Juca desafia acusadora e entrega imagens da portaria à Defaz

O vereador Juca do Guaraná (Avante) entregou à Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz), na segunda-feira (02), imagens das câmeras de segurança e uma lista com nomes das pessoas que estiveram em sua casa, no condominio Belvedere, na noite do dia 21 de novembro.

Naquela data, a servidora da Saúde Municipal Elizabete Maria de Almeida afirmou que esteve no local e presenciou o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) pagando uma suposta propina a vereadores de Cuiabá para agilizar a cassação do também parlamentar Abílio Júnior (PSC), que responde a um processo na Comissão de Ética.

As acusações foram protocoladas pela servidora também na Defaz no dia 28 de novembro. 

Juca afirmou que desconhece a mulher e que, caso ela comprove que esteve presente na sua casa, localizada no Condomínio Belvedere, em Cuiabá, ele deixa o imóvel.

“Eu faço um desafio: quem provar que essa mulher esteve na minha casa ou as pessoas que ela fala, que são o vereador Oseias Machado (PSC), o ex-vereador Ralf Leite... Eu dou minha casa de presente. Eu perco minha casa. Eu saio da minha casa com a roupa do corpo e só pego minha querida mãe”, afirmou o vereador ao MidiaNews.

Eu faço um desafio: quem provar que essa mulher esteve na minha casa ou as pessoas que ela fala que é o vereador Oseias Machado (PSC), o ex-vereador Ralf Leite... Eu dou minha casa de presente

Além da denúncia à Defaz, a servidora também acusou o prefeito e vereadores durante interrogatório na Comissão de Ética da Câmara, onde corre o processo disciplinar do vereador Abílio.

A Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá também entregou os documentos ao Ministério Público Estadual (MPE).

Acusação da servidora

A servidora Elizabete registrou boletim de ocorrência na Defaz na última quarta-feira (27). Segundo a mulher, os vereadores Chico 2000 (PR), Ricardo Saad (PSDB) e o ex-vereador e suplente Oseas Machado, que é o atual diretor do Hospital São Benedito, estiveram em um jantar na casa de Juca.

Ela afirma ter chegado ao local por volta das 23h e disse ter identificado os políticos e percebido que a reunião ali se tratava da "compra" dos parlamentares para que votassem a favor da cassação de Abílio, que é um dos maiores opositores de Emanuel e está em rota de colisão com boa parte dos colegas de Parlamento.

No documento, ela afirma que ouviu o prefeito oferecer a quantia de R$ 50 mil e mais 20 cargos comissionados para os parlamentares votarem contra Abílio.

Veja lista:

Denúncia de Emanuel

Após tomar conhecimento das acusações, o prefeito Emanuel Pinheiro protocolou, também na segunda-feira (2), na Assembleia Legislativa, um pedido para que fosse investigada uma suposta tentativa de articulação na Polícia Judiciária Civil, visando lhe prejudicar.

Emanuel entregou um documento aos deputados Eduardo Botelho (DEM) e Janaína Riva (MDB), relatando que dois delegados teriam recebido a incumbência de "incriminá-lo" com base em um boletim de ocorrência feito pela servidora Elizabete Maria de Almeida junto à Delegacia Fazendária.

Os delegados, segundo relatou o prefeito, seriam Lindomar Tofoli e Anderson Veiga. Eles teriam sido expressamente orientados a lhe "detonarem", alegou Emanuel.

Os delegados, no entanto, não teriam visto base sólida nas acusações da servidora e teriam se posicionado contra iniciar a investigação.

Agora, o presidente Eduardo Botelho deve dar encaminhamento à denúncia de Emanuel – seja para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ou o encaminhamento dos supostos atos ao Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco), do Ministério Público Estadual (MPE).