O delegado Pablo Carneiro, da Delegacia de Estelionatos de Cuiabá, se defendeu, nesta terça-feira (24), da acusação de abuso de autoridade ao detalhar a voz de prisão dada ao médico residente Gilmar Silvestre de Lima durante uma consulta no Hospital H. Bento, na Capital.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o delegado afirmou que a prisão ocorreu após o médico infringir o Código Penal Brasileiro ao afirmar que era anestesista sem possuir o título de especialização. Gilmar também teria, segundo Carneiro, cometido falsidade ideológica por assinar documentos como médico especialista.
Diante da situação, o delegado relatou ter buscado orientação com um colega de profissão, que, após analisar o caso, o aconselhou a dar voz de prisão ao médico.
“Por conta de tais fatos, eu mesmo solicitei que outro delegado analisasse a situação e deliberasse sobre a ratificação ou não da voz de prisão. Nessa situação, o plantonista poderia, de maneira mais isenta, analisar todas as controvérsias que cercam principalmente o delito de exercício ilegal da medicina”, relatou o delegado.
Diante da materialidade do delito, o delegado afirmouq ue solicitou ao hospital documentos referentes a outros atendimentos e constatou que a mesma situação teria ocorrido com ao menos 13 pacientes.
O delegado também declarou que, ao analisar a condição de residente, verificou que o hospital não possuía programa de residência médica em anestesia, o que configuraria outra irregularidade, já que Gilmar era aluno de outro hospital.
“Há ainda a assinatura do residente no campo destinado ao médico anestesista. Outro fato que merece destaque é que, em nenhum momento, esse médico residente estava acompanhado por um preceptor”.

“O hospital, que não é um hospital-escola, não possui programa de residência médica em anestesia. Ou seja, esse residente era inscrito em um programa de residência de outro hospital”, acrescentou.
Diante do caso, o delegado disse considerar a situação complexa e destacou que necessita de análise aprofundada, já que inicialmente quem deveria atendê-lo seria uma médica, e não o residente.
Ele questionou se Gilmar poderia ter sido designado para a função sem supervisão adequada e pediu ao CRM-MT, ao Ministério da Educação e ao Ministério do Trabalho para acompanhar este detalhe do caso.
“Fica aqui a dica para que o MEC, o CRM e o Ministério Público do Trabalho acompanhem de perto esse caso, sobretudo em relação a essas possíveis violações aos direitos dos residentes”, finalizou.
Veja vídeo:
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