Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
MORTE NO GOIABEIRAS
25.06.2013 | 15h57 Tamanho do texto A- A+

Ex-segurança recebe benefício da Justiça e trabalha no Bope

Ele foi condenado pelo assassinato de vendedor dentro de shopping da Capital

Reprodução

Jefferson Medeiros foi condenado pelo assassinato do vendedor Reginaldo Donnan (dest.)

Jefferson Medeiros foi condenado pelo assassinato do vendedor Reginaldo Donnan (dest.)

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O ex-segurança do Goiabeiras Shopping Center, Jefferson Luiz Lima Medeiros, condenado a 23 anos de reclusão pelo assassinato do vendedor ambulante Reginaldo Donnan dos Santos Queiróz, está trabalhando no setor de informática do Bope (Batalhão de Operações Especiais), na Capital.

O benefício foi concedido no último dia 14, pelo juiz da Segunda Vara Criminal de Cuiabá, Geraldo Fidelis, e formalmente oficializado na segunda-feira (21).

Consta do despacho que Jefferson preenche "todos os requisitos" necessários à concessão do benefício de “prestação de serviços extramuros”, devido ao bom comportamento carcerário registrado no Centro de Ressocialização de Cuiabá (antiga Cadeia Pública do Carumbé) e por já ter cumprido 1/6 de sua pena.

Jefferson já havia trabalhado anteriormente no Fórum da Capital, em agosto de 2012, no setor de protocolo.

Segundo a assessoria do magistrado, Jefferson já realizava trabalhos intramuros na unidade carcerária.

Ele cumpre jornadas de oito horas e retorna ao CRC todas as noites, acompanhado de um agente prisional e sem direito a sair do local de trabalho. A assessoria do magistrado não soube informar se o trabalho é remunerado.

Jefferson continua cumprindo a pena em regime fechado. Cada três dias de trabalho corresponde a um dia cumprido de pena, segundo a legislação.

O crime


Em setembro de 2010, o ex-segurança foi condenado a 23 anos de reclusão e a um ano e oito meses de detenção por homicídio triplamente qualificado - motivo torpe, com uso de tortura e sem chance de defesa por parte da vítima.

O crime ocorreu em setembro de 2009, quando Donnan foi morto após ser espancado por Jefferson e Ednaldo Rodrigues Belo, quando ambos atuavam como seguranças do shopping.

O vendedor chegou a ser internado no Pronto-Socorro da Capital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Cálculo da pena


Jefferson está preso definitivamente desde 14 de setembro de 2009.

De acordo com o cálculo da pena, realizado em 4 de junho deste ano pelo juiz Geraldo Fidelis, o ex-segurança terá direito a progressão de regime (passando do regime fechado ao semiaberto) apenas em 31 de março de 2017.

O cálculo aponta que ele já teve 263 dias reduzidos de sua pena por serviços já prestados. Quando da publicação da autorização para trabalhar no Bope, o magistrado declarou remidos outros 77 dias da pena do reeducando.

Até essa data, Jefferson já havia cumprido três anos, oito meses e 21 dias de pena, tendo previsão para conclusão da pena apenas em 25 de dezembro de 2031.

O livramento condicional, porém, está previsto para o dia 24 de dezembro de 2022.

Outro lado

Por meio de nota enviada pela assessoria, o Bope confirmou que o ex-segurança está atuando no local, conforme prevê a lei. Confira a íntegra da nota:

"O detento Jefferson Luiz Medeiros foi encaminhado pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, por determinação do juiz da Segunda Vara Criminal, Geraldo Fidelis, por ter cumprido 1/6 da pena e demonstrar bom comportamento, para atuar na obra de construção de um anexo no Batalhão de Operações Especiais (Bope).

A Polícia Militar, assim como outros órgãos governamentais e privados, utiliza da Lei de Execução Penal (artigos nº 28,33,36,37 e 126), em que diz que “o trabalho do condenado, é tido como dever social e uma condição de dignidade humana e tem finalidade educativa e produtiva”, para empregar pessoas para atuarem em serviços de alvenaria, serralheria e demais atividades relacionadas aos serviços gerais".

Leia mais sobre o assunto:

Condenado por assassinato, ex-segurança trabalha no Fórum

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COMENTÁRIOS
26 Comentário(s).

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Roseli Ávila  01.07.13 09h35
Será que alguém indenizou a família?
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Luis  26.06.13 21h38
Luis, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Hélio Silva  26.06.13 19h11
Hélio Silva, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Eder Sampaio Correa  26.06.13 16h59
Não é dupla pena criticar. Apenas é um absurdo ele ter direito a esses benefícios. Tem que ficar na cadeia, regime totalmente fechado, sem progressão de pena.
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elisa  26.06.13 15h50
Concordaria com os trabalhos em lugares preivilegiados ofertados ao Jeferson, desde que este tratamentos fossem oferecidos aos demais detentos,ou seja tratamento igual aos iguais,mas o que sabemos é são desacreditados para prestar serviços na área privada e impedindos de trabalhos (concuros) públicos por alguns anos, não é?
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