Empresário de Chapada usou cobertor para se matar, diz delegado

O delegado Eugênio Rudy Junior, titular da Delegacia de Chapada dos Guimarães (67 km de Cuiabá), descartou que tenha havido falha de policiais na morte do empresário Edson Barros Barbosa, de 40 anos, que se enforcou dentro de uma cela, na última quarta-feira (7).

Naquele dia, o empresário, que era dono da Ebs Tecnologia, foi preso em flagrante acusado de agredir a ex-companheira. 

Se ele tivesse se enforcado com o cinto ou com algum objeto cortante, aí eu diria que houve falha

De acordo com o delegado, foram realizados todos os procedimentos padrões da prisão e os policiais não tinham como evitar a morte de Edson, que tirou a própria vida se enforcando com um cobertor. 

“Sem nenhuma chance [de falha policial]. Porque foi feito todo procedimento. Se ele tivesse se enforcado com o cinto ou se matado com algum objeto cortante, aí eu diria que houve falha”, firmou Eugênio Rudy. 

Ele destaca que a oferta de cobertores para os detentos é um procedimento padrão e necessário, considerando o clima de Chapada, principalmente durante a noite, período em que Edson cometeu o suicídio. 

“Entendo que seria desumano deixar uma pessoa lá na cela à noite, em Chapada, que é frio, sem um cobertor, sem um lençol, uma coisa que ajudasse ele a se cobrir. Infelizmente é uma fatalidade inevitável quando a pessoa tem o desejo de tirar a própria vida”, acrescentou. 

No momento em que a morte ocorreu, entre 21h e 22h, os policiais militares estavam fazendo o boletim de ocorrência sobre a agressão. Quando um deles foi verificar os dados do empresário na cela, já se deparou com ele morto. 

Reprodução

Edson Barros Barbosa foi encontrado morto em cela na última quarta (6)

Após encontrar o corpo, a Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica) foi acionada para realizar o exame de local e a perícia pelo médico legista. Foi instaurado o inquérito e dado início às investigações. 

O delegado afirmou que no mesmo dia do ocorrido os policiais militares que prenderam Edson e o policial civil plantonista também foram ouvidos. No momento o resultado da perícia é aguardado para a finalização do inquérito. 

A Polícia Civil informou ao MidiaNews que a Corregedoria Geral acompanha as investigações e que, após a conclusão do inquérito, deve verificar se há necessidade de instauração de procedimento para averiguar a conduda do policial civil. 

Conhecido na cidade, Edson era proprietário de uma empresa de tecnologia, a ERBs. 

O crime 

Edson foi autuado na manhã de quarta-feira após a sua ex-mulher fazer um boletim de ocorrência por agressão, que teria ocorrido no sábado. A Polícia então decidiu não fazer a prisão em flagrante, já que havia se passado quatro dias do crime. 

Enquanto ela recebia o atendimento psicossocial na Delegacia, o empresário, ainda aguardando o interrogatório, enviou uma mensagem de cunho ameaçador à vítima. Neste momento, os policiais decidiram pela prisão em flagrante. 

Edson passou por audiência de custódia e foi liberado, dirigindo-se imediatamente à casa da ex, invadindo a residência e a agredindo. Ele também quebrou alguns móveis e o veículo dela. A Polícia Militar foi acionada e o prendeu novamente. 

Horas depois, no mesmo dia, Edson foi encontrado sem vida na cela. 

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