O governador Mauro Mendes (União) voltou a defender que penas mais duras e a rápida execução das sentenças são a única forma de enfrentar a violência contra mulheres em Mato Grosso e Brasil.
A declaração foi dada após ser questionado sobre como o Estado pode agir para reduzir os crimes de feminicídio. Nesta terça-feira (24), Mato Grosso se chocou com o assassinato da empresária Gleici Keli Geraldo de Souza, de 42 anos, em Lucas do Rio Verde (a 330km de Cuiabá).
“Eu fico revoltado e indignado como qualquer cidadão ficaria, ou fica, com certeza. Agora, cabe a mim, como chefe de Executivo, pedir à Polícia, empenho total, em prender e colocar à disposição da justiça e cabe a justiça ser rápida e aplicar a lei”, disse ele sobre o assassinato da empresária.
“Tem que mudar a cultura da violência. Só muda a cultura da violência com pena dura. E as pessoas têm que ter certeza de que, se fizerem qualquer tipo de transgressão, vão sofrer consequências duríssimas”, acrescentou.
Mendes destacou, ainda, que a responsabilidade pela mudança na legislação está, em grande parte, nas mãos do Judiciário e do Legislativo.
"O Brasil é reinado pela hipocrisia e fica todo mundo se matando por aí, porque o Estado brasileiro não tem coragem de tomar decisões e fazer leis que realmente mude a cultura da impunidade", disse.
“O feminicídio é um crime terrível, bárbaro, que só tem um jeito: aumentar a pena e executar rapidamente essa pena que depende do Judiciário”, afirmou.
Pacote Antifeminicídio
Ainda em conversa com a imprensa, o governador lembrou do “Pacote Antifeminicídio”, de autoria da senadora mato-grossense Margareth Buzetti (PSD), que aumentou as penas para 40 anos de prisão.
Segundo ele, todos os casos de feminicídio registrados em Mato Grosso foram identificados e que sua gestão tem atuado para prender os autores. No entanto, reforçou que a sensação de impunidade no Brasil tem enfraquecido o temor da punição.
“Tem que executar essa prisão rápida, tem que ser sentenciado rápido e colocar essas pessoas na cadeia. As pessoas precisam voltar a ter respeito e medo das penas nesse país”, disse.
“A sensação de impunidade ficou tão grande no Brasil que as pessoas perderam completamente essa capacidade de ter medo da Justiça e medo das penas que são impostas. A maioria das pessoas acreditam na impunidade”, completou.
Feminicídio em Lucas do Rio Verde
O principal suspeito do assassinato é o esposo de Gleici Keli, o engenheiro agrônomo Daniel Frasson, de 36 anos. Após esfaquear a esposa até morte, ele desferiu sete facadas contra a própria filha de sete anos.
Após os crimes, Daniel tentou cometer suicídio. Ele está internado em um hospital de Lucas sob custódia policial. A filha de sete anos que está internada em estado grave.
Em 2024, 47 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso, segundo relatório divulgado pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil dilvulgado no início deste ano.
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