LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O ex-presidente da Câmara Municipal de Várzea Grande, Maninho de Barros (PSD), assumiu, definitivamente, o comando do Município, com a renúncia de Tião da Zaeli (PSD). E, na manhã de hoje, durante reunião com o primeiro escalão do Governo, ele exonerou todos os secretários.
De acordo com assessoria de imprensa, os secretários entregaram os cargos por orientação de Zaeli, que reuniu o staff e pediu que eles deixassem seus postos, de modo que Maninho tivesse liberdade para compor sua equipe.
No entanto, o prefeito em exercício estuda a possibilidade de renomear alguns dos ocupantes dos cargos, o que deve ser definido ao longo do feriado prolongado.
Maninho já anunciou que sua prioridade será pagar o salário dos servidores ainda hoje, já que ele vem sendo quitado no último dia do mês trabalhado.
Em seguida, ele voltará a atenção para o Pronto-Socorro da cidade, que opera em estado precário, sem medicamentos essenciais. Além disso, os médicos estão em greve há quatro meses.
“Eu passei no Pronto-Socorro hoje de manhã, e a situação está muito difícil. Eles não têm nem dipirona, nem omeprazol”, apontou o prefeito.
Maninho de Barros comandará o município até o dia 31 de dezembro. Em 1º de janeiro, assume o prefeito eleito, Walace Guimarães (PMDB).
Renúncia
Tião da Zaeli renunciou ao mandato no fim da tarde de terça-feira (30), alegando que sua permanência no cargo poderia levar Várzea Grande a uma instabilidade política.
O ex-prefeito foi alvo de uma ação na Câmara pedindo a extinção do seu mandato, e corria o risco de perder o cargo a qualquer momento.
O ex-procurador municipal, Antônio Carlos Kersting Roque, denunciou que Zaeli não teria se desincompatibilizado da direção de suas empresas, a SH Participações S/A e Comércio de Gêneros Alimentícios WR.
Segundo o artigo 71 da Lei Orgânica de Várzea Grande, é vedado ao prefeito e ao vice-prefeito desempenhar função de administração em qualquer empresa privada.
Em sua denúncia, Roque afirma que Zaeli teria fraudado a documentação relativa às alterações contratuais, “para dar ares de legalidade ao seu ‘afastamento’ da administração e, assim, ser ilegalmente empossado”.