O deputado estadual Romoaldo Júnior (MDB) sugeriu que o Ministério Público Estadual (MPE) estaria perseguindo-o em razão de ele ser um dos integrantes mais antigos da Assembleia Legislativa.
Na última semana, o MPE ingressou com uma ação de improbidade administrativa pedindo que os réus na Operação Ventríloquo – incluindo Romoaldo - devolvam o montante de R$ 19,8 milhões aos cofres públicos, a título de restituição de valores desviados e dano moral coletivo.
Na ação, a promotora Daniela Berigo Büttner Castor, do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, ainda pede o afastamento do deputado do cargo, além da cassação de seu mandato.
“Acho que vindo do MPE é normal. Eu sou da ‘velha guarda’ e eles querem eliminar qualquer um que esteja aqui do passado. Muitas vezes, os promotores não concordam com o eleitor que me reconduziu a Assembleia Legislativa, mesmo na condição de suplente”, disse o deputado.
Na última eleição, Romoaldo ficou como suplente e hoje ocupa a vaga que era do deputado Allan Kardec (PDT), que se licenciou para ocupar a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer.
O deputado disse ainda ter recebido a ação com surpresa, já que os fatos são relativos à Operação Ventríloquo, que investigou desvios de R$ 9,48 milhões da Assembleia Legislativa nos anos de 2013 e 2014.
“Ela alegou que eu poderia atrapalhar as investigações, eu já respondo isso desde 2015, não fui afastado. Não tem porque pedir afastamento. Acho que houve aí um exagero e um absurdo por parte da promotora”, disse o deputado.
Acusações
De acordo com a denúncia, entre 2013 e 2014, Romoaldo Júnior em parceria com os ex-deputados Mauro Savi e José Riva, além de outros denunciados, teriam constituído "organização criminosa" estruturalmente ordenada com objetivo de "saquear os cofres" da Assembleia.
Consta na ação que o grupo teria desviado dos cofres da Assembleia cerca de R$ 9.480.547,69 por meio do pagamento de uma dívida de um seguro contraído pelo Legislativo com o antigo Banco Bamerindus – atual HSBC.
Romoaldo afirmou que à época dos fatos realizou os pagamentos na condição de substituto da Presidência e após receber um parecer favorável da Procuradoria da Assembleia.
“Então, repito: estranhei essa posição dela de já pedir afastamento e a cassação, sendo que os fatos ocorridos foram em 2014, outro mandato. Fui deputado, me reelegi. Tenho certeza que vamos ter condição de defesa e lamento o MPE agir assim. Me coloco a disposição para todos os esclarecimentos”, concluiu.
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