Cuiabá, Terça-Feira, 30 de Dezembro de 2025
ENERGIA LIMPA
30.12.2025 | 09h44 Tamanho do texto A- A+

Gasoduto em operação consolida novo ciclo industrial no Distrito de Cuiabá

Em funcionamento desde julho de 2025, obra de R$ 40 milhões garante fornecimento contínuo de gás natural, reduz custos e fortalece a competitividade das indústrias

Mayke Toscano/Secom-MT

Ilustração

DA REDAÇÃO

Em operação desde julho de 2025, o gasoduto que abastece o Distrito Industrial de Cuiabá se consolidou como uma das obras mais estratégicas da história recente da industrialização de Mato Grosso.

 

Com 39 quilômetros de extensão e investimento de R$ 40 milhões do Governo do Estado, a estrutura encerra um ciclo de mais de três décadas de espera e passa a garantir às indústrias uma matriz energética mais limpa, estável e economicamente viável, criando um ambiente de segurança para a produção industrial.

 

A viabilização do gasoduto só foi possível após a formalização de um contrato firme de fornecimento de gás natural com a Bolívia pela atual gestão estadual, rompendo com o modelo anterior de contratos interrompíveis, que inviabilizavam investimentos de longo prazo.

 

A partir dessa segurança jurídica e operacional, o Estado conseguiu tirar do papel um projeto iniciado ainda na década de 1990 e que, por anos, permaneceu sem execução efetiva, apesar da proximidade geográfica com a principal fonte de gás do continente.

 

O impacto já é sentido pelas empresas conectadas à rede, que deixaram de depender de fontes mais caras. A substituição do GLP e do cavaco de madeira pelo gás natural encanado reduziu custos operacionais, eliminou riscos logísticos e trouxe mais eficiência ao processo produtivo.

 

O empresário Gilmar Milani, sócio-proprietário da Milanflex, relata a mudança na rotina industrial e os ganhos trazidos pela nova matriz energética.

 

“Já utilizávamos gás desde o início do funcionamento do gasoduto vindo da Bolívia, mas tivemos interrupções por questões políticas e geopolíticas, o que nos obrigava a voltar ao GLP. Hoje, com o gás fornecido pela MT Gás, temos um custo menor e uma série de vantagens operacionais, como redução de espaço para estocagem, menos riscos no transporte e no manuseio, além da pressão constante, que melhora o desempenho dos queimadores e reduz a possibilidade de vazamentos”, afirmou.

 

Do ponto de vista da política energética estadual, o presidente da MT Gás, Aécio Rodrigues, destaca que o gasoduto representa a concretização de um sonho histórico e uma mudança estrutural na forma como a indústria mato-grossense acessa energia. Segundo ele, a infraestrutura permite atender todo o Distrito Industrial com uma fonte eficiente e de fácil operação, substituindo práticas que impactavam negativamente o meio ambiente.

 

“São 39 quilômetros de duto de redistribuição capazes de atender todas as indústrias do Distrito Industrial. Hoje, com o gás natural, a redução de poluentes chega a 70% ou 80%, além de uma economia média de 30%. É uma matriz segura, contínua e sem oscilações de preço, o que dá estabilidade à produção e atrai novos investimentos para Mato Grosso”, destacou.

 

Atualmente, a MT Gás possui nove contratos firmados, dos quais quatro já estão em funcionamento. Outros três contam com o conjunto de regulagem e medição instalado, enquanto dois aguardam a chegada do equipamento.

 

A capacidade total do sistema permite atender até 260 empresas, com distribuição de até 186 mil metros cúbicos de gás natural por dia, ampliando significativamente o potencial de expansão industrial da Capital.

 

Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, o gasoduto vai além de uma obra física e simboliza uma decisão estratégica de governo ao garantir previsibilidade energética para o setor produtivo. Ele ressalta que a segurança no fornecimento foi determinante para que o Estado realizasse o investimento e para que as empresas decidissem converter suas matrizes energéticas.

 

“Não é apenas a obra do gasoduto que é importante, mas o contrato firme de fornecimento com a Bolívia, algo inédito até então. Antes, ninguém investia na conversão energética por insegurança. Hoje, o contrato está sendo cumprido rigorosamente, o gasoduto está em operação e isso muda completamente o ambiente de negócios, dando competitividade às empresas e atraindo novas indústrias para o Estado”, afirmou.

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
0 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Preencha o formulário e seja o primeiro a comentar esta notícia