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OPERAÇÃO SANGRIA
14.05.2019 | 14h10 Tamanho do texto A- A+

Médicos aguardam competência para detalhar propina, diz defesa

Embargo resultou na revogação da prisão preventiva de três alvos da investigação, iniciada pela Defaz

Divulgação

No detalhe, o advogado Hélio Nishiyama, que defende médicos acusados

No detalhe, o advogado Hélio Nishiyama, que defende médicos acusados

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O ex-secretário de Saúde Huark Douglas Correia e os médicos Luciano Correia Ribeiro e Fábio Liberali Weissheimer - apontados como os líderes do esquema investigado na Operação Sangria - afirmam que "aguardam há semanas" a definição da competência da investigação do caso para seguirem contribuindo com as investigações.

 

Isso porque a juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou a competência das investigações para a Justiça Federal, com base em parecer do Ministério Público Estadual.

 

A disposição em colaborar consta no embargo de declaração protocolado pela advogado Hélio Nishiyama, ao pedir a soltura dos médicos. Eles tiveram a prisão preventiva revogada no último dia 3 de maio. 

 

“Fato é que, há semanas, os embargantes aguardam a resolução da competência para, perante a Autoridade Policial com atribuições, prestarem os devidos esclarecimentos”, alegou a defesa.

 

A defesa afirma que, com o definição, poderá contribuir ainda mais com as investigações detalhando o “modus operandi” dos pagamentos de proprina.

 

“Pretendem os embargantes, por óbvio, detalharem a forma de pagamento em favor de agentes públicos, não somente no contrato com o Hospital São Benedito, mas também em outras unidades hospitalares, o que, todavia, somente será possível no plano prático após a definição da Autoridade Policial que presidirá os inquéritos policiais”, afirmou a defesa.

 

Fato é que, há semanas, os embargantes aguardam a resolução da competência para, perante a Autoridade Policial com atribuições, prestarem os devidos esclarecimentos

“Além do que, também confessam que no curso da execução do respectivo contrato administrativo houve o pagamento mensal de vantagem indevida a agente público”, completou, citando uma licitação de R$ 5 milhões realizada em 2015 pelo Hospital São Benedito, em Cuiabá.

 

Com o embargo de declaração, a defesa visava sanar possíveis “omissões” existentes na decisão que declinou a competência dos autos da ação para a Justiça Federal. 

 

Soltura de médicos

 

O embargo de declaração, impetrado no dia 24 de abril, foi acatado pela juíza Ana Cristina Mendes. Ele resultou na soltura dos três médicos.

 

Como argumento, a magistrada lembrou que eles confessaram que pagavam, mensalmente, uma espécie de “mensalinho” a agente público.

 

Eles ainda admitiram irregularidades na composição de preço no termo de referência de uma licitação relacionada à prestação de serviços ao Hospital São Benedito.

 

A detenção do trio foi substituída por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de frequentar órgãos da administração pública estadual e municipal.

 

Sangria

 

A Operação Sangria apura crimes de fraudes em processos licitatórios de contratos envolvendo serviços médicos. Além da fraude, as investigações apontam para o superfaturamento e pagamento de propina para a continuidade dos contratos celebrados entre as empresas e o Poder Público.

 

A primeira fase foi deflagrada no dia 4 de dezembro, pela Delegacia Fazendária. Já a segunda fase foi deflagrada após os investigadores tomarem conhecimento de que os envolvidos estavam destruindo provas e coagindo testemunhas.

 

A investigação da Operação Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros.

 

Leia mais sobre o assunto:

 

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