Cuiabá, Terça-Feira, 17 de Junho de 2025
FERROVIA
09.06.2012 | 08h30 Tamanho do texto A- A+

Prefeito teme que ferrovia leve "favelização" a Rondonópolis

Ananias aponta que Alto Taquari e Alto Araguaia sofrem forte impacto social

Secom/MT

Terminal ferroviário ficará a 28 km do centro de Rondonópolis; Prefeito teme favelização

Terminal ferroviário ficará a 28 km do centro de Rondonópolis; Prefeito teme favelização

LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO

O prefeito interino de Rondonópolis, Ananias Filho (PR), teme que, com a chegada da ferrovia ao município e a inauguração do Terminal de Cargas, previsto para o começo do ano que vem, tenha início um processo de favelização no entorno. Ele afirma que a cidade não está preparada para receber a Ferrovia Senador Vicente Vuolo (Ferronorte).

“Quando o trem apitar em Rondonópolis, teremos um impacto ambiental e social grande. De todo modo, o impacto financeiro será maior ainda”, apontou o prefeito, referindo-se ao aquecimento da economia local. O republicano está no comando do município desde 15 de maio, após a cassação do prefeito eleito José Carlos do Pátio (PMDB) e sua vice Marília Salles (PSDB).

Ananias observou que, nos municípios mato-grossenses onde já há terminais ferroviários em funcionamento, foi gerado um impacto social negativo.

“Em Alto Araguaia e Alto Taquari, fomentou-se a prostituição no entorno no terminal, encontramos crianças abandonadas... Em Rondonópolis, pode ocorrer a mesma coisa, pois o terminal gerará um crescimento econômico sem o aporte de mais hospitais, escolas, hotéis. Sem condições de receber gente de fora. Foi um erro não planejar antes”, disse o prefeito.

O deputado federal Wellington Fagundes (PR) partilha da mesma opinião de Ananias, e afirma que é preciso tomar cuidado para que Rondonópolis não sofra os mesmos impactos negativos dos outros municípios que receberam a ferrovia. “No entorno do Terminal de Alto Araguaia há muita pobreza, e um processo avançado de favelização. Não queremos que isso aconteça em Rondonópolis”, declarou.

De acordo com o prefeito do terceiro maior município do Estado, a falta de planejamento foi o que levou à geração de pobreza nas duas primeiras cidades mato-grossenses a receberem a Ferronorte. O terminal de Alto Taquari foi inaugurado em 2000, e o de Alto Araguaia em 2001.

O terceiro terminal da Ferronorte, em Itiquira, foi inaugurado no dia 2 de junho, e ainda não se sabe se ele trará o mesmo impacto social gerado nos outros municípios. A unidade fica a 14 quilômetros da cidade, e a via de ligação ainda não foi asfaltada. Os gestores, até o momento, só têm comemorado. Segundo o prefeito Ernani José Sander (PSDB), já foram gerados 1,5 mil empregos “com carteira assinada” no município como reflexo das obras e funcionamento do terminal.

No caso de Rondonópolis, o terminal ferroviário ficará a 28 km do centro da cidade, em uma área de 400 hectares, na BR-163, na saída para Campo Grande (MS).

“A cidade peca há muito tempo por não ter feito esse planejamento. Desse modo, não há como executar as intervenções necessárias. O que podemos fazer, até o final do ano, é planejar e projetar os investimentos que precisam ser feitos pelo município para receber o terminal de forma adequada”, apontou Ananias.

Chegada a Cuiabá

Apesar de o trecho entre Rondonópolis e Cuiabá ainda não estar licitado, e não ter previsão de quando será concluído, a falta de planos da administração da Capital para o terminal ferroviário também preocupa alguns líderes.

O vereador Franciso Vuolo (PR), que deixou o comando da Secretaria de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes na última terça-feira (5), depois de acompanhar a implantação da ferrovia por um ano e meio, aponta que Cuiabá também não está preparada para receber a ferrovia.

“A ferrovia vai chegar a Cuiabá. O que é que está sendo pensado para isso? Essa ferrovia, ao chegar em uma determinada região da cidade, que no caso será na região do Distrito Industrial, vai transformar o entorno do local onde ela vai ser implantada. O que é que se está prevendo para poder receber indústrias, empreendimentos, mão de obra qualificada para atuar nesse setor?”, questiona.

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COMENTÁRIOS
10 Comentário(s).

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Verônica  20.06.12 08h49
É interessante ver como pessoas mal informadas agem perante uma entrevista. Eu gostaria de saber onde constam os dados que Alto Taquari e Alto Araguaia tiveram um aumento no índice de prostituição com a chegada da ferrovia, quanto que aqui em Rondonópolis a Avenida Medici mais pareci as ruas de Amsterdã, pessoas expostas si vendendo. Apesar de a ferrovia ter seus defeitos, trás muita produtividade para o município vejo que não só Alto Taquari cresceu, mas também os Taquarienses adquirindo experiência em outras áreas de trabalho sem ter que deixar seu município.
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Aparecido Marden  13.06.12 09h59
Ler uma notícia como esta , me faz sorrir . Pelo fato de querer entender como o nosso município tem tudo isso citado no comentário do então prefeito, lembrando que não foi eleito pelo povo, mas por falha do eleito. Aqui em Alto Taquari, não encontramos prostituição tão quanto vemos ai nas esquinas da sua cidade, e muito menos crianças como aquelas que vivem na praça de Rondonópolis. Ao caro Wellington Fagundes, lamentável a nossa população diríamos " favelados" terem elegido você em nosso município .
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Robeto soares  12.06.12 18h58
Ese é o Prefeito que ai administrar a cidade de Rondon, se o Marechal escutase esta asneira, com certeza degolaria este mediucre,pensador. Rondoópolis é maior que tudo isso.
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Marcelo  12.06.12 08h58
O que o prefeito de Rondonópolis disse e ninguém entendeu é: Precisamos dar suporte para a ferrovia para que não aconteça em Rondonópolis o mesmo que ocorre em outras cidades. Não adianta chegar a ferrovia na cidade e os Rondonopolitanos serem apenas expectadores ou trabalhadores de subempregos.
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Marcello   09.06.12 16h17
Marcello , seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas