Cuiabá, Sábado, 5 de Julho de 2025
MÚSICA AO VIVO
02.07.2025 | 14h07 Tamanho do texto A- A+

Projeto de lei torna opcional pagar couvert; restaurantes criticam

Músicos e associação de bares e restaurantes condenam ideia, que está em tramitação na Câmara

Victor Ostetti/MidiaNews

Vereadores no plenário da Câmara Municipal de Cuiabá, onde o projeto é discutido

Vereadores no plenário da Câmara Municipal de Cuiabá, onde o projeto é discutido

GIORDANO TOMASELLI
DA REDAÇÃO

Um projeto de lei em tramitação na Câmara de Cuiabá propõe desobrigar o pagamento do chamado couvert artístico, que é cobrado por bares e restaurantes onde há música ao vivo.

 

A minha posição e a da maioria dos profissionais da música é que isso aí é um intervencionismo, será negativo

De acordo com o texto, o pagamento se tornaria opcional, mesmo que o consumidor tenha sido previamente informado sobre a apresentação e esteja acomodado em área onde ocorra o entretenimento ao vivo.

 

O texto também proíbe que o valor seja cobrado de quem esteja em um local que não possa usufruir integralmente do serviço e que o estabelecimento imponha a cobrança como condição obrigatória para permanência no local, devendo garantir ao cliente o direito de optar ou não pelo pagamento.

 

O projeto de lei foi apresentado pelo vereador Marcrean Santos (MDB) e enfrenta críticas da classe dos músicos e do setor de bares e restaurantes, representados pela Abrasel-MT (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Mato Grosso).

 

No texto, o vereador alega que a proposta não interfere na remuneração dos artistas, pois os estabelecimentos continuam livres para promover apresentações musicais e sugerir a contribuição dos clientes (leia o projeto de lei AQUI).

  

Protestos do setor cultural

 

Wellington Berê, presidente da Ordem dos Músicos do Brasil - Regional Mato Grosso, classificou o projeto como “equívoco” e afirmou que a lei seria muito prejudicial à categoria. Ele também lamentou que não tenha sido realizada uma audiência pública para debater o tema.

 

“É importantíssimo que antes de qualquer tipo de alteração que vai impactar diretamente na economia de segmento de profissionais, que ele ouvisse pelo menos as partes envolvidas. A minha posição e a da maioria dos profissionais da música é que isso aí é um intervencionismo, será negativo”, disse Berê.

 

“Acredito que essa proposta de mudança nessa legislação é um equívoco, principalmente porque o vereador não ouviu outras partes referidas em uma audiência pública”. 

 

A posição é parecida com a do presidente da Abrasel-MT, Daniel Teixeira, segundo o qual essa é uma medida que na prática vai inviabilizar o modelo de remuneração dos músicos em bares e restaurantes.

 

“Se o pagamento deixar de ser obrigatório, o hábito se impõe e ninguém mais pagará. Não por má-fé, mas por impulso. É da natureza humana, o que é opcional, tende a desaparecer”, declarou Teixeira.

 

O representante dos bares e restaurantes também criticou que o projeto tem o pretexto de proteger o consumidor, enquanto afeta o artista, o microempresário e os trabalhadores da noite.

 

“Se a intenção é proteger o consumidor, ótimo. Mas que esse cuidado alcance também o artista, o microempresário, o trabalhador da noite. Porque o que está em jogo não é apenas um valor na conta. A Câmara não pode legislar sobre obrigações contratuais entre particulares e, mesmo assim, o projeto avança”, encerrou.

 

 

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COMENTÁRIOS
10 Comentário(s).

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Jonas Seymour   02.07.25 18h00
Concordo com a lei. Tempo atrás fui no Coco Bambu e tive que pagar couvert para um músico horrível. Fiquei só o ódio.
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WILSON  02.07.25 16h09
Concordo plenamente com o projeto, basta de cobranças forçadas, sabado fui num restaurante no shopping e quando fui acertar a conta, paguei os 12% do Garçon (Sim, lá cobram isso) e pedi para tirar o Couvert artístico, porque era muito ruim e jamais pagaria para ouvir aquilo, tem que ser opcional.
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JUNIOR  02.07.25 16h00
E eu achando que não era obrrigatorio. mas concordo com projeto pois temos situações que estamos muito distante ou não curtimos o tipo de musicas. vamos para ser bem atendidos e pagar pelo consumo, opção do bar por musica ao vivo para chamar clientela, e não cobrar ou impor cobrança por esse serviço que não foi cliente que pediu. PODEM APROVAR ESSE PROJETO NA CAMERA, TEM MEU PARECER FAVORAVEL
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VANDERLEI  02.07.25 15h12
ALEM DA POPULAÇÃO IR GASTAR NO ESTABELECIMENTO QUE AS VEZES É CARO E AINDA PAGAR A ATRAÇÃO TA CERTINHO ESSA LEI, NA VERDADE NEM PRECISARIA DE LEI PARA ISSO!!!!
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Gianni  02.07.25 15h10
Inclusive uma churrascaria de renome proxima ao parque Mae Boniofacia que empurram uma musica de piano na marra pq o cliente vai la para comer e nao para assistir um show de musica. Alem de vir na conta eles aplicam 10% sobre esse couver artistico... é possivel isso mas é a pratica dessa casa.
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