Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
INCIDENTE DIPLOMÁTICO
05.04.2012 | 18h02 Tamanho do texto A- A+

Polícia nega arbitrariedade; argentino reafirma agressão

Nota da Segurança Pública diz que prisão não foi ilegal; professor mostra que perdeu dentes

Secom-MT/Divulgação

Delegado Garcia nega arbitrariedade; argentino Ignacio mostra que agressão o deixou sem três dentes

Delegado Garcia nega arbitrariedade; argentino Ignacio mostra que agressão o deixou sem três dentes

KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO

A Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, sob o delegado Anderson Aparecido dos Anjos Garcia, negou, nesta quinta-feira (5), que tenha violado qualquer tratado internacional, com a prisão dos professores argentinos Luis Marcelo Lujan, 29, e Ignácio Augustin Lujan, 26, no final da semana que passou, em uma boate da Capital.

Os irmãos alegam que foram espancados e presos, arbitrariamente, pelos policiais militares Robson Rocha e Franco Nascimento, ambos lotados em Santo Antônio do Leveger (27 km ao Sul de Cuiabá), quando saíam da casa noturna Gerônimo, localizada na Rua Cândido Mariano, no Centro. O incidente foi registrado na madrugada do último sábado (31).

A nota da Polícia Civil informa que a instituição "cumpriu fielmente a legislação penal brasileira e os tratados internacionais". E enfatiza que a Polícia Civil agiu "com ética, transparência e respeito à integridade do cidadão, sem violar quaisquer direitos constitucionais".

A instituição garante que, após a prisão, tentou manter contato com o Consulado da Argentina, mas não teria obtido sucesso. Também informa que não foi arbitrado o pagamento de fiança, pelo fato de os dois professores argentinos terem sido autuados por crime de “furto qualificado”, cuja pena retira da autoridade policial o poder de arbitramento de fiança.

Reclamação do cônsul

Em entrevista coletiva na manha desta quinta-feira, em um hotel da Capital, o cônsul argentino Gabriel Herrera acusou as polícias Civil e Militar de Mato Grosso de despreparo, no episódio do espancamento e prisão de dois professores.

Herrera é chefe da seção Jurídica da Embaixada da República Argentina no Brasil e foi enviado para Cuiabá, a pedido da Embaixada Argentina, para mediar, junto à Secretaria de Segurança Pública, a libertação dos professores.

“Fui chamado para resolver essa situação, mas não foi fácil. A embaixada ligou três vezes para o Presídio Carumbé e não foi atendida. O diretor não estava e muito menos o adjunto. Além do mais, nossos irmãos possuem nível superior e foram encaminhados para cela comum. Antes disso, foram espancados, e um perdeu três dentes e estourou um ouvido. Mesmo se eles tivessem roubado, coisa que não aconteceu, não poderiam ter sido espancados dessa forma. Eles fizeram exame de corpo de delito e foram atendidos pelo médico do presídio. Estavam muito abalados e machucados. Foram muitos socos no rosto”, disse o jurista.

O cônsul disse ainda que a situação foi agravada por falta de postura ética e pelo despreparo dos órgãos de Segurança do Estado. Ele explicou que, em qualquer situação que envolva estrangeiros, a primeira coisa a se fazer é comunicar o fato à embaixada do país envolvido.

Os professores Luiz e Ignácio foram colocados em liberdade na madrugada desta quinta-feira. Eles seguiram para Brasília e, de lá, irão retornar à Argentina.

Confira a íntegra da nota Polícia Civil: 

A Polícia Judiciária Civil do Estado de Mato Grosso, frente aos noticiários veiculados na mídia local sobre o caso envolvendo dois cidadãos argentinos, esclarece que em momento algum agiu fora dos limites impostos pelo ordenamento jurídico do Brasil. A Polícia Civil cumpriu fielmente o que preconiza à legislação penal brasileira e tratados internacionais, trabalhando sempre dentro da ética, transparência e respeito a integridade e inviolabilidade dos direitos constitucionais inerentes as pessoas, sejam nacionais ou estrangeiros residentes ou em trânsito pelo País.

Na autuação em flagrante dos dois cidadãos argentinos, a Polícia Judiciária Civil buscou fazer contato com o consulado da Argentina, porém não obtendo sucesso, como consta os procedimentos de pesquisa nos autos do inquérito policial, bem como do despacho do delegado de plantão que presidiu o auto de prisão em flagrante, à folha 25: “Certificar a tentativa sem êxito nos contatos com os consulados argentinos..."

A Polícia Civil esclarece ainda: primeiro, a autuação em flagrante delito se deu em final de semana, segundo, não foi arbitrada fiança na esfera policial pelo fato dos dois cidadão argentinos terem sido autuados por crime de “furto qualificado”, cuja pena retira da autoridade policial o poder de arbitramento de fiança. Terceiro, ao receber a documentação do flagrante, a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos da Capital, imediatamente comunicou a Polícia Federal, conforme ofício nº 1.242/12, juntado aos autos do inquérito policial, conduzido pelo delegado Francisco Kunze.

Diante do exposto, a Polícia Judiciária Civil não reconhece nenhuma irregularidade procedimental por parte da Instituição, ressaltando que todos os procedimentos processuais foram estritamente respeitados, como os direitos constitucionais dos cidadãos.

Anderson Aparecido dos Anjos Garcia
Diretor Geral da Polícia Civil de Mato Grosso

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COMENTÁRIOS
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Marcos  07.04.12 08h01
PESSOAS QUE SÃO TREINADAS , MSCANDO CARNE E PSSANDO UM NA BOCA DO OUTRO ATÉ CHEGAR NO FINAL DA FILA, QUER SE ESPERAR O QUE DE PESSOAS ASSIM ? PLANTA O QUE SE COLHE NÃO É ? SE TREINA UM ANIMAL PARA PUXAR CARAGA, VAI PUXAR CARGA UÉ, SE TREINA UM POLICIAL PARA GRITAR E SAIR ATIRANDO, SÓ ISSO QUE SABERÁ FAZER, MAS ACREDITO QUE NÃO É ESSE O CASO, ISSO FOI PESSOAL, USO DE PODER ABUSIVO, FORA DO PROPOSITO, "USO DA FARADA PARA RESOLVER UMA SITUAÇÃO PESSOAL." DEUS ME LIVRE DE UMA SITUAÇÃO COMO ESSA, POIS SE A JUSTIÇA NÃO RESOLVE, RESOLVO PESSOALMENTE TAMBÉM NA MESMA FORMA, SE SOMENTE SABEM TRATAR ASSIM, ASSIM SERIAM TRATADOS,.
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Carlos  06.04.12 22h44
Andei lendo os comentarios deixado pelos leitores, analizei e não quero aqui dizer que as opinioes ou criticas são maldosas, mas acho que temos que verificar antes de generalizar as criticas pra ver em que tempo, local, por quem os suspeitos ou conduzidos foram agredidos. Todos fazem referencia apenas ao comentario do Diretor da Policia Civil, foi quem por atribuição e satisfação veio a publico expor e esclarecer o fato, apartir do momento que a guarnição da policia militar faça a entrega do preso na delegacia. Outra coisa que resalto e verificar como se deram a abordagem, se os presos reagiram, sabemos que a nação de origem dos mesmos trazem no sague a truculencia na flor da pela, e acredito que jamais iriam se entregar de boa aos policiais sabendo que estava praticando crime em nosso estado e pais. Portanto, sugiro aos comentarista desta pagina que procuram a se passar por um policial pra sentir o stress do exercicio da função, aparentemente agente ver os policiais, e a primeira ideia é de que eles não fazem nada, mas não pensamos que a qualquer momento em enfrentamento com batidos, ou qualquer um de nos da sociedade, els podem perder a vida, em nossa defesa, e muitas vezes esquecemos que os policiais também é um ser social, reside nesta cidade e que são trabalhador comum igual a qualquer um. CRITICAS CONSTRUTIVAS, VAMOS LA NA CONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE MAIS HUMANA
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ondino  06.04.12 21h16
E estes 2 Policialecos não deveriam terem sido AUTUADOS por agressão e tentativa de homcídio. Por que os argentinos aão bandidos e os dois policiaiais que agrediram não são ??? Qual é a função do policial? prender ou bater. Se bateu é bandido também
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marcello taveira  06.04.12 20h25
legalidade??? o que significa o senhor sabe? esse estado esta cheio de imundos por toda parte. estrangeiro aqui apanha ou morre, que vergonha!!!! respeitem mais as pessoas.
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Maraisa  06.04.12 20h23
Esta é uma política de segurança, este são policiais treinados, querem trazer a Copa para cá com estes tipos de manchetes policiais??? Com a palavra sr. governador e secretário de INSegurança, VERGONHOSO!!!!
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