KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
A Corregedoria Geral da Polícia Militar de Mato Grosso vai abrir uma sindicância para apurar as denúncias contra os policiais Robson Rocha e Franco Nascimento, ambos lotados em Santo Antônio do Leveger (27 km ao Sul de Cuiabá), acusados de espancar dois turistas argentinos em Cuiabá.
Os professores Luis Marcelo Lujan, 29, e Ignácio Augustin Lujan, 26, dizem que foram espancados e acusados de furto quando saiam da boate Gerônimo, localizada na localizada na Rua Cândido Mariano, no Centro. O incidente foi registrado na madrugada do último sábado (31).
Segundo a assessoria da Policia Militar os policiais continuam trabalhando normalmente e não serão afastados de suas funções até que se tenha prova das acusações feitas pelos professores, que são irmãos.
Após a confusão, os argentinos acabaram presos sob acusação de furto e só deixaram a cadeia na noite de quarta-feira (4). A advogada dos irmãos, Beatriz Viana, diz que seus clientes conheceram duas mulheres com quem dançaram. Isso teria despertado ciúmes nos policiais, que foram até a saída da casa noturna atrás dos irmãos.
Segundo a versão dos professores, já do lado de fora, os dois policiais, que estavam sem identificação, abordaram os irmãos e ficaram pedindo uma bolsa, supostamente furtada de uma das mulheres.
A advogada Beatriz Viana, que intermediou a liberação dos professores disse que várias falhas ocorreram em todo o processo. Desde a falsa denúncia de furto até a forma como eles foram detidos.
“É vergonhoso para nós brasileiros um papelão desse. Esse rapazes foram presos e espancados por policiais militares, que estavam a paisana, se divertindo, bebendo e dançando. Ficou evidente o ciúmes que sentiram dos irmãos argentinos. Eles tiveram vários direitos privados, inclusive, o de serem representados por um advogado. Só fiquei sabendo da situação por que a minha cunhada que é colombiana, presenciou a confusão e me ligou. Fui até a Central de Flagrantes e os professores, já espancados, me imploraram por ajuda”, lembrou Beatriz.
O cônsul argentino Gabriel Herrera veio de Brasília para Cuiabá para intermediar a liberação dos professores. Ele acusou as polícias Civil e Militar de Mato Grosso de despreparo, no episódio do espancamento e prisão.