Cuiabá, Quinta-Feira, 6 de Novembro de 2025
EXPLORAÇÃO MINERAL
15.09.2025 | 14h58 Tamanho do texto A- A+

Venda de projeto de níquel em MT para chinesa é investigada

Cade avalia se venda de plantas de mineradora britânica para chinesa envolve concentração de mercado

Divulgação

Unidade de mineiração em Niquelândia (GO), também vendida à estatal chinesa

Unidade de mineiração em Niquelândia (GO), também vendida à estatal chinesa

DA FOLHAPRESS

A venda de um projeto de exploração de níquel em Mato Grosso, feito pela mineradora britânica Anglo American para para a MMG Singapore Resources, ligada a uma estatal chinesa, fez com que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), do Ministério da Justiça, abrisse uma investigação.

 

O órgão fiscaliza a concentração de mercado no Brasil. A Anglo American, multinacional de origem sul-africana e britânica, decidiu vender no início deste ano sua planta de níquel em Barro Alto (GO) para a MMG. Além da unidade nessa cidade, entraram na negociação outra planta em Niquelândia (GO) e dois projetos novos de exploração, no Pará e em Mato Grosso.

 

A investigação foi determinada pela Superintendência-Geral do Cade, no último dia 26. Caso entenda que a venda deveria ter sido notificada previamente, o caso segue para o tribunal administrativo do Cade, que pode determinar aplicação de multa de até R$ 60 milhões e iniciar um procedimento administrativo sobre concentração de mercado.

 

Em nota, a Anglo American afirma que a MMG ofereceu pagamento inicial maior e que a escolha do comprador se baseou na qualidade geral da proposta, incluindo o valor em dinheiro oferecido, garantias, histórico operacional e capacidade de gestão a longo prazo.

 

A mineradora também destacou que está concentrando seus ativos na produção de cobre, minério de ferro e fertilizantes, e que por isso decidiu se desfazer do seu portfólio de níquel no Brasil.

 

O negócio, avaliado em US$ 500 milhões (o equivalente a mais de R$ 2,7 bilhões), marca a entrada da chinesa MMG no mercado brasileiro de níquel, ampliando o alcance de Pequim sobre um mineral considerado vital para a transição energética.

 

A disputa empresarial e geopolítica envolve o controle de minerais críticos para a transição energética, hoje em larga medida dominados pelos chineses.

 

O Instituto Americano de Ferro e Aço (AISI) afirmou ao governo americano que a concretização da venda de plantas de níquel no Brasil daria aos chineses "influência direta" sobre grande parte das reservas internacionais e potencializaria "vulnerabilidades na cadeia de suprimentos para esse mineral crítico".

 

A Corex Holding, uma mineradora holandesa controlada pelo bilionário turco Robert Yüksel Yıldırım, também protestou por ter sido preterida pela Anglo-American. Ele ofereceu US$ 900 milhões, mas não conseguiu fechar o negócio.

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