A Polícia Federal cumpriu nove mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão preventiva durante a operação “Raiz”, deflagrada na manhã de terça-feira (28), em Rondonópolis (230 km da Capital). Os mandados foram emitidos pela 1ª Vara Criminal do município.
Entre os presos está um policial militar, lotado no Corpo da Guarda da Penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis e outros três homens que já estavam cumprindo pena no presídio.
Neste momento, o policial está prestando depoimento. Ao final do interrogatório, ele deverá ser entregue ao Comando da PM, para que as providências cabíveis sejam tomadas.
O policial militar foi apontado, nas investigações, como um facilitador na entrada de drogas e telefones celulares na Penitenciária da Mata Grande, auxiliando na coordenação da quadrilha do lado de fora da cadeia.
A quadrilha, considerada a segunda maior de Mato Grosso, controlava a distribuição de entorpecentes na região sul do Estado, e objetivo da PF era desarticular o bando. Mais de 50 policiais federais participaram da operação.
Durante a operação, a PF apreendeu um revólver calibre 38, na casa de um familiar do policial militar preso; 300 gramas de entorpecentes (cocaína e maconha), encontradas dentro da Mata Grande e uma balança de precisão, que estava na residência de um dos presos, com 4,2 gramas de pasta base de cocaína.
Além disso, 600 kg de pescado irregular foram apreendidos em três freezers na residência do policial. Não há informações ainda sobre o tipo e tamanhos dos peixes apreendidos.
O pescado será encaminhado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
O inquérito que resultou na operação deflagrada hoje foi instaurado em maio de 2011. Durante quatro meses de investigação, foram feitas quatro apreensões de entorpecentes, totalizando mais de 297 kg de drogas, e nove pessoas foram presas.
Constatou-se também que, com a participação de agentes públicos, tornou-se comum a entrada de telefones celulares dentro do presídio, permitindo que os criminosos continuassem coordenando seus negócios a partir de suas celas, mesmo após condenados por crimes como homicídio, tráfico de drogas e de armas.
Os trabalhos de investigação se iniciaram após a apreensão de um tablete de maconha no telhado do presídio e de diversas apreensões nas celas, em blitz realizada pela Polícia Militar e agentes prisionais.
Além disso, a PF conseguiu identificar que 50 kg da droga apreendida em 18 de janeiro de 2011 no município de Itiquira (357 km ao Sul de Cuiabá) era destinada a um dos membros da quadrilha desarticulada hoje.
Na época, foram apreendidos 295 kg de pasta base de cocaína em um caminhão.
A Operação Raiz recebeu essa designação porque, nos levantamentos preliminares, os criminosos se referiam a um dos chefes da quadrilha apenas como o “Mandioca”.
A ação policial é um prolongamento da Operação Xadrez, deflagrada ano passado, contra o tráfico baseado na Cadeia de Itiquira e na própria penitenciária da Mata Grande.
De acordo com a PF, as investigações para interromper o envio de drogas e telefone à Mata Grande devem prosseguir após o encerramento dessa operação. Isso porque há um grande efeito nocivo à sociedade, uma vez que os criminosos estabelecem no presídio uma base de atuação no Sul do Mato Grosso e continuam a administrar sem interrupção seus negócios ilícitos.
Todos os presos serão indiciados por tráfico de drogas e associação para o tráfico, previstos na Lei nº 11.343 de 2006, com penas que variam de cinco a 15 anos de reclusão.
Alguns também vão responder por porte ilegal de arma de fogo. Nesse caso, a pena varia de dois a quatro anos de reclusão, conforme a Lei 10.826 de 2003, do Estatuto do Desarmamento.
Já o policial militar foi indiciado nos termos do artigo 34 da Lei nº 9605/1998, uma vez que o pescado foi encontrado em sua residência.
A pena para pesca ou comercialização de pescado irregular varia de detenção de um a três anos de reclusão e/ou multa. O período de piracema termina nesta terça-feira (28).
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1 Comentário(s).
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por justiça 29.02.12 12h08 |
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