O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que a direção da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá precisa fazer mais que um “apelo” para que haja um aporte financeiro de recursos da União para a unidade filantrópica.
Para Mandetta, a Casa necessita fazer um relatório com os números reais dos passivos e de onde vai investir o montante.
A Santa Casa está fechada há mais de 40 dias. À época, a direção alegou a falta de repasse por parte da Prefeitura de Cuiabá em um montante de R$ 3,6 milhões para pagamento de salários e 13º atrasados dos funcionários.
“O hospital precisa demonstrar primeiro qual impacto, o plano, o planejamento, quem são as pessoas, aonde nós vamos chegar com o investimento de dinheiro público. Está muito difícil para o cidadão pagar imposto, está muito dura a carga tributária no País. Não é por conta de um apelo de uma instituição A, B ou C que a gente vai deixar de ter um profundo zelo pelo dinheiro público”, afirmou o ministro.
“Havendo seriedade - que eu sei que há pelos gestores públicos - havendo verdade nos números e planejamento, pode ter certeza que o Ministério da Saúde vai aportar recurso aqui em Cuiabá”, completou.
O ministro esteve em Cuiabá nesta segunda-feira (22) para o lançamento da 17ª Semana de Vacinação nas Américas (SVA), evento que é realizado anualmente desde 2003. À tarde ele participa da inauguração de uma ala do novo Pronto-Socorro.
Com o levantamento, o ministro acredita que poderão vir à luz os problemas de gestão que levaram ao fechamento da Santa Casa.
“Temos que deixar claro a responsabilidade dos gestores que criaram a situação. Outra parte é a assistência à população. Se a gente conseguir que a sociedade entenda porque as coisas chegaram ao ponto que chegaram, aí todos nós poderemos ser atores do nosso tempo e enfrentarmos esse problema”.
“Me incomoda muito mais por ser um hospital com tradição e a história da Santa Casa de Cuiabá. A sociedade cuiabana e mato-grossense pode ficar tranquila que nós vamos enfrentar, seja ela como for”, afirmou.
Intervenção
Recentemente, representantes do Governo de Mato Grosso e a Prefeitura de Cuiabá foram até Brasília para abrir diálogo para que houvesse o repasse. Uma das hipóteses levantas foi a de intervenção, por parte da Prefeitura, para que houvesse a reabertura da unidade.
Mandetta acredita que a intervenção não se faz necessária em Cuiabá, e apenas com diálogo entre direção da instituição e órgãos públicos o problema deverá ser sanado.
“Aqui talvez o caminho melhor seja o diálogo entre as partes que estão lá dentro e o poder público. O Ministério da Saúde olha com muita atenção e preocupação”, afirmou.
Relatório
A direção Santa Casa de Misericórdia finalizou um relatório, no início do mês de abril, com um plano emergencial, apontando uma dívida de R$ 118 milhões, entre fornecedores, funcionários e instituições bancárias.
A direção afirmou ao MidiaNews que o documento foi entregue ao Tribunal Contas do Estado, Assembleia Legislativa, Governo de Mato Grosso e Prefeitura de Cuiabá, Tribunal de Justiça, Ministério Público Estadual e Câmara de Cuiabá.
Conforme o documento, a maior parte do passivo diz respeito a dívidas com instituições bancárias - R$ 38,6 milhões. E o segundo maior passivo diz respeito a tributos e encargos - no total de R$ 30 milhões.
Com salários e 13º pagamentos dos funcionários, a Santa Casa tem um déficit de R$ 10,9 milhões.
Leia mais sobre o assunto:
Relatório aponta que Santa Casa tem dívida de R$ 118 milhões
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
1 Comentário(s).
|
José benevides 22.04.19 22h04 | ||||
Para a Santa casa chegar a esse ponto, faltou tudo, não somente "seriedade". | ||||
|