O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, não descartou a possibilidade de o Governo ajudar a amenizar o clima de confronto entre a Assembleia Legislativa e o Ministério Público Estadual, por conta da CPI criada para investigar a emissão e pagamento de cartas de créditos a 47 membros do MPE.
Para ele, a situação tem ganhado “contornos preocupantes”. “Concordo que os ânimos estão muito acirrados. Isso não é bom para ninguém. São duas instituições que precisam conversar republicanamente, cada qual na sua função. Os ânimos acirrados não contribuem para isso”, disse.
“O Executivo está acompanhando os desdobramentos dessa CPI com preocupação. Eu ouvi de um parlamentar de Brasília, uma vez, e nunca mais me esqueci: a gente só sabe como começa a CPI, e não como termina. É uma CPI que está ganhando contornos preocupantes”, afirmou.
Entretanto, Paulo Taques disse que a possibilidade de o Executivo atuar no papel de conciliador somente será feita caso seja a pedido de ambas as partes.
Segundo ele, o Governo do Estado não irá fazer nenhum tipo de “ingerência” no assunto.
“Se, em algum momento, o Ministério Público e a Assembleia Legislativa entenderem que o Poder Executivo poderá contribuir nessa relação e diálogo institucional, nós, aqui do Governo, estaremos sempre à disposição”, disse.
O secretário também preferiu não fazer qualquer tipo de comentário sobre as denúncias alvo da CPI - ou sobre o posicionamento na imprensa dos membros do órgão.
“Eu não vou colocar colher de pau nesse angu. O que tem sido dito, tanto de um lado, quanto de outro, é do mais alto gabarito institucional. Não vou comentar sobre essas declarações, sob nenhuma hipótese”, afirmou.
A CPI
A CPI do MPE irá investigara emissão das cartas de crédito feita a 47 membros do Ministério Público Estadual (promotores e procuradores de Justiça).
Os créditos foram pagos pela Rede Cemat que, em seguida, os utilizaram para pagamento de tributos devidos à Fazenda Pública Estadual.
No contrato, os membros do MPE são representados pela empresa JBF Consultoria Tributária Ltda. Eles autorizam a cessão e transferência das certidões, concedidas pelo Governo do Estado, para a Rede Cemat. A empresa de energia pagou 75% do valor real das cartas. Pelo serviço, a JBF Consultoria recebeu R$ 250 mil.
O contrato de cessão de créditos tributários oriundos de certidões de créditos salariais de para Rede Cemat totaliza mais de R$ 10 milhões.
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