Uma das áreas mais críticas do Centro histórico de Cuiabá, a região conhecida como Beco do Candeeiro recebeu, na manhã desta quinta-feira (13), a primeira Companhia de Polícia Militar (PM) de Cuiabá, que funcionará na Rua Sete de Setembro. O comando contará com um efetivo de 30 policiais militares que atuarão unicamente para reforçar a segurança no Centro.
O calçadão onde foi instalada a companhia foi palco do homicídio de três adolescentes em 1998, no crime que ficou conhecido como Chacina do Beco do Candeeiro, e que não foi solucionado até hoje. Atualmente, durante a noite, a região é frequentada por usuários de drogas e é ponto de prostituição. Durante o dia, cerca de 120 mil pessoas circulam pela região, que é essencialmente comercial.

"Essa é uma área de extrema importância para a nossa cidade e queremos que as pessoas que passam por aqui, um dos berços de Cuiabá, possam se sentir seguras"
“Essa é uma área de extrema importância para a nossa cidade e queremos que as pessoas que passam por aqui, um dos berços de Cuiabá, possam se sentir seguras. Essa será a primeira unidade de segurança no centro em 40 anos”, disse o secretário de Segurança do Estado, Alexandre Bustamante.
O prefeito Mauro Mendes (PSB) ressaltou a importância de resgatar o Centro Histórico, tanto com a revitalização dos prédios e casarões como provendo segurança à região. Segundo o prefeito, a segurança pública não é uma tarefa apenas do Governo do Estado. “Todos temos que colaborar para melhorar o lugar em que vivemos”, disse.
“Bastou um pequeno investimento para deslocar a PM para essa região, e fazer um pouco mais que a obrigação”, disse o deputado estadual Mauro Savi (PR), que intermediou a doação dos móveis que vão compor a unidade.
ParceriaA instalação da Companhia da Polícia Militar no Calçadão foi realizada por meio de uma Parceria Público Privada (PPP) entre os governos Estadual e Municipal e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
Tony Ribeiro/MidiaNews
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Cavalaria auxiliará na segurança do Centro
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A companhia contará com policiamento a pé, por bicicletas, motocicletas e também por meio da cavalaria da PM. O sistema de vigilância que será utilizado é o Koban, uma metodologia japonesa que implica em vigilância por turnos, que garantirá policiamento 24 horas por dia.
“Cada grupo de policiais tem uma área de atuação, onde ele vai promover a interação com os moradores e comerciantes locais, de modo que se tornem conhecidos pela comunidade”, explicou o Coordenador Estadual de Polícia Comunitária, Major Júlio Martins.
O presidente do Sindicato do Comércio de Tecidos e Confecções do Centro Histórico, Roberto Peron, destacou que a nova companhia traz benefícios, a partir de agora, não só aos comerciantes, mas principalmente às famílias que buscam o comércio daquela região diariamente para fazerem suas compras.
A dona de casa, Rita Bezerra Esteves, de 83 anos, a mais antiga moradora do Centro Histórico e que desde 1962 mora no mesmo endereço, na Rua 7 de Setembro, bem em frente à nova companhia de polícia. “Hoje eu ganhei na loteria. Eu rezava, fazia novena para que instalassem uma base da polícia aqui. Nunca tivemos isso antes aqui, estamos todos muito felizes”, disse.
Também participaram do evento a secretária de Cultura do Estado, Janete Riva, além dos secretários municipais José Roberto Stopa (Serviços Urbanos), Henrique de Souza (Segurança), Antônio Máximo (Meio Ambiente), Fábio Garcia (Governo), Antenor Figueiredo (Trânsito) e Zidiel Coutinho (adjunto de Meio-Ambiente).