Condenado a 8 anos e 3 meses de prisão em junho por proferir discursos preconceituosos contra vários grupos minoritários, Léo Lins recorre em liberdade e segue com apresentações pelo Brasil, agora com o show "Enterrado Vivo".
O comediante lotou o Teatro Gazeta, em São Paulo, na sexta-feira (29).
O novo espetáculo tem o mesmo tom do anterior, "Perturbador", que causou a condenação: Lins segue fazendo piadas com negros, comunidade LGBT+, nordestinos, soropositivos, etc.
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Humorista parece mais cauteloso com vazamentos da apresentação. É reiterado diversas vezes que é proibido filmar, gravar ou registrar de qualquer forma que seja o espetáculo, sob literal ameaça de ser espancado e violentado. É piada — pelo menos o público entende assim, e gargalha.
Se por um lado o comediante parece estar com receios de novas condenações, do outro, é justamente esse o material de "Enterrado Vivo".
Lins prega para convertido e usa seu tempo no palco para explicar por que o que ele faz é uma comédia válida, e até o porquê de ser engraçado.
Em um momento do show, ele usa uma analogia e tenta "criar artificialmente" um estereótipo, só para mostrar que não funciona.
"Vamos criar o estereótipo que chinês é cheiroso. Segundo a mídia, a piada tem esse poder. É só fazer piada que vai nascer o estereótipo".
Se por um lado o comediante parece estar com receios de novas condenações, do outro, é justamente esse o material de "Enterrado Vivo".
Lins prega para convertido e usa seu tempo no palco para explicar por que o que ele faz é uma comédia válida, e até o porquê de ser engraçado.
Em um momento do show, ele usa uma analogia e tenta "criar artificialmente" um estereótipo, só para mostrar que não funciona. "Vamos criar o estereótipo que chinês é cheiroso. Segundo a mídia, a piada tem esse poder. É só fazer piada que vai nascer o estereótipo".
Se eu falar: 'agora tô trabalhando numa empresa chinesa, a minha esposa acha que eu tô traindo ela. Todo dia chego em casa perfumado'. Sem graça, ninguém riu! Virou um stand-up de mulher.
Léo Lins contando piada
A plateia ri, e ele sente que seu ponto foi provado. "Agora, se eu falo: 'tô trabalhando numa empresa chinesa, ontem todos os funcionários ganharam presente e eu, não: era dia das crianças. Fica engraçado', porque a criança chinesa trabalha", explica mais uma vez.
Ele chega a revisitar piadas polêmicas, como quando disse que "na escravidão, negro nascia empregado e já achava ruim".
A estratégia de explicar piada parece contraproducente, mas mais do que humor para seu público, Lins fornece material de defesa para seus apoiadores. Está mais do que óbvio que o humor dele não agrada a todos; repassar suas piadas para quem não gosta dele não vai ajudar, mas talvez explicar o "sentido" — palavra que Léo Lins usa várias vezes, sim.
Com o passar da apresentação, ele se desprende das justificativas e usa só o deboche para comentar as críticas. Chama de "frases merda" os apontamentos como "não se faz piada com minoria". "Então vou rir da fome na Somália, porque é a maioria".
Lins também usa sua condenação e processos para criticar a Justiça brasileira. Para o humorista, o judiciário deveria estar ocupado com pautas mais relevantes do que "perseguir um palhaço em cima de um palco".
Fonte: https://www.uol.com.br/splash/noticias/2025/09/08/leo-lins-enterrado-vivo-show-apos-condenacao.htm
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