Cuiabá, Sábado, 2 de Agosto de 2025
SELMA CASSADA
12.12.2019 | 09h20 Tamanho do texto A- A+

"Existem episódios em MT muito piores que o dela", diz deputado

Silvio Fávero defende que eleição suplementar ocorra somente em outubro, para evitar gastos

MidiaNews

O deputado estadual Silvio Fávero: cassação de Selma

O deputado estadual Silvio Fávero: cassação de Selma

DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO

O deputado estadual Silvio Fávero (PSL) criticou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral em cassar o mandato da senadora Selma Arruda (Podemos), por caixa 2 e abuso do poder econômico na eleição do ano passado.

 

Para ele, existem outros casos envolvendo políticos que são mais graves que o envolvendo a senadora.

 

“Quem perde muito é Mato Grosso. O Brasil perde muito uma senadora da envergadura da Selma Arruda. Tanto que que ela conseguiu aprovar na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça] a prisão em segunda instância. Então, quem perde com tudo isso é o Brasil. Existem casos piores que passaram em branco. Inclusive, existe em Mato Grosso episódios que são mais graves que o dela”, afirmou ao MidiaNews.

 

“Eu respeito o TSE, mas no meu ponto de vista temos que respeitar voto popular. Já defendi isso e continuo defendendo. Quem perde muito é Mato Grosso”, acrescentou.

 

Temos nomes se precisar, mas não vamos trabalhar isso agora. Até porque ela [Selma] pode ainda entrar com recurso suspensivo

Fávero preferiu não comentar a declaração de Selma de que a decisão da Justiça Eleitoral foi um "recado" para o ministro da Justiça Sérgio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol não entrarem para a política.

 

“Eu não vou entrar no mérito, mas confio 100% no nosso ministro e nada vai atingir a moral e integridade dele”, resumiu.

 

Eleição deveria ser adiada

 

Segundo Fávero, assim que a Justiça homologar a decisão e liberar a eleição suplementar, o PSL deverá lançar um nome para a disputa. Nos bastidores, o mais cotado é o deputado federal Nelson Barbudo.

 

Entretanto, o deputado defendeu que o pleito ocorra junto com o processo eleitoral de 2020 por conta dos custos. A previsão é de que a eleição suplementar custe pouco mais de R$ 9 milhões.

 

“Isso deve ser discutido em breve. Temos nomes se precisar, mas não vamos trabalhar isso agora. Até porque ela [Selma] pode ainda entrar com recurso suspensivo e isso ser protelado”, disse.

 

“Aliás, podem decidir adiar isso para a eleição de prefeito, porque a eleição terá um custo. De onde vai sair esse custo? Porque em outubro já vai ter outra eleição. A população não aguenta mais. Pega esse dinheiro que vai gastar e distribui para as entidades. Eu defendo que seja só em outubro”, completou.

 

Cassação no TSE

 

Os ministros cassaram a senadora, bem como seus suplentes, o empresário Gilberto Possamai e Clerie Fabiana Mendes. Conforme a decisão, Selma e Possamai foram tornados inelegíveis por oito anos.

 

Cabe recurso contra a decisão. No entanto, conforme a Legislação, ela deverá aguardar o julgamento de um eventual recurso fora do cargo. 

 

Na semana passada, o ministro Og Fernandes, relator do TSE, já havia votado pela manutenção da cassação da congressista e realização de nova eleição. 

 

Na noite desta terça, votaram os ministros Rosa Weber (presidente), Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Luis Felipe Salomão, Tarcisio Vieira de Carvalho Neto e Sérgio Banhos. Apenas Fachin ficou a favor de Selma.

 

Para se livrar da cassação, Selma precisaria de quatro votos favoráveis ao seu recurso. 

 

Selma e seus suplentes Gilberto Eglair Possamai e Clérie Fabiana Mendes haviam sido cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE) em abril deste ano por omitir despesas na ordem de R$ 1,2 milhão durante a pré-campanha e campanha de 2018, o que configura caixa 2 e abuso de poder econômico. 

 

Os gastos foram identificados na contratação da KGM, empresa de pesquisa eleitoral, e a Genius Publicidade.

 

Leia mais sobre o assunto:

 

Selma diz que sua cassação foi “recado para Moro e Dallagnol”

 

Selma diz que sofreu perseguições políticas por ações como juíza

 

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Air Francisco Costa  13.12.19 08h55
Senhor deputado, o senhor como ocupa um cargo público e pela lei precisa denunciar se há irregularidades, pois como disse há casos piores. Cadê o MPE para abrir um procedimento contra esse servidor, para que o mesmo relate o que sabe. O seu decoro é somente quando está na tribuna. Se sabe de alguma coisa e não publiciza ou comunica o fato as instituições sé por quê?
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Dr. Rodrigues  12.12.19 13h39
O complicado do Brasileiro é isso, senhor deputado, não é pelo motivo que há casos piores que um caso deve ficar sem punição. A LEI é para todos, sejam políticos ou não, se o senhor está indignado com algum caso sem punição, por favor, faça sua obrigação de detentor de mandado eletivo e denuncie. Não se cale. Pior que o barulho dos MAUS é o silêncio dos BONS.
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Amanda Duarte  12.12.19 10h59
Justificativa esdrúxula. A existência de casos mais graves não pode justificar uma absolvição. Absurdo ouvir isso.
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Aldo   12.12.19 09h56
Senhor deputado, se existem casos em Mato Grosso, piores que o da senadora Selma, porque ficam escondidos? Vamos divulgalos para que tenhamos mais justiça.
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