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TREM POLÊMICO
27.03.2015 | 07h41 Tamanho do texto A- A+

Justiça Federal bloqueia R$ 300 milhões do Consórcio VLT

Decisão judicial atende a um pedido feito em uma ação movida pelo MPE, MPF e Procuradoria-Geral do Estado

MidiaNews

Os vagões do Veículo Leve sobre Trilhos estão se deteriorando: ação cobra projeto executivo da obra

Os vagões do Veículo Leve sobre Trilhos estão se deteriorando: ação cobra projeto executivo da obra

RAFAEL COSTA
DO DIÁRIO DE CUIABÁ
A Justiça Federal determinou o bloqueio de mais de R$ 300 milhões das empreiteiras responsáveis pelas obras do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos).

A decisão atende pedido de uma ação civil pública movida em conjunto pelo Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal (MPF) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE). Essa é a primeira vez que o Estado participa de uma ação em conjunto com o MP e contra as empreiteiras responsáveis pela obra.

O montante bloqueado corresponde à diferença entre o valor que já foi pago pelo Estado e o executado pelo consórcio.

Até o momento, o Estado pagou R$ 1,066 bilhão, o que representa 72% do custo total do empreendimento, orçado em R$ 1,477 bi. No entanto, apenas 50% da obra foi concluída.

A liminar assinada pela juíza Vanessa Perenha Gasques determina ainda a suspensão dos prazos do contrato que o Estado mantém com o Consórcio VLT Cuiabá, que se encerraria no dia 30 deste mês.

A suspensão foi requerida pelo Estado como item essencial para as empreiteiras comprovarem a possibilidade de conclusão da obra.

A magistrada acolheu o pedido formulado, ressaltando o período de suspensão contratual sem projetos de engenharia devidamente formulados.

“É notória a dificuldade de análise do empreendimento pela nova gestão pública, ainda sem os projetos executivos, portanto, entendo plausível que a suspensão perdure por mais 30 dias após a apresentação dos projetos demandados, até mesmo porque não há como se admitir que eles não existam, já que grande parte da obra foi executada e as requeridas receberam já a contraprestação pela confecção dos mesmos”, diz trecho da decisão judicial a qual o Diário teve acesso com exclusividade.

No prazo de 15 dias, as empreiteiras ainda deverão apresentar os projetos executivos e de desapropriação das obras de implantação do VLT e corrigir falhas ou faltas nas conexões do material rodante.

Também deverão providenciar medidas que preservem os vagões do VLT por meio de manutenção, substituição e reparação sobre peças, unidades, composições e seus sistemas tecnológicos, além de renovar a garantia em cada ato de intervenção no material rodante.Em caso de descumprimento, foi estipulado pagamento de multa diária de R$ 100 mil.

A renovação das garantias e seguros deverão ter vigência mínima de 12 meses. Se houver descumprimento, será bloqueado até 5% do valor atualizado do contrato, o que corresponde a R$ 74 milhões.

O VLT está programado para percorrer dois trajetos que são CPA/Aeroporto e Coxipó/Centro.

Em locais estratégicos como a Avenida Fernando Correa da Costa, não houve a desapropriação de imóveis para circulação do trem, em que pese haver trilhos instalados no viaduto da UFMT.

O local mais adiantado é a avenida da FEB, em Várzea Grande, na qual já foram instaladas até mesmo as estações de trem, embora não se tenha nenhuma perspectiva de quando os veículos estarão em plena circulação. Inicialmente, a obra do VLT estava programa para ser entregue em dezembro de 2013 e servir como opção de transporte para a Copa do Mundo que ocorreu em junho de 2014, com jogos em Cuiabá.

A ação civil pública encaminhada à Justiça Federal se amparou em relatório produzido pela Controladoria-Geral do Estado (CGE) e pelas vistorias feitas pelo consórcio Planserv-Sondotécnica, responsável pela fiscalização das obras do VLT.

A ação foi assinada por um promotor de Justiça do Ministério Público Estadual, um procurador do MP Federal e por três procuradores do Estado, entre eles o procurador-geral Patrick Ayala.

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18 Comentário(s).

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João  29.03.15 10h47
Uma obra desta magnitude em que modifica toda uma cidade não pode ser tratada politicamente. É preciso maturidade e responsabilidade dos governantes em ajudar e colaborar para que ela seja concluída. O VLT começa com 36 estações quase a metade das estações do metrô de São Paulo. O que é notório é a posição contrária do governador ao projeto do VLT. O projeto VLT pertence ao povo Cuiabano e não ao governador. Não se faz justiça agarrando-se a problemas pontuais para justificar a paralização do projeto, ou impor pesadas sanções impossibilitando as empresas de continuarem. Outro fato notório reclamado pelas empreiteiras é a falta de pagamentos. Isto é injustiça. Ademais já existe uma caução de 5% que garante ao estado a correção de falhas. Observo que, até o momento, não foi provado superfaturamento e nem desvio de verba. A questão é a quem interessa a paralização das obras e o que há de interesse atras disto.
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Tadeu  29.03.15 10h14
Precisariamos de uma auditoria no MPE e no MPF para verificarmos a qualidade das ações e das decisões pois muitas causam prejuízos irreparáveis.
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LUIZ  28.03.15 08h11
BOA INICIATIVA, VAMOS VER AGORA EM QUANTO TEMPO A JUSTIÇA RESOLVE ESTE EMBROLIO. TEM QUE FAZER O MESMO COM AS CONSTRUTORAS DOS COTS(CENTRO DE TREINAMENTOS) A FALTA DE RESPONSABILIDADE DAS ENVOLVIDAS QUE ABANDONARAM AS OBRAS E GRITANTE.
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Marcos  27.03.15 19h07
Falou Paul. O sabichao do mundo.kkkkkkk. Deve ser o responsavel pela ideia do vlt. Com tanta incompetência e ele ainda defende o projeto. Todo mundo é burro.....
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anderson  27.03.15 13h03
desde que foi escolhido o tal consorcio, e o nome dizia consorcio vlt cuiaba, eu tinha certeza que ia da nisso.
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