Tapume Ilha da Banana
O tradicional Largo do Rosário, ou mais popularmente conhecido como Ilha da Banana, é uma área situada no movimentado Centro de Cuiabá. Apesar da sua localização estar em uma das regiões mais estratégicas, ele está tomado por entulhos e lixos, o que incomoda pessoas que frequentam o local.

Como a Ilha da Banana está próxima ao Beco do Candieiro, também tem sido alvo de usuários de drogas.
A reportagem do MidiaNews esteve no local e constatou que a área está totalmente tomada por lixo como embalagens de alimentos e bebidas, roupas, sapatos e outros objetos pessoais e quebrados. Além disso, há partes dominadas por cinzas, resultado de queimadas.
A pedestre Alenir Moraes passa com frequência em frente ao local e afirmou que a área está cada vez mais feia e perigosa.
“Pessoas de outros Estados e cidades, falam que a nossa cidade está abandonada, uma cidade imunda, suja, cheia de lixo, sem que as autoridades tomem uma atitude. Mande limpar, construir alguma coisa aí, não pode ficar assim, de qualquer jeito, jogado ao léu. Nossa cidade tem que melhorar muito”, disse.
De acordo com ela, a área está completamente abandonada e serve de esconderijo para “bandidos, vândalos e viciados”.
Os tapumes metálicos que foram colocados para cobrir a área e impedir a entrada de pessoas estão parcialmente arrancados. A outra parte está caída no chão, sem função para além do aumento do entulho.
O comerciante Armando Omais, proprietário da loja Olímpica Esportes, que fica ao lado da Ilha da Banana, informou que frequentemente vê pessoas jogando lixo no local.
“O que você vai dizer dali? Que tá totalmente largado, o tapume quase todo caiu, certo? E o lixo, se o cara tem um entulho, ‘o que que tem jogar mais um entulho?’. Assim que ele pensa, então vai agregando cada vez mais. E tem os ratos, todo dia tem um problema de rato aqui nesse casarão. Não tô falando que é por causa dali, mas é lixo que joga na redondeza”, disse.
Além disso, o comerciante reclamou que precisa recolher lixo de marmitex pelo menos duas vezes por dia, já que muitas das pessoas em situação de rua que recebem alimentação no local todos os dias por voluntários deixam as embalagens em meio à rua e na própria Ilha da Banana.
Herança do VLT
Segundo Armando, o local está nesta situação há mais de 10 anos, quando iniciou a ideia do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) e começou a retirada das pessoas que moravam no local.
No entanto, a obra nunca chegou ao local, que foi deixado em uma situação de “abandono total” pelo Poder Público.
O problema também se estende aos moradores que vivem próximos à Paróquia Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, localizados ao lado da Ilha da Banana.

Lindinalva Figueiredo sempre morou em uma dessas casas e vivenciou todas as mudanças no local durante seus 79 anos de vida. O ambiente mudou drasticamente desde a sua infância, passando de um trecho de terra com córrego para uma área movimentada e com a água canalizada em estrutura coberta.
De acordo com ela, nem sempre o local foi utilizado para os moradores de rua que vivem na região, já que era ocupado por prédio comercial e casas.
“Eles [moradores de rua] começaram no morro. Depois, com a derrubada das casas, eles desceram para cá. Aí [o Poder Público] fechou, pôs esse material aí, está tudo arrebentado, eles chegam e arrebentam mesmo”, afirmou.
Lixo e entulho
Também era comum ver pessoas indo ao local de carro no período da noite para jogar lixo e entulho, apesar de ela ter percebido uma diminuição da prática.
No entanto, a moradora também comentou sobre a área queimada. “O que vocês estão vendo queimado, é porque eles pegam os fios e põem fogo, que é para tirar o cobre. Quando, às vezes, você está sentada, vem aquela fumaceira, né, que faz. Eles vêm queimar aí”, disse.
“Isso de dia mesmo, eles não estão nem aí. A polícia acho que já nem aguenta mais. Deus me perdoe, mas eles são uma verdadeira tortura. O que eles pegam, eles destroem mesmo”, completou.
Apesar disso, a moradora relatou à reportagem que não há costume de furtos e roubos, e nunca ocorreu em sua residência, mas ainda assim ela afirmou que nunca dá para “bobear”.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), responsável pela área, que afirmou apenas que é necessário um estudo arqueológico no local, conforme determinação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan), antes de ser realizada qualquer ação na Ilha da Banana.
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1 Comentário(s).
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| Rodrigo Santos 27.10.25 09h33 | ||||
| Acho esse IPHAN um órgão totalmente desnecessário nessas demandas, pois todas ações que precisam ser feitas em áreas do centro ou casarões antigos, é alegado que dependem deles para seguir e nada é feito como muito visto pelo centro. | ||||
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