
Conforme narra a denúncia, quando ainda ocupava o cargo de presidente da Câmara de Vereadores da Capital, João Emanuel empregou dinheiro público para bancar uma viagem à cidade de Orlando, no Estado da Flórida, nos Estados Unidos.
Segundo o Gaeco, a compra foi comprovada por meio de depoimento prestado pelo proprietário da Agência de Viagens Universal Turismo, Anderson da Silva Fonseca, bem como, por documentos juntados ao processo.
O vereador, também com recursos do Legislativo, pagou o pacote de viagem para sua esposa à época, deputada Janaina Riva e para a então cunhada, Jéssica Giovanna Riva.
Ao todo, segundo o Gaeco, foram gastos R$ 25 mil e o montante foi pago com um cheque da empresa Propel (cuja cópia está anexada à denúncia).
Carro de luxo
João Emanuel também é acusado pelo MPE de desviar dinheiro do erário para custear parte da aquisição de um veículo de luxo importado.
Conforme os promotores, o então vereador comprou um Porsche Boxster Conversível Esporte no valor de R$ 318 mil, dos quais R$ 50 mil foram pagos com verbas públicas.
Reforma para o sogro
Consta ainda na denúncia que João Emanuel empregou recursos públicos, retirados de forma ilícita da Câmara de Cuiabá, para realizar uma reforma na casa do seu sogro à época, o então deputado José Riva.
Segundo o Gaeco, foram empregados, nesta reforma pouco mais de R$ 10 mil de recursos públicos, também pagos com um cheque da gráfica Propel.
“Como se vê, o indiciado João Emanuel consumiu boa parte dos R$ 1,5 milhão que se apoderou criminosamente da Câmara de Vereadores para levar e manter uma vida de pompa, custeando com dinheiro público desviado a aquisição de luxuoso carro importado, suntuosa viagem familiar internacional e reforma de mansão familiar”, destacaram os promotores.
Oitiva de testemunhas
Ao apresentar a denúncia, os promotores determinaram a citação dos denunciados para responderem as acusações em um prazo de dez dias.
Também foi solicitada a notificação do ex-deputado Maksuês Leite e de Adalto Silvério para prestarem depoimento na condição de testemunhas, em dia e horário a serem designados.
Segundo o Gaeco, as investigações continuam e previsão é de que novas denúncias sejam fomalizadas.
Outro Lado
O advogado Eduardo Mahon, responsável pela defesa de João Emanuel, afirmou que, até o momento, não foi notificado da denúncia formalizada pelo Gaeco.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a deputada estadual Janaina Riva disse que as despesas mencionadas na denúncia foram contraídas e quitadas por seu ex-marido, sem que ela tivesse ciência das mesmas.
Confira nota da deputada:
"Sobre a denúncia do Ministério Público Estadual com relação aos supostos gastos do ex-vereador João Emanuel, a deputada estadual Janaína Riva afirma que desconhece o conteúdo da denúncia e que nunca teve qualquer vinculação com valores da Câmara de Vereadores de Cuiabá que teriam sido desviados através da empresa Propel. As despesas mencionadas na reportagem foram contraídas e quitadas pelo seu ex-cônjuge, sem ciência, por parte da Deputada, de eventual utilização de qualquer verba pública".
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8 Comentário(s).
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Vandin 28.01.16 07h56 | ||||
Virou moda "não sei de nada". Como que uma pessoa casada com outra faz uma viagem dessas e não sabe de onde vem o dinheiro para isso? Conta outra moça. | ||||
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Zé 27.01.16 22h13 |
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Roberto 27.01.16 17h43 | ||||
Isto é uma vergonha... | ||||
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omar telo 27.01.16 16h08 |
omar telo, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas |
jose ricardo 27.01.16 14h24 |
jose ricardo, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas |