O governador eleito Mauro Mendes (DEM) se reuniu na tarde desta quinta-feira (25), no Palácio Paiaguás, com o atual governador Pedro Taques (PSDB) para dar início ao processo de transição das gestões.
Este foi o primeiro encontro entre os dois após o fim do processo eleitoral. O tucano encerrou a disputa em terceiro lugar, com 18,89% dos votos válidos. Mendes foi eleito com 58,81%.
O democrata pediu ao atual gestor que retorne a Lei Orçamentária Anual (LOA), de 2019, enviada para Assembleia Legislativa, de modo a propor alterações visando seu projeto de gestão.
Outro pedido foi que Taques reedite a Lei 10.480, que criou o Novo Fundo Estadual de Transporte e Habitação, o chamado Fethab 2.
O tucano já disse não concordar com a renovação, o que deverá reduzir em R$ 450 milhões a arrecadação de tributos para o ano que vem.
Segundo Mendes, a não renovação acarretará consequências “gravíssimas” ao caixa do Estado.
“Fizemos uma visita de cortesia ao Pedro Taques, que é até o dia 31 de dezembro governador do Estado de Mato Grosso. Falamos objetivamente sobre alguns temas relevantes, entre eles a Lei Orçamentária. Pedimos a ele, e ele acolheu, para que seja retornada ao Executivo, nos oportunizando uma discussão e eventualmente ajustes”, disse.
“Fiz um pedido expresso para que ele reencaminhe o Fethab 2, porque será extremamente relevante para o equilíbrio das contas do Estado no próximo ano. Hoje o que o Estado arrecada não é suficiente para fazer frentes às despesas mensais. Então, a não inclusão dessa receita irá trazer consequências gravíssimas para o equilíbrio fiscal no próximo ano”, afirmou.
Alair Ribeiro/MidiaNews
Pedro Taques e Mauro Mendes, que se encontraram no Palácio Paiaguás, na tarde desta quinta-feira (25)
Mendes disse que Taques ficou de analisar o pedido e, posteriormente, responder.
Amistoso
O eleito disse que o tom da conversa foi amistosa e republicana. E disse que terá uma linha direta com o secretário-chefe da Casa Civil, Ciro Rodolpho, para não haver problemas de comunicação com a atual gestão. Ciro coordena a equipe de transição por parte de Taques.
“Absolutamente tranquilo. Foi profissional. O debate eleitoral faz parte da democracia. A minha conversa com o governador foi amistosa, afável, em um tom cordial e republicano. Ele desejou que eu pudesse fazer muito daquilo que debatemos e nos comprometemos e nos levou a nossa vitória. E é esse nosso grande desafio”, disse.
“Vamos trabalhar para tornar Mato Grosso mais eficiente, enxugar a máquina, buscar o equilíbrio fiscal entre receita e despesa. Honrar os compromissos perante os fornecedores, sociedade e cidadão. São grandes compromissos que não dependerão somente de mim. Mas naquilo que depender do Executivo, nós vamos dar o exemplo, vamos mostrar que é possível sim fazer cortes profundos. Talvez não será um corte só na carne, mas também no osso”, completou.
Celeridade
O secretário-chefe da Casa Civil, Ciro Rodolpho, afirmou que o trabalho de transição começará o quanto antes, já que faltam menos de três meses para a posse de Mendes.
Disse que o grupo designado por Taques irá seguir a resolução do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), que trata sobre transição governamental.
“O atual governo já fez uma primeira reunião de trabalho com equipe do futuro governador. A linha-mestre desse trabalho terá como base a regulamentação do TCE. Vamos trabalhar de maneira célere, já estamos a menos de três meses para posse do novo governo, mas as informações já vêm sendo organizadas sistematicamente pela atual gestão”, disse.
“Vamos fazer a transição da melhor forma possível e de maneira com que a sociedade não sofra, não perceba e que o fluxo de serviço público continue normal”, completou.
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3 Comentário(s).
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MARCOS 26.10.18 08h12 | ||||
MENDES NA CAMPANHA DISSE QUE ERA UMA VERGONHA O FETHAB, AGORA QUER QUE RENOVA ANTES DE COMEÇAR A SUA GESTÃO??? NÃO ENTENDI, NA CAMPANHA DISSE QUE O ESTADO NÃO ERA RICO E NÃO PRECISAVA DISSO. | ||||
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Julio 25.10.18 22h34 |
Julio, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas |
Aparecida 25.10.18 21h48 | ||||
Sinceridade ? Dois líderes que poderiam estar juntos e fazer de Mato Grosso um Estado melhor. Acho que todos nós, eleitores , perdemos com essa fusão. É certo também que muitos políticos comemoraram o conflito de idéias e o afastamento dos dois. Triste. | ||||
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