Cuiabá, Sexta-Feira, 1 de Agosto de 2025
AÇÃO NA JUSTIÇA
29.10.2016 | 13h08 Tamanho do texto A- A+

Ministério Público pede a cassação da candidatura de Wilson

Investigação da Polícia Federal contou até com um agente infiltrado entre eleitores

Ednilson Aguiar/MidiaNews

O candidato Emanuel Pinheiro tornou pública a ação do Ministério Público

O candidato Emanuel Pinheiro tornou pública a ação do Ministério Público

YURI RAMIRES
DA REDAÇÃO

O Ministério Público Eleitoral pediu a cassação do registro da candidatura a prefeito de Wilson Santos (PSDB) e de seu vice, Leonardo de Oliveira (PSDB), pela suspeita de compra de votos.

 

A representação (veja abaixo) protocolada na última sexta-feira (28) foi apresentada à imprensa no final da manhã deste sábado (29), pelo candidato adversário dos tucanos, o deputado Emanuel Pinheiro (PMDB).

 

“Queremos tornar pública uma denúncia feita pelo Ministério Público Eleitoral, e que não é da nossa coligação, assinada pelo promotor eleitoral Vinicius Gahyva Martins, uma denuncia por captação ilícita de sufrágio, ou seja, compra de votos”, disse Emanuel.

 

As investigações começaram após o recebimento de uma denúncia de compra de votos. Consta no documento que o eleitor Lucas Matos Morais teria sido procurado por dois integrantes da campanha de Wilson para a mobilizar moradores do Bairro Planalto, para uma reunião política na região do São Gonçalo Beira Rio.

 

O primeiro contato teria sido feito por Ronaldo Ferreira Moraes Rei, conhecido como “DJ Rony”. Segundo ele, a reunião seria promovida com a colaboração do ex-secretário de Cultura da gestão de Wilson, Mário Olímpio.

 

“Foi ofertado e prometido, tanto a Lucas Matos Morais, quanto à pessoa conhecida como ‘Tariki’, morador do Bairro Altos da Serra, a quantia de R$ 500, que seriam divididos em partes iguais, para que agenciassem 40 pessoas para participarem de uma reunião com o candidato ora representado Wilson Santos”, diz trecho da denúncia.

 

Após a reunião, ainda ficou acertado que um churrasco com cerveja e música seria ofertado aos participantes.

 

O Ministério Público Eleitoral diz que, nos últimos dias, havia recebido inúmeras denúncias de compra de votos na campanha eleitoral. "Dentre as notícias dirigidas a este órgão ministerial, situava-se a de quem um dos cooperadores do engendramento da captação ilícita de sufrágio seria o eleitor Lucas Matos Morais", escreveu o promotor.

 

Lucas, então, foi intimado e compareceu na Promotoria de Justiça. De lá foi encaminhado à sede do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), onde teria se prontificado em ajudar nas investigações.

 

Já na Polícia Federal, ele teria contado aos agentes detalhes de como e quando iriam acontecer os recrutamentos de eleitores.

 

Infiltrado

 

Conforme a representação, um agente federal, então, se infiltou no meio dos eleitores, dentro de um ônibus especial. Por fim, esse agente acabou sendo informado que Dj Rony era o responsável pelo pagamento.

 

“Dj Rony era o responsável por recrutar as lideranças e pagar os R$ 50 prometidos, sendo certo que, quando chegou ao local, ainda registrou fotografias de seu celular para comprovar o recrutamento dos eleitores para participar da reunião”, diz a representação.

 

Dentro do ônibus, os eleitores teriam sido informados que o dinheiro recebido seria distribuído parte em espécie e a outra em doação de churrasco e cerveja após a reunião.

 

Toda a movimentação foi registrada pela Polícia Federal com fotos, vídeos e áudios.

 

“Na reunião, que contou até com apresentação da dança Siriri, o candidato Wilson Santos fez pedido explícito de votos e angariou a simpatia quanto a sua candidatura por parte dos presentes”, consta na representação.

 

Para o promotor Vinícius Gahyva, “a ação em tela teve indisfarçável objetivo – explícito ou não – de obter o voto dos eleitores no 2º turno das eleições, caracterizando a corrupção eleitoral [...] na medida em que viola a liberdade de escolha dos eleitores”.

 

Por fim, o promotor pede que sejam cassados os registros de Wilson Santos e Leonardo de Oliveira, ainda aplicando uma multa fixada no valor de R$ 1.050.

 

Para a audiência de instrução, ainda sem data prevista para acontecer, foram arroladas cinco testemunhas, entre eles o agente da Polícia Federal que flagrou o processo e quatro eleitores citados no documento.

 

Outro lado

 

Wilson Santos rebateu na tarde deste sábado as acusações do peemedebista e afirmou que tudo não passa de um "factóide" de quem está "desesperado". Ele ainda diz que Emanuel estaria "negociando" pesquisas com o instituto Ibope.

 

"Isso que eles criaram hoje é um factóide contra minha candidatura, que eu tenho certeza que será repudiado pelo juíz titular da vara responsável. Um factóide de quem está desesperado, e de quem também negociou provavelmente com o Ibope. Esses números serão desmascarados amanhã [dia da eleição]. O Ibope errou no primeiro turno e vai errar amanhã de novo", disse.

 

"Estamos flagrando novas denúncias. E a denúncia que o Emanuel fezé um factóide, dele e do promotor de justiça, o senhor Vinicius Gahyva, ex-namorado da Janaina Riva [aliada de Emanuel]. Isso não nos intimida e não nos mete medo, nós vamos seguir em frente", completou.

 

A pesquisa Ibope, na modalidade estimulada, mostra Emanuel em primeiro lugar com 49% das intenções de voto. Wilson tem 32%. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

 

Ao todo foram entrevistadas 602 pessoas entre os dias 26 e 28 de outubro.

 

A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral sob o número MT 02682-/2016.

 

 

 

 

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Bruna  30.10.16 07h44
Não acredito em uma só palavra. Sei que Wilson fez uma campanha limpa e comprometida com a verdade. Ele é o melhor e mais bem preparado para assumir Cuiabá. Vem demonstrando isso todo o tempo. Acredito em seu trabalho e sei que fará ainda mais por nossa cidade. Avante, 45! Vamos pra cima!
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