A jovem de Cuiabá, Nathalia Aparecida Costa Camargo, de 25 anos, recorreu às redes sociais para tentar salvar a filha, Eloah Vitória, de 2 anos, que enfrenta um câncer metastático. Ela pede doações para bancar o único tratamento que tem surtido efeito e cujo custo é de cerca de R$ 1,5 milhão.

Eloah foi diagnosticada em março deste ano com neuroblastoma metastático na medula, grau 4, de alto risco. Em conversa com o MidiaNews, Nathalia contou que a primeira internação aconteceu em 23 de fevereiro, quando ainda não havia diagnóstico para a doença.
O neuroblastoma é um câncer infantil que nasce de células nervosas ainda imaturas e atinge, principalmente, bebês e crianças abaixo de 5 anos.
Geralmente começa nas glândulas suprarrenais, acima dos rins, mas também pode aparecer em outras áreas do sistema nervoso simpático, como abdômen, tórax, pescoço ou coluna.
Nathalia explicou que, durante os primeiros meses, o tratamento funcionou, mas o tumor voltou a crescer de forma rápida e agressiva.
Em 21 de outubro, a pequena Eloah foi internada no Hospital de Amor Infantojuvenil de Barretos (SP).
“A doença se espalhou por todo o abdômen, envolvendo nervos, veias e órgãos importantes como o pâncreas, o intestino e o rim esquerdo, que já está comprometido”, afirmou.
Para suportar a dor, Eloah precisou de altas doses de morfina contínua na veia, a cada hora.
Segundo Nathalia, a única esperança da filha é a imunoterapia com o medicamento Qarziba, nome comercial do betadinutuximabe, utilizado no tratamento da doença e que não é fornecido pelo SUS no caso da pequena Eloah.
“Cada ciclo do medicamento custa R$ 290.859,81, e são necessários inicialmente 5 ciclos, totalizando quase R$ 1,5 milhão. Parece impossível, eu sei, mas também sei que para Deus nada é impossível”, afirmou.
Segundo Nathalia, a filha já está fazendo o segundo ciclo de imunoterapia graças a um empréstimo que a família fez e às arrecadações conseguidas até o momento.

As células cancerígenas de Eloah têm uma mutação que acelera a multiplicação, o que reduz drasticamente a resposta aos quimioterápicos tradicionais. O tumor da pequena dobrou de tamanho e chegou a 12 centímetros em menos de um mês.
Sem orientação sobre alternativas, a família descobriu sozinha, pela internet, que a imunoterapia poderia oferecer melhores chances. Segundo ela, após o primeiro ciclo do novo medicamento, a filha começou a responder positivamente.
“Ela começou a melhorar e, ao longo do tratamento, do primeiro ciclo, só foi melhora, melhora, melhora, até os enfermeiros, os médicos que viram o estado que a minha filha estava, que acharam que ela não aguentaria, viram como ela estava, viram o milagre que Deus fez na vida dela em poucos dias, e ela tinha voltado a sorrir, tinha voltado a brincar, tinha voltado a se alimentar, tinha voltado a ser criança de novo”.
“Se você puder doar qualquer valor, por menor que pareça, saiba que ele pode fazer a diferença entre dor e alívio, entre espera e tratamento, entre medo e esperança”, pediu a mãe.
Para contribuir com qualquer valor, os interessados podem doar pelo PIX: PIX: [email protected] ou 070.127.501-46
Como tudo começou
Nathalia contou que os primeiros sintomas foram sutis: uma dor superficial na barriga e exames de rotina feitos no final de janeiro em perfeitas condições.
Em seguida veio a perda de apetite, transpiração na região da cabeça e pescoço e uma febre alta, de 38,5°C a 38,8°C, sem explicação.
Com a persistência da febre, que não cedia com medicação, os sintomas foram atribuídos a uma virose ou verme. Segundo Nathalia, o que chamou a atenção do pediatra foi o surgimento de uma anemia nos exames — algo impossível de aparecer de forma tão rápida entre um exame e outro.
“O pai dela foi usado por Deus, porque ele não aceitou que era só uma infecção. Ele sentiu que tinha alguma coisa errada, que não era só aquilo, que tinham coisas que os médicos não estavam vendo”, disse.
Foi após uma ultrassonografia que surgiu um nódulo de 5 centímetros no rim esquerdo e, depois, veio o diagnóstico.
“Desde que ela foi diagnosticada, o rim esquerdo já não funcionava porque a massa tumoral tomou conta do rim dela”, disse.
Entrave na Justiça
Nathalia explicou que a imunoterapia, considerada essencial no tratamento do neuroblastoma de alto risco, é fornecida pelo SUS apenas por meio de ação judicial e somente em casos de pacientes que chegam à fase de manutenção — etapa que vem após quimioterapias, cirurgia, transplante de medula óssea e confirmação de cura clínica do tumor.
Ela ressalta que essa lógica exclui justamente os pacientes que mais precisam. Isso porque a imunoterapia também é indicada para casos refratários — quando os tratamentos deixam de fazer efeito e a doença volta a evoluir — e para pacientes recidivados, quando o câncer retorna após a cura.
Mesmo assim, a medicação segue bloqueada com base na norma da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), que restringe a indicação apenas ao pós-transplante.
“O que vale mais? Uma norma ou a vida de uma criança? A única medicação que pode dar uma chance para minha filha continuar lutando é a imunoterapia, mas a Justiça não libera. Isso é um absurdo, uma vergonha”, desabafou.
Luto
Nathalia contou que, no dia seguinte à internação da filha, antes mesmo do diagnóstico, o marido morreu.
“Pra gente sempre foi tudo muito difícil, desde o início. Além da descoberta do câncer, a gente precisou viver um luto, que até hoje é muito difícil. Vai fazer dez meses que a gente descobriu a doença e a gente luta contra esse câncer”, disse.
Veja:
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
|
0 Comentário(s).
|