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Casos de câncer de próstata crescem 23%; médico cita fator idade

Segundo o oncologista Marcos Rezende, a doença é mais frequente em homens com 65 anos ou mais

Reprodução

O oncologista Dr. Marcos Rezende durante entrevista para o MidiaNews

O oncologista Dr. Marcos Rezende durante entrevista para o MidiaNews

PIETRA NÓBREGA
DA REDAÇÃO

Mato Grosso registrou um aumento de 23% nos casos de câncer de próstata entre 2022 e 2024, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES). O número absoluto de diagnósticos saltou de 522 para 645 neste período.

Na população masculina em geral, a partir dos 50 anos todo homem deve realizar o exame de toque reto e o PSA. Nos casos em que há risco familiar, essa faixa etária pode ser reduzida para 40 e 45 anos

 

Contudo, paralelamente ao crescimento da incidência, as mortes causadas pela doença caíram 12%. A SES atribui a redução da mortalidade ao diagnóstico precoce e aos avanços nos tratamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Para enfrentar a doença, o estado ampliou a oferta de serviços de diagnóstico e tratamento oncológico por meio da contratualização do Hospital de Câncer de Mato Grosso e do Hospital Geral e Maternidade de Cuiabá.

 

Essas instituições atuam como Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON). Além delas, o atendimento especializado também está disponível no Hospital Santo Antônio, em Sinop; no Hospital Regional de Cáceres; e nas Santas Casas de Cuiabá e de Rondonópolis.

 

Cenário nacional

 

Em nível nacional, o Ministério da Saúde registrou um aumento de 32% nos atendimentos a homens com até 49 anos para tratar câncer de próstata entre 2020 e 2024. O número de assistências passou de 2,5 mil para 3,3 mil.

 

Entre os procedimentos realizados pelo SUS no período, a maioria correspondeu a quimioterapia, com participação entre 84% e 85%. Na sequência, aparecem as cirurgias oncológicas, que representaram de 10% a 12% dos procedimentos, e a radioterapia, com 3% a 4%.

 

estudos ses câncer de próstata

 Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES)

 

Sobre a doença

 

O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele.

 

A doença afeta a próstata, glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, canal responsável por conduzir a urina.

 

Embora seja mais frequente em homens com 65 anos ou mais, a doença também pode afetar pessoas mais jovens, principalmente quando há histórico na família, os exames devem ser feitos de forma precoce e anualmente. 

 

Em entrevista recente ao MidiaNews, o oncologista clínico Marcos Rezende, professor e especialista pelo Centro de Referência em Câncer A.C. Camargo, em São Paulo, disse que o câncer próstata está muito relacionado à questão da idade.

 

"Quanto maior a idade, maior o risco de desenvolvimento da doença. Histórico familiar é um fator importante também. Saber se há casos na família já é um sinal de alerta para que o paciente procure ajuda”, afirmou.

 

De acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Urologia, Rezende reforçou a idade indicada para o início do rastreamento.

 

“Na população masculina em geral, a partir dos 50 anos todo homem deve realizar o exame de toque reto e o PSA. Nos casos em que há alto risco familiar, essa faixa etária pode ser reduzida para 40 e 45 anos”, explicou.

 

Quando diagnosticado precocemente, o câncer de próstata tem até 90% de chance de cura. A doença é geralmente assintomática em suas fases iniciais, o que reforça a necessidade de exames periódicos.

 

Entre os possíveis sintomas, estão: dificuldade ou dor ao urinar; sangue na urina; diminuição do jato urinário; e necessidade de urinar com maior frequência, inclusive à noite.

 

Recomendações para prevenção

 

Rezende recomenda a adoção de hábitos saudáveis como forma de reduzir o risco de câncer e de outras doenças crônicas.

 

“Outro ponto que precisamos reforçar é a atividade física e a dieta. A alimentação é fundamental: é importante evitar dietas inflamatórias. Medidas saudáveis ajudam na prevenção. Já dieta inflamatória, sedentarismo, histórico familiar e idade são fatores que aumentam significativamente o risco”, completou o médico.

 

Manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menor consumo de gordura de origem animal, é uma das medidas.

 

Outras recomendações incluem: praticar ao menos 30 minutos diários de atividade física; manter o peso adequado; evitar o consumo excessivo de álcool; e não fumar.

 

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