A Prefeitura de Glória D’Oeste, pequeno Município do interior de Mato Grosso, gastou R$ 460 mil na contratação de cantores para se apresentar em quatro shows na 22ª Festa do Peão, que ocorre em agosto.
Os contratos, assinados pela prefeita Gheysa Maria Bonfim Borgato (PSD), foram divulgados este mês no Diário Eletrônico dos Municípios de Mato Grosso.
A cidade, de acordo com a estimativa de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, tem 2.990 habitantes, sendo uma das menores do Estado.
O valor gasto nos shows corresponde a 2,03% do orçamento total do Município, cuja receita líquida neste ano deve ser de R$ 22.659.389,10.
Se ao invés de contratar shows, a Prefeitura resolvesse distribuir o dinheiro entre os moradores num programa de transferência de renda, cada habitante receberia R$ 153. Em uma família de quatro pessoas, seria mais de R$ 600.
Segundo a publicação do Diário, do valor total de R$ 460 mil, R$ 30 mil serão destinados para contratar a banda Bithh do Verão, que se apresentará nos dias 11 e 12 de agosto.
Ainda no dia 12, o cantor sertanejo João Carreiro vai se apresentar no evento com o cachê de R$ 110 mil.
No dia seguinte, é a vez da dupla Edy Britto e Samuel, que terá o maior pagamento do evento, um total de R$ 130 mil.
Já R$ 70 mil dos cofres públicos serão entregues para a banda Alto Astral, que subirá ao palco no dia 13 e 14 de agosto.
A reportagem tentou entrar em contato com a Prefeitura, porém, até a publicação desta matéria não houve retorno.
Gheysa é esposa do ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, Nilton Borgato, que foi preso por tráfico de drogas. Ele também já foi prefeito do Município.
Pauta polêmica
A contratação de shows por valores exorbitantes virou assunto nacional após a chamada “CPI do Sertanejo”, que expôs diversos contratos com cantores nacionais feitos por prefeituras do interior com valores que chegavam na casa do milhão.
Tudo começou em junho, quando o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, criticou artistas que utilizavam dinheiro da Lei Rouanet durante um show que fazia em Sorriso.
Na apresentação o sertanejo falou que não dependia da lei de incentivo à cultura e que seus cachês "quem paga é o povo".
Após a fala polêmica, vieram à tona diversos contratos que mostravam que diversos sertanejos se valiam contratos de prefeituras, utilizando dinheiro público, para executar seus shows.
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7 Comentário(s).
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Fernando Mendes 01.08.22 11h07 | ||||
Olá bom a dia a todos leitores.... João sua indignação é relevante porém argumentos são apenas réplicas de pessoas que pensam por vc.....por favor busque mais conhecimento e informações atualizadas.... um pouco de origilidade pode contribuir para nosso crescimento.... | ||||
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Felipe Pereira 01.08.22 10h31 | ||||
Esses são os politicos que não importam com a população cadê o TCU. É uma vergonha. | ||||
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carlos 01.08.22 09h10 | ||||
Eis a pergunta que não quer calar. Onde estão os conselheiros do tribunal de contas do estado? | ||||
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Sérgio 01.08.22 07h24 | ||||
Infelizmente esse tipo de prática está acontecendo em boa parte dos municípios Brasileiros, enquanto isso milhares de pessoas não tem o que comer. | ||||
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João da Costa 31.07.22 19h21 | ||||
É a máxima do sistema político atual implantado pelo planalto em todas as regiões do Brasil, os recursos existem, a fome aumenta os salários derretem a saúde padece a educação sem rumo, detalhe, nem público pra um show de boteco o município tem, mas descaso com as leis e a sociedade, sobra e o MPE deveria ter respostas imediatas pra ao menos minimizar esses crime que é um tapa em nossas caras. | ||||
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