Cuiabá, Quarta-Feira, 25 de Junho de 2025
RACHA NO STF
19.02.2025 | 14h29 Tamanho do texto A- A+

Ministros criticam Moraes e querem julgar Bolsonaro no plenário da Corte

Eles afirmam que outros réus do 8/1 foram submetidos ao colegiado integrado pelos 11 magistrados

Victor Ostetti/MidiaNews

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal

MÔNICA BERGAMO
DA FOLHAPRESS

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão inconformados e devem contestar a decisão do ministro Alexandre de Moraes de levar o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de estado à Primeira Turma da Corte.

 

Não dá para julgar um ex-presidente desta forma

Eles afirmam que o caso é de grande importância e repercussão, e que por isso deveria ser julgado pelo plenário do tribunal, integrado por todos os seus ministros.

 

"Não dá para julgar um ex-presidente desta forma", disse um deles à coluna.

 

Afirmam também que réus do 8/1 foram julgados pelo colegiado completo, e que o caso de Bolsonaro não pode ser tratado de maneira diferente. A apreciação pelo plenário daria maior legitimidade à decisão final do STF.

 

A Primeira Turma é integrada por cinco ministros —além de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. A expectativa é a de que todos eles votem pela condenação do ex-presidente, dando a ela o peso histórico da unanimidade.

 

Magistrados que não integram a Primeira Turma e que divergem da decisão de Moraes afirmam que essa é justamente a intenção do ministro: impedir o julgamento no plenário para evitar debates e divergências que naturalmente surgiriam no colegiado.

 

Dos 11 ministros do tribunal, dois foram indicados por Bolsonaro: André Mendonça e Kassio Nunes Marques.

 

A condenação de Bolsonaro dificilmente seria evitada no plenário. Mas não seria unânime, e Moraes ficaria exposto a divergências públicas.

 

A discussão sobre os crimes que o ex-presidente cometeu e as penas a que terá que se submeter também seria acalorada.

 

Os réus do 8/1 receberam penas duras do plenário. O primeiro a ser julgado, Aécio Lúcio Costa Pereira, foi condenado a 17 anos de prisão em regime fechado.

 

Mas antes de a decisão ser sacramentada, ministros manifestaram profundas divergências com Alexandre de Moraes.

 

Ele propôs a pena máxima ao réu, de 17 anos de prisão, pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada e dano contra o patrimônio público, com uso de substância inflamável.

 

O ministro Kassio Nunes Marques, que era o revisor da ação, abriu então a divergência. Ele absolveu Aécio Lúcio Costa Pereira de praticamente todos os crimes, votando apenas por sua condenação a 2 anos e seis meses de prisão por dano e deterioração de patrimônio tombado.

 

André Mendonça também divergiu de Moraes, e os dois chegaram a bater boca na sessão.

 

Para Mendonça, o réu não poderia ser condenado ao mesmo tempo por tentar abolir o Estado Democrático de Direito e por tentar derrubar o governo eleito. Um crime estaria integrado ao outro.

 

Ele votou por uma pena de 7 anos e um mês de prisão.

 

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, também divergiu de alguns pontos e votou por uma pena de 11 anos e 6 meses de prisão.

 

Outros seis ministros seguiram Alexandre de Moraes, e Aécio acabou condenado a 17 anos. Mas não sem debate.

 

A assessoria do STF afirma que o regimento da Corte foi alterado no fim de 2023 para que processos penais voltassem a ser julgados pelas Turmas do Supremo, exceto nos casos de presidentes da República, da Câmara dos Deputados e do Senado que estiverem no exercício do cargo.

 

A mudança explica por que réus do 8/1 foram julgados no plenário e Bolsonaro será levado à Primeira Turma: o caso deles foi analisado antes da mudança do regimento.

 

As regras, no entanto, não tornam obrigatório o julgamento de Bolsonaro pela Turma. A decisão cabe a Alexandre de Moraes, ou aos ministros da Primeira Turma, que ainda podem considerar que o caso tem que ser levado ao plenário.

 

Os advogados de Bolsonaro já se preparam para questionar a decisão de Moraes e pedir que o caso seja julgado por todos os ministros do Supremo.

 

A advogada Anne Wilians, palestrante da próxima edição do TEDxSãoPaulo, recebeu convidados para um jantar de confraternização do evento, na terça-feira (18), na capital paulista.

 

O ator Marcelo Serrado e a advogada Fayda Belo, que também falarão na conferência que acontece nesta quarta-feira (19), passaram por lá. A advogada Juliana Souza marcou presença.

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COMENTÁRIOS
7 Comentário(s).

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CARLOS FRANCISCO PEREIRA NETO  22.06.25 17h12
São muitas provas contra Bolsonaro e muitas ofensas ao STF. Esse julgamento deve ser rápido e imediato. Alexandre de Moraes não inventou a Lei e descabe a ele reinventar sobre uma decisão Colegiada. Por outro lado, Bolsonaro já envergonhou demais o Brasil com sua ignorância. Confessou todos os crimes. Que se vá logo cumprir sua parte e pagar sua dívida.
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Antonio Carlos Simões de Lima   22.06.25 11h16
Depois que condenar o ex presidente, os problemas do Brasil vão acabar com certeza!
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Josué Rocha da Silva  12.03.25 22h17
Na minha opinião se tem prova q eles tentaram assassinar o ministro o presidente e o vice, é o ministro Alexandre q tem mais razão de prender esses golpistas é a primeira turma do supremo tem o direito de concretizar o serviço né! Outra coisa se o ex presidente foi expulso do exército não tem direito ser preso no batalhão, tem q ir pra papuda não é.
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Marco   19.02.25 22h48
Minha opinião é que os Ministros não deveriam ser indicados , mas sim através de Concursos.
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Valdeci   19.02.25 16h25
Quero ver agora eles enfrentar a população os mais de 65 milhões de eleitores do presidente.kkkk
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