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EM BERÇÁRIO
01.02.2017 | 14h00 Tamanho do texto A- A+

“O que minha filha sofreu não foi provocado por outra criança”

Bebê de 11 meses sofreu as agressões em um berçário no interior do Estado

Montagem/MidiaNews

A Polícia Civil deve instaurar um inquérito para investigar as agressões

A Polícia Civil deve instaurar um inquérito para investigar as agressões

ÉRIKA OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

Os pais da bebê de 11 meses que foi agredida em um berçário particular nesta segunda-feira (30), em Rondonópolis (212 km de Cuiabá), estão questionando a versão da instituição de que os hematomas teriam sido provocados por outra criança de 2 anos de idade.

 

De acordo com o pai de K.S.O., José Cícero da Silva, o exame de corpo de delito realizado em sua filha levantou suspeitas sobre a origem das marcas de mordidas e arranhões deixadas nas costas, barriga e rosto da bebê.  

 

“As lesões que a minha filha sofreu não tinham como ter sido provocadas por uma criança de 2 anos. O exame do IML constatou isso e a delegada também achou muito estranho”, afirmou o pai.

 

Em entrevista ao MidiaNews, a mãe de K. contou que estava no trabalho quando recebeu uma ligação dos proprietários do berçário, solicitando sua presença na instituição.

 

Conforme Luzia da Silva, o caso aconteceu por volta das 15h14 da segunda-feira. Em estado de choque, ela ligou para o marido, que acionou a Polícia Militar e o Conselho Tutelar da cidade.

 

“Quando eu cheguei lá [no berçário], ela estava deitada em um tapete no chão toda machucada no rosto, na barriga e nas costas”, relatou.

As informações que eles estão divulgando estão entrando em contradição. Primeiro disseram que foi uma criança de 1 ano e 2 meses [que machucou a bebê] e agora estão dizendo que foi uma criança de 2 anos

 

Suposta contradição

 

A suspeita dos pais contra a instituição também se dá pelo fato de as funcionárias do berçário terem dito que K. havia sido agredida por outra criança quando a monitora se ausentara por cerca de cinco minutos do local onde as crianças estavam.

 

Já os exames do Instituto Médico Legal (IML), segundo o pai, constataram que as agressões teriam durado horas

 

“O médico do IML constatou que as lesões que a minha filha sofreu não eram tão recentes. Além disso, as escoriações, apesar de profundas, não tinham sangue. Ou seja, eles banharam ela, fizeram ela dormir para só depois nos comunicar”, disse José da Silva.

 

De acordo com José, a delegada Carla Cristina Peixoto, da Polícia Civil de Rondonópolis, que é responsável pelo caso, estuda também a omissão de socorro por parte dos proprietários do berçário.

 

“Ela [a delegada] questionou a proprietária da creche o porquê deles não encaminharem a minha filha para um hospital e só depois nos chamar. E as informações que eles estão divulgando estão entrando em contradição. Primeiro disseram que foi uma criança de 1 ano e 2 meses [que mahcuocu a bebê] e agora estão dizendo que foi uma criança de 2 anos”, relatou o pai.

 

Segundo José, após o incidente K. está apresentando um comportamento agressivo e não está se alimentando devido à gravidade dos machucados que sofreu na região da face.

 

A bebê, que ficou internada até o final da manhã da última terça-feira (31), deverá voltar ao hospital para tratar das dores e realizar novos exames.

 

“Ela não está bem, nós trouxemos ela para casa ontem e essa noite ninguém aqui em casa dormiu. O seio da face está muito machucado e dolorido, ela não aguenta colocar nada na boca, mal está mamando e chora o tempo todo”.

 

Ainda muito abalados com o que ocorreu, os pais de K. afirmaram que independente do resultado das investigações irão acionar a creche na Justiça, para que situação semelhante não ocorra com outro bebê.

 

“Nesse momento eu quero cuidar da saúde da minha filha. A minha esposa vai sair do trabalho para ficar com ela, porque a gente está com medo de colocar ela em algum lugar de novo”, disse.

 

“A delegada me deu um prazo de 30 dias para apontar um caminho nas investigações e depois disso eu vou procurar a Justiça, porque isso não pode voltar a acontecer nem com a minha filha nem com nenhuma criança”, completou.

 

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