Cuiabá, Segunda-Feira, 15 de Dezembro de 2025
Victor Ostetti/MidiaNews
A deputada federal Gisela Simona, que votou a favor da PL da Dosimetria
A deputada federal Gisela Simona (União) afirmou que o PL da Dosimetria representa o caminho “mais equilibrado” encontrado pelo Congresso para encerrar o impasse sobre as punições dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
O projeto prevê apenas a redução de penas para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os demais presos por participação nos ataques às sedes dos Poderes. Gisela foi uma das deputadas que votou a favor da dosimetria.
“Desde o início dessa legislatura nós tivemos muitos conflitos no que se refere a esse PL da anistia. Muitas sessões foram canceladas, tivemos muita obstrução por conta disso. Então, precisava, de alguma forma, dar uma posição”, afirmou à imprensa.
“Eu acredito que o PL da dosimetria, de alguma forma, ele vem com equilíbrio maior no sentido de pacificar o nosso país”.
O PL da Dosimetria surgiu como alternativa após meses de impasse, pressões e manobras regimentais que impediram a votação de versões anteriores ligadas à anistia.
Lideranças bolsonaristas criticaram o texto por não contemplar o perdão amplo aos envolvidos, insistindo que o Congresso deveria reverter as condenações determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Gisela ressaltou que o projeto não configura anistia ampla, mas cria critérios diferenciados de punição para distinguir quem exerceu liderança ou cometeu violência daquelas pessoas que não praticaram crimes contra terceiros.
“Não atende muito à extrema-direita, mas ele dá uma resposta, principalmente, para aquelas pessoas que não praticaram um crime ali dentro do 8 de janeiro”, disse.
A deputada ainda contestou a narrativa de que o texto foi construído para favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo ela, estudos técnicos apresentados à Câmara mostram que, se condenado, Bolsonaro teria sua pena potencial reduzida de 27 anos para 21 anos, mas isso não significaria liberdade imediata.
“É importante restabelecer a verdade quando alguns colocam aí que houve um grande favorecimento ao Bolsonaro”, afirmou.
“O Bolsonaro não fica tão atingido com a norma, porque, diferente daqueles que não estão na liderança, alguns sim conseguirão até ficar em liberdade. Ele só poderá sair mais cedo depois, com os institutos de progressão”.
Veja vídeo:
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2 Comentário(s).
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| JOÃO CUIABANO 15.12.25 09h13 | ||||
| A deputada Gisela Simona, apesar de sua trajetória como mulher negra e de seu histórico de atuação em movimentos sociais, tem demonstrado um afastamento preocupante das demandas concretas das classes trabalhadoras e dos setores historicamente marginalizados. Sua atuação parlamentar revela pouca disposição para enfrentar pautas centrais de justiça social, como o fim da escala 6x1 – apesar de ter assinado o requerimento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece o fim da escala 6x1 — um dos símbolos mais evidentes da superexploração do trabalho no Brasil. Ao evitar esse debate, a deputada sinaliza limites claros de enfrentamento aos interesses patronais, evidenciando a ausência de capital político — ou de vontade política — para confrontar estruturas econômicas consolidadas. Em contrapartida, ao apoiar o PL da Dosimetria sob o pretexto de defesa da democracia, Gisela Simona acaba legitimando um projeto que favorece as tentativas de “revoluções fracassadas” das elites brancas, reforçando mecanismos de poder que historicamente excluem justamente os grupos que sua trajetória simbólica deveria representar. | ||||
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| Sebastião 15.12.25 08h45 | ||||
| Esses deputados e deputados da direita quer pacificação de pessoas que não tem noção. Não adianta pacificar pessoas que cometeram crimes. A Lei tem que ser dura, para que não estimule a esse povo fazer tantas badernas. | ||||
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