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ESQUEMA NA SAÚDE
28.10.2021 | 12h04 Tamanho do texto A- A+

Ex-secretário de Emanuel seria sócio oculto de cervejaria, diz PF

Sede da Cuyabana em VG foi alvo de buscas pela PF; Célio Rodrigues e Paulo Jamur estão presos

MidiaNews

O ex-secretário Célio Rodrigues (detalhe), que seria sócio de cervejaria

O ex-secretário Célio Rodrigues (detalhe), que seria sócio de cervejaria

CÍNTIA BORGES E THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

A Polícia Federal suspeita que o ex-secretário de Saúde de Cuiabá Célio Rodrigues e o empresário Paulo Roberto de Souza Jamur, presos na Operação Cupincha nesta quinta-feira (28), sejam sócios ocultos da Cervejaria Cuyabana.

 

A empresa foi adquirida em fevereiro deste ano e está em nome de outras duas pessoas. A também suspeita que o dinheiro usado na compra seria proveniente de desvios na Secretaria Municipal de Saúde da Capital.

 

Célio Rodrigues e Paulo Roberto tiveram mandados de prisão temporária cumpridos em Cuiabá e Curitiba (PR), respectivamente. Já a sede da Cervejaria Cuyabana foi alvo de um mandado de busca e apreensão.  

 

A Operação Cupincha é a segunda fase da Operação Curare, deflagrada em 30 de julho na Capital.

 

Rogério Florentino/OD

Celio Rodrigues - Preso

O ex-secretário Célio Rodrigues, que foi preso nesta manhã

Em entrevista coletiva, o delegado Charlie Cabral Motta, chefe da delegacia de Combate a Corrupção da PF, revelou que as investigações da primeira fase apontam que Célio e Paulo Roberto haviam comprado a empresa, mas a colocado no nome de outras pessoas.

 

“Alguns indícios e provas colhidas durante a investigação dão conta de que a cervejaria está no nome de duas pessoas, mas que tem como sócios ocultos as pessoas que sofreram medidas constritivas no dia de hoje”, afirmou o delegado.

 

“Surgiram indícios bastante claros que vinculavam a transferência da cervejaria a essas duas pessoas”, completou.

 

O delegado afirmou que, por conta de o inquérito estar correndo sob sigilo, não poderia revelar o nome dos alvos. Mas a reportagem apurou que se trata de Célio e Paulo Roberto.

 

Além dos dois, houve um terceiro mandado de prisão expedido pela Justiça. Esta pessoa não havia sido localizada até o final da manhã. A PF apura que este terceiro alvo pode ser o sócio de fato da empresa ou "laranja".

 

A reportagem apurou que um dos sócios da cervejaria também é proprietário de uma empresa que atua na terceirização de serviços médicos. A contratação de empresas terceirizadas por parte da Prefeitura de Cuiabá está no centro da investigação.

 

Questionado sobre a possibilidade de a cervejaria ter sido comprada para lavar dinheiro desviado, o delegado sinalizou positivamente.

 

“Essa é um das hipóteses que a investigação trabalha. Em que o dinheiro empregado para a aquisição da cervejaria pode ter sido objeto de desvio de recurso publico. Talvez, não necessariamente do Município de Cuiabá, mas com certeza essas provas que o inquérito indica”, disse.

 

MidiaNews

Charles Cabral

O delegado federal Charlie Cabral Motta, chefe da investigação

Corrupção e lavagem de dinheiro

 

A PF apurou na primeira fase da Operação Curare que um grupo empresarial, que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde, recebeu, entre os anos de 2019 e 2021, mais de R$ 100 milhões.

 

Segundo a PF, há suspeitas dos crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. 

 

De acordo com as investigações, o grupo manteve-se à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de vantagens indevidas, seja de forma direta ou por intermédio de empresas de consultoria, turismo ou até mesmo recém-transformadas para o ramo da saúde. 

 

Após o ingresso dos recursos nas contas das empresas intermediárias, muitas vezes com atividades econômicas incompatíveis, os valores passavam a ser movimentados, de forma fracionada, por meio de saques eletrônicos e cheques avulsos, de forma a tentar ocultar o real destinatário dos recursos. 

 

A movimentação financeira também se dava nas contas bancárias de pessoas físicas, em geral vinculadas às empresas intermediárias, que se encarregavam de igualmente efetuar saques e emitir cheques, visando a dissimulação dos eventuais beneficiários. 

 

Paralelamente, o grupo empresarial investigado na primeira fase da Operação Curare promovia supostas “quarteirizações” de contratos administrativos, que viriam a beneficiar, em última instância, o servidor responsável pelas contratações com a Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, incluindo o pagamento de suas despesas pessoais. 

 

O nível de aproximação entre as atividades públicas e privadas dos investigados envolveu a aquisição de uma cervejaria artesanal, em que se associaram, de forma oculta, o então servidor público e o proprietário do grupo empresarial investigado. 

 

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