O presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro, denunciou ao Ministério do Trabalho na tarde desta quarta-feira (27) oito empresas por irregularidades na contratação de engenheiros estrangeiros, principalmente chineses e coreanos, e até franceses. As empresas são das áreas de telefonia, siderurgia e construção civil, segundo o Crea-RJ.
As irregularidades mais comuns são ausência de registro profissional, cartão provisório do Crea-RJ vencido, anuidade em atraso e falta de visto para atuar no Rio de Janeiro, explicou Guerreiro.
O presidente do Crea-RJ disse que a entidade identificou a presença de estrangeiros trabalhando em situação irregular em 27 empresas do Rio, num total aproximado de 600 profissionais. Todas foram oficiadas e 19 prestaram informações à entidade e mostraram interesse em regularizar a situação dos funcionários estrangeiros.
Apenas oito não responderam ao Crea-RJ de forma eficiente, ainda segundo Guerreiro, e por isso foram denunciadas pela entidade ao Ministério do Trabalho, que passará a fiscalizá-las, podendo puni-las se resistirem a prestar informações e a regularizar a situação de seus funcionários estrangeiros.
Segundo a coordenadora de Fiscalização Externa da entidade, Solange Teixeira, todos os estados sofrem com a atuação irregular de estrangeiros, mas o Rio de Janeiro é um dos mais afetados.
"Principalmente pela fase positiva de investimentos e grandes empreendimentos. Temos que resguardar os profissionais brasileiros, fazendo com que a legislação seja respeitada e que eles tenham mais oportunidades no mercado de trabalho", disse ela.
Incentivo à mão de obra nacional
As áreas que mais abrigam profissionais estrangeiros são as de petróleo, estrutura naval, telecomunicações, elétrica e siderurgia, diz o presidente do Crea-RJ. Agostinho Guerreiro explica que são vários os motivos para a vinda desses profissionais.
“A crise em diversos países é uma delas. Mas, na maioria das vezes, a atração do profissional é feita por meio de projetos que vêm de outros países. São poucos os profissionais que vêm de forma isolada. Temos que incentivar o uso de mão de obra nacional para não haver prejuízo para os engenheiros brasileiros”, afirmou Guerreiro.
O presidente do Crea-RJ ressalta que há a necessidade de transferência de tecnologia, mas que isso não pode servir de desculpa para uma invasão.
“A engenharia brasileira é uma das maiores e melhores do mundo. Pode haver segmentos que necessitem de transferência de tecnologia, mas isso deve ser feito de forma controlada e de acordo com a lei", explica.
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