Cuiabá, Quarta-Feira, 16 de Julho de 2025
COTADO PARA SECRETARIADO
11.10.2016 | 10h20 Tamanho do texto A- A+

Aliado de Emanuel foi preso sob suspeita de dirigir alcoolizado

Secretário-geral do Partido Progressista estaria cotado para eventual secretariado do peemedebista

MidiaNews/Reprodução

No detalhe, o dirigente do PP Euzébio Diniz, que é apoiador de Emanuel Pinheiro

No detalhe, o dirigente do PP Euzébio Diniz, que é apoiador de Emanuel Pinheiro

DA REDACÃO

O secretário-geral do Partido Progressista (PP) de Mato Grosso, Euzébio Diniz Marques de Andrade, é um dos principais articuladores e apoiadores da campanha de Emanuel Pinheiro (PMDB) à Prefeitura de Cuiabá.

 

Nos bastidores, por causa de sua dedicação, ele já estaria até mesmo cotado para assumir a Secretaria de Mobilidade Urbana, caso Emanuel seja eleito.

 

Considerado hábil articulador, o dirigente partidário foi um dos responsáveis por levar o PP para a base de apoio do candidato do PMDB.

 

Ao entrevistar Euzébio (os PM’s) verificaram que este exalava à forte odor etílico; indagando-o se havia ingerido bebida alcoólica, disse que sim

O histórico de Euzébio é extenso na política de Mato Grosso, com passagem destacada pela juventude do PSDB, que o colocou como um dos líderes mais influentes da primeira gestão do ex-prefeito Roberto França. Na ocasião, ele ocupou, também, o cargo de tesoureiro do diretório municipal tucano.

 

O currículo do eventual futuro secretário de Emanuel Pinheiro, porém, registra episódios menos elogiosos.

 

Um deles é uma prisão em flagrante, em janeiro deste ano, e seu indiciamento pela Polícia Civil, sob a suspeita de dirigir alcoolizado e causar um acidente, que causou ferimentos e lesão corporal em uma jovem de 21 anos.

 

Segundo o inquérito policial, na noite do dia 21 de janeiro, Euzébio estava dirigindo sob influência de álcool quando furou um sinal vermelho com sua caminhonete S-10, placas OAP- 2042, e bateu em um Fiat Uno, placas NDJ-7013.

 

O acidente aconteceu às 23h30, no cruzamento das avenidas Miguel Sutil com a General Melo, no bairro Dom Aquino, em Cuiabá.

 

Após a batida, segundo o inquérito, ele não teria prestado socorro à vitima, além de ter tentado fugir do local – coisa que só não aconteceu porque, segundo a ocorrência, ele foi impedido por testemunhas e amigos da vítima.

 

De acordo com o boletim de ocorrência, Euzébio admitiu, no local, ter ingerido bebida alcoólica, mas se recusou a fazer o teste de alcoolemia, conhecido como “teste do bafômetro”.

 

Em depoimento ao delegado, nos autos de prisão em flagrante, o PM Evandro Leonardo da Silva afirmou que ele e outro policial, ao entrevistar Euzébio, verificaram que este "exalava forte odor etílico".

 

Segundo os autos, indagado se havia ingerido bebida alcoólica, o dirigente do PP disse que sim. "Convidado a fazer o exame em etilômetro (teste do bafômetro), ele negou-se", diz o PM no depoimento.

 

 

Prisão e fiança de R$ 1.580,00

 

Segundo o auto da prisão em flagrante delito, assinado pelo delegado de Polícia Celso Renda Gomes, às 2 horas da madrugada do dia 21 de janeiro, Euzébio foi preso por cometer as infrações artigos nº 303 e 306 da lei 9.503/97, “haja vista ter sido surpreendido logo após causar acidente automobilístico, após desrespeitar sinal de trânsito, estando com sinais de embriaguez alcoólica”.

 

Após ouvir duas testemunhas e o acusado, o delegado retificou voz de prisão em flagrante e expediu nota de culpa ao preso.

 

Populares disseram que depois do fato, Euzébio teria tentado sair do local sem auxiliar a vítima e foi impedido por terceiros

Em seu depoimento, Euzébio, que se identificou como administrador da Aurora Construtora e Serviços, alegou que estava cansado porque acordou às 4 horas da manhã, e passou o dia todo trabalhando.

 

Ele também disse que se negou a fazer bafômetro porque “foi orientado por seus advogados a assim proceder”.

 

Após ser preso, ele teve sua CNH e veículos apreendidos e, na delegacia, se negou novamente a fazer o teste do bafômetro, e negou que havia ingerido bebida alcoólica.

 

Um laudo pericial feito mais de três horas depois do acidente, pela Politec, não identificou, no momento do exame, "evidências objetivas" de embriaguez alcoólica. 

 

O secretário-geral do PP foi colocado em liberdade após pagar fiança de R$ 1.580,00. Atualmente, ele responde ao processo em liberdade.

 

A juíza de Direito Ana Cristina Silva Mendes expediu, no dia 1º de junho deste ano, ofício ao Pronto-Socorro de Cuiabá, a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), requisitando cópia do prontuário médico da vítima (que sofreu lesão traumática no punho direito) para dar sequência ao processo.

 

Ironicamente, em sua vida pública, Diniz também teve uma rápida passagem pelo Detran-MT, no primeiro governo Blairo Maggi (PP), quando ocupou o cargo de diretor de Habilitação.

 

Ele teria sido exonerado após o Sindicato dos Servidores da autarquia ter encaminhado uma carta ao então governador, acusando-o  de dirigir veículo oficial do órgão sem possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

 

Fac-símile do decreto de despejo e condenação para pagar aluguéis em atraso:

 

 

 

Aluguéis em atraso e despejo

 

Outra passagem também ilustra o histórico do dirigente do PP. Em outra ação na Justiça, movida pela CID Imóveis, Euzébio Diniz foi despejado de um imóvel, na rua Prof. Alfredo Monteiro, 275, no Bosque da Saúde, em Cuiabá, e condenado a pagar aluguéis e outras despesas, como IPTU e contas de água e energia, em atraso.

 

Segundo a imobiliária, ele foi notificado a pagar as pendências, no valor de R$ 7.728,39, mas ignorou a notificação, “não demonstrando a menor intenção em solucionar o impasse amigavelmente”.

 

Por isso, ele foi condenado pela juíza de Direito Adriana Sant’Anna Coningham, em dezembro de 2012.

 

Como não cumpriu a decisão judicial, Euzébio teve os bens penhorados, em decisão do juiz de Direito Jorge Iafelice dos Santos, do dia 8 de agosto de 2016, no valor de R$ 21.221,13.

 

Após o bloqueio, a Justiça encontrou o valor de R$ 4.353,76 em sua conta corrente.

 

Sem notificação

 

A reportagem entrou em contato com o dirigente do PP. Ele atendeu a ligação em seu celular e argumentou que não poderia falar, pois estava em uma reunião.

 

Em novo contato, Euzébio Diniz preferiu não falar sobre seu indiciamento. Apenas disse que não foi notificado e que sua defesa está nos autos. Ele também não quis passar o nome e o telefone de seu advogado à reportagem.

 

Fac-símile do auto de prisão de Euzébio Diniz, em flagrante delito:

 

 

Fac-símile do termo de depoimento do PM Evandro Leonardo da Silva:

 




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Ron  11.10.16 21h03
Ron, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Carlos  11.10.16 10h46
Carlos, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas