LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Os delegados da Polícia Federal em Mato Grosso decidiram paralisar as atividades por 24 horas, a partir desta quarta-feira (8), em apoio à mobilização nacional da categoria, em greve desde terça-feira (7).
A decisão foi tomada ontem (7), durante assembleia-geral dos servidores da PF. Com isso, todas as investigações realizadas ficarão suspensas até que o Governo Federal apresente proposta de reposição salarial.
Com a greve da Polícia Federal deflagrada em todo o país, o serviço de emissão e entrega de passaportes foi um dos mais comprometidos.
Segundo a PF, a emissão do documento continuará sendo realizada apenas para aquelas pessoas cujo agendamento já esteja confirmado.
Além disso, o policiamento nas fronteiras do país e o trabalho de fiscalização nos aeroportos brasileiros, bem como a emissão da carteira do estrangeiro e liberação de produtos químicos, poderão ser comprometidos.
As investigações em curso no órgão também deverão ser interrompidas e os serviços deverão se limitar a guarda de presos e plantões nas delegacias.
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MidiaNews ligou para assessoria do Aeroporto Marechal Rondon para saber como os serviços foram afetados em Mato Grosso, mas ninguém atendeu às ligações.
AdesãoDe acordo com informações da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), aproximadamente 70% da corporação aderiram ao movimento de paralisação, e apenas 30% do efetivo foram mantidos para atender a casos emergenciais.
De um total de nove mil servidores, entre agentes federais, escrivães e papiloscopistas, cerca de seis mil cruzaram os braços ontem.
Um levantamento feito pela Federação apontou que essa greve já é considerada a maior realizada pela Polícia Federal, com adesão de integrantes da corporação nos 26 estados e no Distrito Federal.
Em Mato Grosso, o início da greve foi marcado pela ocupação do prédio da Superintendência em Cuiabá, na Avenida do CPA. Nas delegacias do interior, houve protestos e paralisação dos serviços.
ReivindicaçõesOs grevistas pedem reestruturação de carreira e aumento salarial, que eram consideradas como de nível médio e passou a ser reconhecida como de nível superior pelo governo federal.
Desta forma, o piso salarial passaria dos atuais R$ 7,7 mil para R$ 12 mil, a partir do ano que vem.
Eles pedem também pela contratação de novos policiais, melhores condições de trabalho e a saída do diretor-geral da PF, delegado Leandro Daiello Coimbra.