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07.11.2015 | 15h20 Tamanho do texto A- A+

Dois anos após vagões chegarem, obra do VLT está parada

Obras de R$ 1,477 bilhão estão paralisadas desde o final de 2014

Marcus Mesquita/MidiaNews

Desde que chegaram, vagões do VLT estão estacionados na central de controle e manutenção, em Várzea Grande

Desde que chegaram, vagões do VLT estão estacionados na central de controle e manutenção, em Várzea Grande

DO G1 MT

A chegada dos primeiros vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá completou dois anos nesta sexta-feira (6) em uma época sem qualquer perspectiva de retomada das obras de implantação do metrô de superfície, trabalhos que estão paralisados na região metropolitana da capital.

 

Licitada por R$ 1,477 bilhão, a implantação do VLT havia sido contratada pelo estado para a Copa do Mundo de 2014 e teve início em 2012, mas apenas sete dos 22 quilômetros de trilhos previstos foram construídos até a paralisação das obras no final do ano passado.

 

No dia 6 de novembro de 2013 chegaram a Cuiabá os primeiros sete vagões (módulos) do metrô de superfície. Assim como aconteceria com as demais 33 composições fabricadas na Espanha, os vagões foram transportados em carretas do Porto de Santos (SP) até Cuiabá.

 

Na ocasião, a chegada foi anunciada pelo então governador Silval Barbosa (hoje preso) e as carretas com os veículos – com capacidade para 400 pessoas cada - passaram por algumas das principais avenidas da cidade antes de os módulos serem armazenadas na área destinada ao futuro centro de controle e manutenção, em Várzea Grande (cidade da região metropolitana), onde estão até hoje sem terem transportado um só passageiro desde então.

 

Dentro do valor global das obras de implantação do VLT, a aquisição do material rodante (que inclui os vagões) corresponde a pouco mais de um terço. Os veículos foram fornecidos pela empresa espanhola CAF, uma das integrantes do consórcio vencedor da licitação.

 

Sob alegação de problemas com desapropriações judiciais, o governo estadual e o consórcio responsável descumpriram o prazo original de entrega das obras do VLT, fixado em março de 2014. O contrato chegou a ser aditivado prorrogando o prazo até o final do ano, mas, mesmo assim, os trabalhos não foram executados: devido ao não recebimento de pagamentos mensais de outubro, novembro e dezembro de 2014, o consórcio paralisou os trabalhos no final daquele ano.

 

Devido a discordâncias entre o estado e o consórcio sobre o contrato e o andamento das obras do VLT, o caso foi para a Justiça Federal. De um lado, o consórcio alega necessidade de recebimento dos valores atrasados, revisão contratual e novos aportes financeiros para finalizar os trabalhos. Do outro, o estado aponta falhas de engenharia e se nega a desembolsar mais dinheiro pela obra, para a qual já pagou mais de R$ 1 bilhão.

 

Enquanto isso, os vagões têm passado por manutenção e este ano foram submetidos a vistoria da estrutura física, já que estão estacionados expostos a chuva e sol no centro de controle, localizado ao lado do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.

 

Recentemente, por determinação da Justiça, o atual governo contratou uma empresa de consultoria pelo valor de R$ 3,8 milhões para fazer um estudo de viabilidade da retomada das obras do VLT. Em 120 dias, a empresa deverá apontar a possibilidade de um cronograma de continuidade dos projetos e a viabilidade financeira do sistema de transporte.

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Paul  07.11.15 17h01
Os problemas do VLT residem em três pilares: 1) Inexperiência política. O governador não galgou os conhecidos degraus da política. Não foi vereador, prefeito, deputado. Foi senador e virou governador. Mostra dificuldade em transigir. 2) Mostra descaso com a qualidade do modal - isto é, decidiram que a classe média cuiabana, diferente da européia; não precisa de um bom transporte. Para o trabalhador, sem carro, qualquer carroça com pneus, serve. 3) Pirraça do governo ao optar por bater de frente com o consórcio. Qual a razão de jogar a questão no colo do judiciário? Se, no Brasil, governos deixam caríssimos equipamentos hospitalares apodreceram nos corredores dos hospitais, deixar unidades do "meliante" VLT se deteriorarem ao relento mostra ressentimento político, dor de barriga, apenas.
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Carlos Nunes  07.11.15 16h21
Qual foi o esperto que comprou as composições do VLT...sem antes ter construído os 22 Km de trilhos e as quase 40 Estações? É a mesma coisa que comprar um caro importado caríssimo sem antes ter feito a garagem, ou comprar todos os equipamentos de um Hospital, sem antes ter feito o Hospital. Esse foi o maior erro da novela VLT. Foi jogar quase MEIO BILHÃO DE REAIS, que custaram as composições no lixo...bem, no lixo já tinham jogado alguns milhões de reais em remédios porque deixaram vencer o prazo de validade. Agora, em 2016, com a baita crise nacional, que terá um efeito cascata nos Estados e municípios, será a época das vacas magérrimas. O dinheiro só será aplicado em obras muito essências. E o Taques vai ter que distribuir proporcionalmente o dinheiro minguado entre os 141 municípios...não existe só Cuiabá. Até os juros do BNDES a Dilma já aumentou, acabou a farra com o dinheiro, e ela está certa, tem que aplicar o dinheiro só em prioridades, o resto é supérfluo. As Obras da Copa, o VLT, etc, deveriam ter sido concluídos ANTES DA COPA, ou até o final do mandato do Silval...FRACASSARAM. Só deixaram um montão de Obras inacabadas que, para terminar exigirão um montão de dinheiro - ALGUNS BILHÕES DE REAIS. Para vestir "o santo" VLT, vão ter que desvestir vários santos, isto é, deixar de investir em setores realmente essenciais. Ih! essa novela VLT ainda vai longe.
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