O que parecia apenas uma dor no pescoço depois de uma queda durante uma atividade esportiva se transformou em algo muito maior para Haley Schoen, 30.
A americana precisou reaprender a andar e redefinir sua rotina após sofrer cinco AVCs, consequência de uma lesão no pescoço que ela só descobriu dias depois.
Em janeiro de 2019, quando tinha 25 anos, Haley praticava escalada indoor com amigos nos Estados Unidos.
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Ela já havia subido a mesma parede várias vezes naquele dia e, ao chegar ao topo, decidiu simplesmente soltar o corpo para cair no piso acolchoado, algo comum naquele tipo de ambiente.
O impacto pareceu leve, mas deixou um incômodo no pescoço que ela interpretou como um nervo pinçado.
Nos dias seguintes, alguns sinais estranhos começaram a surgir. Um colega comentou que ela estava andando torto e a dor, que era pequena, passou a chamar mais atenção.
Mesmo assim, Haley seguiu a rotina até perceber que o desconforto não diminuía. Ela foi ao pronto atendimento, recebeu relaxantes musculares e uma injeção de esteroides, mas não melhorou.
Consulta com quiroprático e diagnóstico de AVC
Sem saber o que fazer, Haley decidiu procurar um quiroprata. Foram três sessões de manipulação cervical. Na terceira, ela sentiu uma forte pressão seguida de calor e formigamento na base do pescoço, algo que nunca havia sentido antes.
Mesmo assim, voltou para casa e tentou seguir a vida normalmente.Os dias seguintes, porém, foram marcados por sintomas cada vez mais estranhos. Ela confundia palavras, perdeu parte da percepção de profundidade, teve episódios de apagão e chorava sem entender o motivo.
Um dos dedos dos pés ficou completamente dormente e, em 30 de janeiro, já tomada pela dor e pelo descontrole emocional, Haley percebeu que precisava de ajuda urgente.No hospital, exames revelaram uma dissecção bilateral da artéria vertebral, ruptura das artérias que passam pela parte posterior do pescoço.
A lesão tinha provocado quatro AVCs e, ainda internada, Haley sofreu o quinto derrame.
A partir dali, ela começou uma etapa longa e exaustiva. A jovem precisou reaprender a andar, ficou sob cuidado constante de enfermeiras e recebeu anticoagulantes de alta potência.
Quando finalmente teve alta, ela descobriu que não poderia voltar ao trabalho nem dirigir por causa do risco neurológico
. Haley perdeu o apartamento e deixou a Califórnia para viver com familiares no Missouri enquanto tentava reorganizar a vida.
Segundo os médicos, a combinação entre o salto na parede de escalada e as manobras no pescoço pode ter contribuído para a ruptura das artérias.
“Nunca imaginei que algo tão simples pudesse causar tanto dano”, disse ela em entrevista ao The Sun.
Conscientização
Hoje, quase seis anos depois, Haley ainda convive com algumas sequelas, como irritabilidade maior e dificuldade de calcular distâncias, o que às vezes a faz bater o rosto em armários ou portas. Mesmo assim, conseguiu recuperar parte da autonomia e reconstruiu sua rotina.
Haley decidiu transformar a própria história em alerta. Ela relata que não é contra o trabalho de quiropráticos, mas pede que as pessoas questionem os procedimentos, entendam os riscos e evitem manipulações cervicais sem indicação clara.
Para ela, se tivesse recebido a orientação adequada, poderia ter evitado parte do que enfrentou.
Fonte: https://www.metropoles.com/saude/jovem-5-avc-dor-pescoco
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