Mendes cita ano eleitoral e diz ser inviável reforma em estados

O governador Mauro Mendes (DEM) demonstrou preocupação com a possibilidade de o Congresso Nacional repassar aos estados e municípios a reponsabilidade da reforma de seus próprios sistemas previdenciários.

Na avaliação do democrata, além de toda a dificuldade para debater o assunto – a exemplo do que aconteceu na Câmara dos Deputados -, há que se levar em consideração a proximidade das eleições de 2020.

Para ele, prefeitos e vereadores, por exemplo, - especialmente àqueles que tenham a intenção de sair à reeleição - dificilmente irão propor mudanças na previdência, já que a pauta é considerada extremamente espinhosa e pode gerar desgastes aos gestores.

Como vai ser um País onde você vai ter um modelo de previdência na União, um modelo no setor privado, cada Estado vai ter um tipo de previdência? Cada município terá um tipo de previdência?

“Vocês acham que 5.600 municípios brasileiros vão conseguir, no ano pré-eleitoral, fazer reforma da previdência?”, questionou o governador, em coletiva de imprensa realizada na tarde de sexta-feira (12).

“Eu penso o seguinte: somos um País, temos cidadãos do setor público no Brasil inteiro. Temos cidadãos no setor privado no Brasil inteiro. Como vai ser um País onde você vai ter um modelo de previdência na União, um modelo no setor privado, cada Estado vai ter um tipo de previdência? Cada município terá um tipo de previdência?", questionou.

Assim como Mendes, outros governadores já afirmaram que tentarão uma articulação no Senado para conseguir a inclusão de estados e munícipios na PEC que trata da reforma.

Déficit milionário

Mauro Mendes lembrou, ainda, que a previdência de Mato Grosso tem um déficit de R$ 100 milhões mensais.

“Todo mês, entre aquilo que o servidor contribui (11%) e que o Estado contribui com a previdência (22%), somam essas duas contribuições e ainda falta R$ 100 milhões”, disse o governador.

“Isso sai do bolso de vocês. Do nosso bolso, do imposto, do Fethab e de tantos outros impostos que pagamos. E todo mês aposentam de 200 a 300 servidores. Então, essa conta, que já é caríssima, vai ficar pior. Temos que mudar isso. Senão, teremos que continuar trabalhando cada vez mais e o Estado cobrando mais impostos de todos nós para bancar esse déficit da previdência”, completou.

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