Mesmo após o anúncio de um acordo com o Governo Federal na noite de quinta-feira (24) - para suspender a paralisação por 15 dias -, caminhoneiros mantêm nesta sexta-feira (25) bloqueios em 29 trechos de rodovias em Mato Grosso.
Segundo o ministro Eliseu Padilha, das 11 entidades que participaram das negociações, apenas a União Nacional dos Caminhoneiros não concordou com os termos.
No entanto, o representante do setor no Estado, Gilson Baitaca, que acompanhou a reunião realizada com ministro, relatou que a informação não é verdadeira, e que apenas duas ou três entidades assinaram o acordo.
“Passaram a tarde fazendo discursos, apelando, implorando para o setor ceder e dar uma trégua. O setor não cedeu, não deu trégua porque ainda há itens da pauta que não foram atendidos. Os dois itens mais importantes não foram atendidos, que é a redução do preço do combustível, através da isenção do Pis/Cofins, e o projeto 121/17, que são os dois principais pontos”, disse. O projeto cria uma política de preços mínimos para o transporte de cargas no Brasil.
“Então não houve nenhum acordo. O Governo pegou a assinatura de duas ou três entidades e soltou na imprensa que houve um acordo a fim de estabelecer uma trégua e não houve. Eu estava o tempo todo junto. Eu e mais dez companheiros, todos gravando áudios e vídeos para soltar nas redes sociais. Nós vamos aguardar a votação no Senado. Se não aprovar no Senado, não existe trégua e muito menos parar a mobilização”, afirmou.
A categoria é protesta contra os aumentos constantes do óleo diesel, cujo preço estaria tirando a rentabilidade do setor.
A paralisação
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou que continuam bloqueados 29 trechos federais que cortam Mato Grosso.
Desde a quarta-feira o protesto já vem trazendo conseqüências para moradores de Cuiabá e interior do Estado.
Apenas carros de passeio, ambulâncias, ônibus, cargas vivas e perecíveis estão sendo autorizados a seguir viagem.
A informação de que gasolina, etanol e diesel estavam em falta na Capital provocou filas gigantescas de veículos nos postos de combustível.
O setor alimentício também já estão demonstrando preocupação com a falta de produtos.
Outro reflexo do movimento dos caminhoneiros é a possível paralisação de 100% da frota do transporte coletivo.
No começo da tarde de ontem, as empresas de Cuiabá reduziram pela metade a circulação dos veículos.
Confira os trechos bloqueados:
01) EM CUIABÁ, BR 070 NO KM 504
02) EM CUIABÁ, BR 364 NO KM 398
03) EM CAMPO VERDE, BR 070 NO KM 383
04) EM JACIARA, BR 364, NO KM 269
05) EM RONDONÓPOLIS, BR 364 NO KM 200
06) EM RONDONÓPOLIS, BR163 NO KM 119
07) EM ALTO GARÇAS, BR 364, KM 56
08) EM CÁCERES, BR 070, KM 735
09) EM DIAMANTINO, BR 364 NO KM 613
10) EM NOVA MUTUM, BR 163 NO KM 593
11) EM CAMPO NOVO DO PARECIS, BR 364, NO KM 878
12) EM PRIMAVERA DO LESTE, BR 070 NO KM 276
13) EM PRIMAVERA DO LESTE, BR 070 NO KM 282
14) EM CAMPO VERDE, BR 070, NO KM 376
15) EM LUCAS DO RIO VERDE, BR 163, NO KM 691
16) EM LUCAS DO RIO VERDE, BR 163, NO KM 686
17) EM SINOP, BR 163, NO KM 821
18) EM SORRISO, BR 163, NO KM 746
19) EM SORRISO, BR 163, NO KM 750
20) EM GUARANTÃ DO NORTE, BR 163, NO KM 1067
21) EM MATUPÁ, BR 163, KM 1042
22) EM PONTES E LACERDA, BR 174 NO KM 288
23) EM CAMPOS DE JÚLIO, BR 364 NO KM 1191
24) EM SAPEZAL, BR 364 NO KM 1120
25) EM COMODORO, BR 174 NO KM 488
26) EM BARRA DO GARÇAS, BR 070 NO KM 005
27) EM ÁGUA BOA, BR 158, NO KM 564
28) EM CONFRESA, BR 158, NO KM 130
29) EM NOVA XAVANTINA, BR 158, NO KM 650
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4 Comentário(s).
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Marcia 25.05.18 10h57 | ||||
Muda Brasil.... parabéns aos caminhoneiros. | ||||
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Jorge 25.05.18 10h30 | ||||
Walter vc deve ser funcionário público ou mal informado, os 10% de desconto da Petrobras é somente por trinta dias e depois? na verdade ninguém confia mais nesse governo, outro ponto quem faliu a Petrobras não foram os caminhoneiros e sim os políticos roubando, quem foi lá e fez o acordo foi uma meia dúzia de pessoas que não são caminhoneiros esse acordo só deve ser bom para os mesmos, por tanto a greve deve continuar sim. | ||||
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WALTER/Brasília 25.05.18 08h47 | ||||
Parece que esses líderes aí foram à mesa de negociação já com uma ideia pronta, de apenas impor à outra parte a aceitação integral de suas reivindicações. Condicionar a negociação nesses termos, de forma unilateral, não é negociação, mas imposição. Se, de pronto, o governo federal mostrou boa-vontade em atender as reivindicações dos caminhoneiros, como por exemplo com a redução de 10% do preço do óleo diesel pela Petrobras e também adotando de imediato outras medidas visando o barateamento do produto, além de colocar em pauta o exame da questão em diferentes frentes, não é justificável a radicalização de parte da categoria, que se nega a retomar suas atividades. Não obstante essa postura, não custa lembrar à categoria que os benefícios concedidos pelo governo, de redução do preço do diesel, a exemplo da compensação a ser feita à Petrobras em razão da baixa de 10% feito pela companhia, serão arcados pela sociedade, que terá que pagar a conta via impostos. | ||||
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maria souza 25.05.18 08h17 | ||||
Tem que continua a greve por um Pais Melhor so voces podem parar o Pais.Parabens aos caminhoneiros | ||||
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