Um segundo laudo emitido pelo laboratório Forense Lab concluiu que o Jeep Compass conduzido pela médica Letícia Bortolini estava a mais de 118 km/h no momento do atropelamento do verdureiro Francisco Lúcio Maia.
O acidente ocorreu no dia 14 de abril, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. A médica voltava de uma festa com o marido.
O segundo laudo foi realizado após o Sindicato dos Peritos Oficiais Criminais de Mato Grosso (Sindpeco) apontar que o primeiro documento emitido pela empresa foi fruto de plágio.
O laboratório de pericia então, por conta própria, emitiu o estudo técnico realizado in loco (no local) para averiguar a velocidade do veículo.
O perito analisou quadros de um vídeo colhido pela Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran) em estabelecimentos do local, dias após o acidente.
Em um dos módulos do laudo, o perito explica que analisou o momento em que o veículo Jeep Compass ultrapassa uma árvore, até o da colisão do carro com o verdureiro.
“O tempo final é de 04:35,977 segundos e o tempo inicial é de 04:35,143 segundos, resultando na diferença de 0,834 segundos, ou seja, o veículo sinistrado na trajetória estudada de colisão, demandou 834 milissegundos para atingir o pedestre”.
Conforme o estudo, a médica teria percorrido 27,49 m em 834 milissegundos, o que, pela fórmula usada pelo perito, resultaria no total de 118 km/h. A velocidade máxima permitida na Avenida Miguel Sutil é de 60 km/h.
Outros laudos emitidos
O primeiro documento acerca da velocidade do Jeep Compass foi emitido pela Politec. Nele, OSperitos calcularam a velocidade por meio dos danos causados no carro.
No estudo, os peritos apontaram que a velocidade média de impacto era de aproximadamente 40km/h, e a velocidade do dano de 30 km/h. Este laudo, no entanto foi inconclusivo.
Após Aaemissão deste laudo, o delegado responsável pelo caso, Christian Cabral, pediu um novo relatório – de maneira independente - para a empresa Forense Lab, este realizado por meio de imagens colhidas no local.
O primeiro laudo do laboratório apontou que o carro da médica estava a mais de 95 km/h no momento do atropelamento. No entanto, dias depois, o Sinpeco apontou irregularidades no relatório.
Para finalizar o inquérito, a Deletran ainda aguarda a conclusão de um laudo pericial a ser elaborado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que também analisa imagens do momento do acidente para, dentre outras coisas, precisar a velocidade estimada do veículo envolvido na ocasião.
Dia do acidente
A médica Letícia Bortolini, de 37 anos, chegou a ser presa por conta do acidente.
A médica estava dirigindo o carro na companhia de seu esposo, também médico. Ambos teriam apresentado sinais de embriaguez, segundo a Polícia, o que não foi comprovado mediante exames.
A vítima foi atropelada quando terminava de atravessar a via e tentava subir seu carrinho de verduras na calçada no dia 14 de abril, um sábado.
O casal de médicos fugiu do local sem prestar socorro. Uma pessoa que presenciou o momento do acidente foi atrás do casal e viu o momento em que o carro entrou em um condomínio no bairro Jardim Itália.
A polícia foi acionada e a médica foi autuada por homicídio culposo no trânsito e omissão de socorro. Ela foi solta dias depois por decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT).
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4 Comentário(s).
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Luís Lima 16.06.18 13h38 | ||||
SINCERAMENTE QUEM PERDEU FOI SÓ O MORTO ISSO É BRASIL | ||||
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Paulo roberto 16.06.18 10h48 | ||||
O que se discute uma questão de aplicação das leis da física um objeto que percorre uma distância no período de tempo está a uma determinada velocidade... Agora aquele laudo dos peritos de que o carro estava 30 km por hora e quase arrancou a frente do veículo... Vamos aguardar e ver como fica o laudo definitivo. De qualquer forma 30 km por hora é inviável nem causaria o acidente... E aí vamos ver quem tem razão seu Sindicato dos peritos ou o delegado... | ||||
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Otaviano 15.06.18 22h22 | ||||
3 laudos ja, um a 30, outro a 90 e agora esse!! | ||||
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José Calos 15.06.18 18h30 | ||||
"ISTO É UMA VERGONHA..." | ||||
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