A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) cumpriram nesta quinta-feira (15) mandado de busca e apreensão na residência do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato no Rio de Janeiro.
Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e 7 meses de prisão no julgamento do processo do mensalão, Pizzolato fugiu para a Itália a fim de tentar escapar do cumprimento da pena, mas acabou preso pela polícia italiana em 5 de fevereiro, com base em um mandado de prisão internacional expedido pela Interpol. Desde então, ele aguarda em um presídio de Modena, no norte da Itália, uma definição sobre se será extraditado para o Brasil ou se poderá permanecer na Itália, como reivindicou à Justiça italiana.
Segundo a assessoria da PF, a operação batizada de Pizzo foi deflagrada devido a informações de que bens do ex-dirigente do banco estatal estariam sendo transferidos para o nome de parentes de Pizzolato. Ainda de acordo com os policiais, há suspeita de utilização dos nomes de irmãos falecidos do ex-diretor.
Ao cumprir o mandado, os policiais apreenderam documentos, dois computadores portáteis e mídias eletrônicas. A PF e o MPF também solicitaram à Itália o compartilhamento das provas que foram coletadas no país europeu depois que Pizzolato foi preso.
Em nota oficial, a PF informou que obteve as informações por meio do escritório da Interpol (a polícia internacional) no Brasil. Adidos da Polícia Federal auxiliaram nas investigações, comunicou a assessoria da corporação.
Pedido de extradiçãoNa tentativa de repatriar Henrique Pizzolato ao Brasil para que ele cumpra a pena pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, o governo federal encaminhou ao Executivo italiano um pedido de extradição.
O processo é polêmico porque o ex-diretor do Banco do Brasil tem dupla cidadania (brasileira e italiana) e, por isso, o governo da Itália pode se recusar a extraditá-lo.
O Ministério Público italiano já se manifestou a favor da extradição de Pizzolato, mas a decisão final será tomada pelo tribunal de Bologna em audiência marcada para o dia 5 de junho. Na ocasião, a corte poderá decidir pedir mais informações antes de analisar o caso. Pizzolato poderá recorrer ao próprio Judiciário de eventual decisão pela extradição.