Cuiabá, Quinta-Feira, 27 de Novembro de 2025
MÉDICO DETIDO; VÍDEO
27.11.2025 | 14h30 Tamanho do texto A- A+

Delegado nega abuso e diz ter buscado orientação antes de prisão

Pablo Carneiro detalhou motivos da prisão e apontou possíveis irregularidades no hospital

Victor Ostetti/MidiaNews

Delegado Pablo Carneiro, que prendeu médico após consulta

Delegado Pablo Carneiro, que prendeu médico após consulta

ANDRELINA BRAZ
DA REDAÇÃO

O delegado Pablo Carneiro, da Delegacia de Estelionatos de Cuiabá, se defendeu, nesta terça-feira (24), da acusação de abuso de autoridade ao detalhar a voz de prisão dada ao médico residente Gilmar Silvestre de Lima durante uma consulta no Hospital H. Bento, na Capital.

 

Por conta de tais fatos, eu mesmo solicitei que outro delegado analisasse a situação e deliberasse sobre a ratificação ou não da voz de prisão

Em vídeo publicado nas redes sociais, o delegado afirmou que a prisão ocorreu após o médico infringir o Código Penal Brasileiro ao afirmar que era anestesista sem possuir o título de especialização. Gilmar também teria, segundo Carneiro, cometido falsidade ideológica por assinar documentos como médico especialista.

 

Diante da situação, o delegado relatou ter buscado orientação com um colega de profissão, que, após analisar o caso, o aconselhou a dar voz de prisão ao médico.

 

“Por conta de tais fatos, eu mesmo solicitei que outro delegado analisasse a situação e deliberasse sobre a ratificação ou não da voz de prisão. Nessa situação, o plantonista poderia, de maneira mais isenta, analisar todas as controvérsias que cercam principalmente o delito de exercício ilegal da medicina”, relatou o delegado.

 

Diante da materialidade do delito, o delegado afirmouq ue solicitou ao hospital documentos referentes a outros atendimentos e constatou que a mesma situação teria ocorrido com ao menos 13 pacientes.

 

O delegado também declarou que, ao analisar a condição de residente, verificou que o hospital não possuía programa de residência médica em anestesia, o que configuraria outra irregularidade, já que Gilmar era aluno de outro hospital.

 

“Há ainda a assinatura do residente no campo destinado ao médico anestesista. Outro fato que merece destaque é que, em nenhum momento, esse médico residente estava acompanhado por um preceptor”.

 

O hospital, que não é um hospital-escola, não possui programa de residência médica em anestesia

 

“O hospital, que não é um hospital-escola, não possui programa de residência médica em anestesia. Ou seja, esse residente era inscrito em um programa de residência de outro hospital”, acrescentou.

 

Diante do caso, o delegado disse considerar a situação complexa e destacou que necessita de análise aprofundada, já que inicialmente quem deveria atendê-lo seria uma médica, e não o residente.

 

Ele questionou se Gilmar poderia ter sido designado para a função sem supervisão adequada e pediu ao CRM-MT, ao Ministério da Educação e ao Ministério do Trabalho para acompanhar este detalhe do caso.

 

“Fica aqui a dica para que o MEC, o CRM e o Ministério Público do Trabalho acompanhem de perto esse caso, sobretudo em relação a essas possíveis violações aos direitos dos residentes”, finalizou.

 

 

Veja vídeo:

 

 

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