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14.08.2012 | 08h30 Tamanho do texto A- A+

Greve da PF compromete fiscalização na fronteira MT-Bolívia

Falta de efetivo é uma das principais reclamações feitas pela categoria, que cruzou os braços

Divulgação

Agentes federais mobilizados na Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso: falta efetivo

Agentes federais mobilizados na Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso: falta efetivo

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A greve deflagrada pelos agentes da Polícia Federal, na última terça-feira (7), continua comprometendo a continuidade dos serviços prestados pelo órgão, como emissão de novos passaportes e a fiscalização feita pela PF nas regiões de fronteira.

Durante a greve, os aproximadamente 800 km de "fronteira seca" entre Mato Grosso e a Bolívia estão praticamente “livres” de vigias.

O presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Mato Grosso (Sinpef-MT), Erlon José de Souza, defendeu os grevistas e afirmou que, antes mesmo da paralisação dos serviços, já não havia uma fiscalização eficiente ocorrendo nesse limite, por falta de efetivo.

“Temos apenas 47 policiais para cuidar de toda a fronteira com a Bolívia, quando o ideal seria contarmos com 300 agentes federais para fazer a fiscalização de toda essa extensão”, disse.

Souza afirmou ao MidiaNews que, para que a PF tivesse uma atuação realmente eficaz em Mato Grosso, seria necessário um efetivo de 800 agentes federais, contra os 232 em atuação hoje no Estado, entre policiais, escrivães e papiloscopostas.

A falta de efetivo pode ser sentida também no Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, onde apenas um agente é responsável pelo posto da Polícia Federal, o que também é considerado inadequado pelo sindicato.

“Se acontecer qualquer coisa no aeroporto, é esse agente que tem que resolver. No posto da PF instalado no terminal, deveriam trabalhar, pelo menos, três agentes”, afirmou Souza.

Segundo o presidente do sindicato, o posto continua funcionando normalmente, a exemplo das operações-padrão que acontecem nos demais aeroportos do país, a fim de não prejudicar ainda mais a população e a segurança de quem precisa viajar pelo país.

Thiago Bergamasco/MidiaNews

Grevistas continuam mobilizados em frente à Sede da PF, na Capital

Serviços comprometidos


O serviço de emissão e entrega de passaportes está sendo mantido pela PF, mas só para aquelas pessoas cujo agendamento já tenha sido confirmado previamente.

As investigações em curso no órgão também deverão ser interrompidas, com os serviços se limitando à guarda de presos e plantões nas delegacias.

A previsão, segundo o presidente do Sinpef-MT, é de que a situação permaneça dessa forma, pelo menos, até quarta-feira (15), quando então o Governo Federal, por meio dos Ministérios do Planejamento e da Justiça, deverá se sentar com os representantes da Fenapef para uma tentativa de negociação.

Reivindicações

A falta de efetivo, uma das reclamações feitas pela categoria em todo o país, é uma realidade em todo o Estado, e não apenas nas fronteiras, segundo o presidente.

Os grevistas também pedem por melhores condições de trabalho, reestruturação de carreira e aumento salarial. Com o pedido feito pelos agentes, o piso salarial passaria dos atuais R$ 7,7 mil para R$ 12 mil, a partir do próximo ano.

A saída do diretor-geral da PF, delegado Leandro Daiello Coimbra, também está na lista de reivindicações apresentada pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) à União.

Adesão

De acordo com informações da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), aproximadamente 70% da corporação aderiram ao movimento de paralisação, e apenas 30% do efetivo foram mantidos para atender a casos emergenciais.

De um total de nove mil servidores, entre agentes federais, escrivães e papiloscopistas, cerca de seis mil cruzaram os braços na última semana.

Um levantamento feito pela Federação apontou que essa greve já é considerada a maior realizada pela Polícia Federal, com adesão de integrantes da corporação nos 26 estados e no Distrito Federal.
Em Mato Grosso, o início da greve foi marcado pela ocupação do prédio da Superintendência em Cuiabá, na Avenida do CPA, onde os agentes continuam mobilizados. Nas delegacias do interior, houve protestos e paralisação dos serviços.

Na última quarta-feira (8), os delegados da PF em Mato Grosso também paralisaram as atividades, por 24 horas, em apoio ao movimento grevista, mas já retomaram os serviços.

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barbara  15.08.12 11h01
Todo mundo fica falando que a pf nao esta satisfeita com o salario comparando a outras categorias . Mas ninguem para pra pensar do que todos eles tiveram que abrir mao para chegarem ate ali e muito menos a responsabilidade que estes profissionais tem nas maos ... É muito fácil criticar, mas qdo o governo precisa de uma investigaçao de qualidade , nao pensa 2X antes de solicitar os policiais .E sinceramente ,, nao me venham com essa de que o salario deles comparado com outros cargos esta de bom tamanho pq nao está . É um direito deles de fazer greve e lutar pelo o que eles acham certo , e isso nao é prejudicar o cidadao de bem mas é uma forma de chamar a atençao do governo para a categoria . Eu estudo a um bom tempo pra pf e só eu sei o quanto é dificil estar ali , intao nao julguem e nao fiquem falando o que nao conhecem .. SER POLICIAL FEDERAL vai alem de usar um uniforme preto ,E RESPONSABILIDADE
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Marcia  14.08.12 16h43
Até parece que a Polícia Federal cuida das fronteiras, com apenas uma delegacia na cidade de Cáceres, com no máximo 20 policiais, mal conseguem fazer o trabalho administrativo, quem realmente cuida das fronteiras é a Polícia Civil, a Polícia Militar e o GEFRON, sinceramente, R$7.750,00 reais inicial de salário, já está muito bem pago, agora se estão realmente pensando na Sociedade, que contratem mais servidores, ai sim. Pois é só vermos estas Operações Padrão, que a PF faz quando entra em greve, pois quando não estão de greve, não realizam quase nada. O povo fala mal, mas no Brasil quem trabalha mesmo com Segurança Pública é a Civil e a PM, fica atenta a isso antes de dá esse aumento abusivo para esse povo, Dilma.
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Milton Ap. Ribeiro de Oliveira  14.08.12 11h34
Usem outro discurso! dizer que a PF cuida da fronteira é mentira! Eles e a Força Nacional ficam somente no asfalto na BR, quem cuida das nossas fronteiras é o GEFRON a estes Policiais tiro o chapeu! São verdadeiros herois, que sem estrutura adequada, que expoe suas vidas em verdadeiros matagais, é preciso que a popoulação vá até a fronteira, mas vá lá no meio do mato onde estão os homens do GEFRON, a PF faz cortezia com o chapéu alheio. Cheios de dinheiro, estrutura, tinham que trabalhar dobrado.
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Paulo Sergio de Alcantara  14.08.12 10h59
Eu penso que, se é que os Policiais Federais querem realmente chamar a atenção do Governo Federal, eles deveriam cruzar os braços e abrir as portas das fronteiras, causando prejuizo para o Governo e não dificultar a vida da população que é realmente quem paga o salario, mal administrado, deles....
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PAULO SILVA  14.08.12 10h38
SÓ GENTE BOA, TÁ GANHANDO POUCO COITADOS, A RESPEITO QUE FALARAM SOBRE A PARALIZAÇÃO QUE VAI AFETAR A FISCALIZAÇÃO FEITA NAS REGIÕES DE FRONTEIRAS, PIADA...COM OU SEM GREVE AMIGOS VAI CONTINUAR A MESMA COISA...
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