O advogado Antônio Espósito, contratado pelo segurança Jefferson Luiz Lima Medeiros, 24, já admite que possa ter ocorrido "um excesso de violência" na abordagem ao vendedor ambulante Reginaldo Donnan dos Santos Queiroz, 31, na tarde de sábado (29), no Goiabeiras Shopping Center. "Pode até ter havido um excesso, mas nunca tiveram a intenção de matar", defendeu o advogado, ao descartar o espancamento, fato que, provavelmente, levou Reginaldo à morte na terça-feira (1º), no Pronto-Socorro de Cuiabá.
Jefferson Medeiros prestou depoimento, na manhã desta terça-feira (8), no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do Verdão, à delegada Ana Cristina Feldner, que preside o inquérito sobre a morte do vendedor ambulante. Ao deixar o Cisc, após cinco horas de testemunho, Jefferson limitou-se a dizer que acredita na Justiça. "A Justiça vai responder. Vou provar que sou inocente", declarou.
O segurança é apontado com um dos acusados de terem, supostamente, espancado Reginaldo Donnan até a morte. Ainda figuram como suspeitos, o também segurança do Goiabeiras, Ednaldo Rodrigues Belo, 29, e os dois militares que conduziram Reginaldo do shopping até o Cisc Verdão e, posteriormente, ao Pronto-Socorro, identificados como cabo Vanderley e soldado Mathias. Os quatro já prestaram depoimentos, mas não foi descartada a necessidade de serem ouvidos novamente.
Com poucas palavras e, na maioria das vezes, repetindo que "a Justiça irá responder" e provar sua inocência, Jefferson Medeiros declarou que nunca pensou que isso poderia acontecer com ele e afirmou estar constrangido com a situação. "Estou constrangido, mas não tenho do que fugir. Por isso, estou mostrando a minha cara. Estou aqui para prestar esse serviço à Justiça e esclarecer os fatos. Estou à disposição para contribuir com as investigações", afirmou, evitando falar sobre o episódio.
Defesa
O advogado Antônio Espósito disse que está aguardando a conclusão dos laudos do Instituto Médico Legal (IML), que deve apontar a causa morte do vendedor ambulante, bem como da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que fez o estudo de criminalística no local do crime, para começar a montar a linha de defesa do cliente.
"Precisamos das conclusões para elaborar a defesa, uma vez que Reginaldo foi entregue os policiais militares com alguns ferimentos, inclusive, com o nariz sangrando, mas com vida e consciente", afirmou.
O advogado revelou que seu cliente, em depoimento, contou que Reginaldo pode ter sofrido ferimento em três momentos da condução até a sala da segurança. A primeira foi na abordagem em frente à loja Beto Esportes, quando ele teria caído e ainda por outras duas ocasiões, na escada de serviço do Goiabeiras Shopping. "Na saída da loja, ele [Reginaldo] avançou nos seguranças e, ao ser imobilizado, sofreu uma queda; na condução, ele debateu-se e caiu na escada duas vezes. Na primeira, bateu o nariz e na, segunda, caiu de lado, batendo a cabeça", contou Espósito.
Após as três quedas, Reginaldo teria sangrado muito pelo nariz. Na ocasião, os seguranças teriam oferecido gelo para que ele colocasse no ferimento. Após oferecerem o gelo, Jefferson Medeiros teria feito uma avaliação no estado de saúde do vendedor ambulante e decidiu que não haveria necessidade de acionar os médicos.
"O Jefferson tem treinamento de primeiros-socorros e avaliou que não era necessário chamar os médicos. Por isso, chamou a Polícia Militar para conduzir Reginaldo até a delegacia", disse o advogado.
No momento em que os policiais chegaram no shopping, segundo o segurança, os dois foram até a sala de segurança e teriam algemado Reginaldo para levá-lo para o Cisc Verdão. Na saída, segundo o advogado, o vendedor ambulante, que estava todo ensangüentado, não queria ser visto. Foi quando Jefferson teve a idéia de retirá-lo das dependências do shopping dentro do contêiner de transportar lixo.
"A idéia foi do Jefferson, mas com a anuência dos policiais militares e do próprio Reginaldo. Ambos foram favoráveis que ele entrasse no contêiner", afirmou o advogado.
No sábado, Jefferson Medeiros estava como chefe de plantão da segurança no shopping. Por este motivo, segundo o advogado, ele teria conduzido todo procedimento dentro do estabelecimento. "Ele era o responsável naquele dia, mas, com a chegada da Polícia Militar, a responsabilidade passou a ser dos policiais, que receberam Reginaldo falando e consciente", reafirmou Antonio Espósito.
O caso
Reginaldo entrou no Goiabeiras Shopping por volta das 16h30, de sábado (29), para comprar ingressos de um evento e, depois, sentou-se na praça de alimentação para tomar um suco, acompanhado de duas mulheres. Ele estava carregando vários porta-latinhas, trajando roupa simples e um chapéu de abas largas.
Segundo relatos, ele foi abordado na praça de alimentação por dois seguranças, quei recolheram o material levado por Reginaldo, além do seu chapéu. Momentos depois, ele foi imobilizado na loja Beto Esportes e levado pelos seguranças Jefferson Medeiros e Ednaldo Belo até a sala de segurança.
O vendedor ambulante saiu da sala da segurança dentro de um contêiner, provavelmente, já inconsciente, e deu entrada no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, às 21 horas. Na segunda-feira (31), foram constatados indícios de morte cerebral, sendo mantido vivo com auxílio de aparelhos. Na terça-feira (1º), no final da tarde, Reginaldo morreu.
A Polícia Civil investiga o caso. A delegada Ana Cristina Feldner colhe depoimento dos envolvidos e aguarda os resultados do IML e Politec. A previsão é que o caso seja encerrado dentro do prazo limite de 30 dias.
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6 Comentário(s).
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Milene Silva 09.09.09 08h03 | ||||
rapaz o povo nao é besta, toma vergonha sr advogado... que conversa mole é essa??????? | ||||
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nelson 09.09.09 06h36 | ||||
O Reginaldo caia sozinho., os mocinhos chamados como seguranças somente o apoiaram., ele se machucou sozinho., levou 3 tombos., so isso., fala serio ., trogroditas., mal informados., esses caras se acham porque usam oculos escuros e tem um fone de ouvido., e as vezes um adorno., a maioria desses seguranças são ignorantes., mas tem um adorno., uns são chegados., outros disfarçam., etc | ||||
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carlos simões 09.09.09 01h50 | ||||
Grande amigo Toninho Espósito, advogado de grande conhecimento e competência, é uma parada dura essa, hein! O proeter dolo tá presente, assumiram o risco de produzir o resultado, por isso, com todo o seu competente esforço, ouso discordar. Deverão ir a juri popular os assassinos, é o que a sociedade clama e espera, porque estão presentes os elementos do tipo penal. | ||||
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dmostenes 09.09.09 00h36 | ||||
Ao que me parece essas indagações indefectíveis ditas por este "sorrateiro" e "nobre" cidadão está cheirando a mirabolantes fatos forjados na mais pura busca ao estrelato e ao metal vil,esquecendo a dor e a tristeza profunda pela qual a família da vítima tá passando!!não subestimem a nossa inteligencia... | ||||
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Marcio Santana 08.09.09 23h51 | ||||
o coitado,,,, é santinho... nao fez nada,,,,VERGONHA NA CARA, QUEREMOS JUSTIÇA!!!!!!!! | ||||
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