Assembleia Sintep 24-06-2019

Os profissionais da Educação de Mato Grosso votaram por manter, por tempo indeterminado, a greve iniciada no dia 27 de maio. A decisão foi tomada em uma assembleia geral no início da tarde desta segunda-feira (24), na Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá.
Os servidores cobram o cumprimento da lei da dobra do poder de compra - aprovada em 2013, na gestão do ex-governador Silval Barbosa, e que dá direito a 7,69% a mais anualmente na remuneração durante 10 anos - e a Revisão Geral Anual (RGA).
Além disso, o movimento grevista ainda exige o retorno dos salários que foram descontados durante a paralisação, mais concursos públicos para a Educação e melhoria na infraestrutura das escolas.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Valdeir Pereira, afirmou que os servidores apresentaram alternativas para o cumprimento da lei da dobra. Entretanto, para ele o governador Mauro Mendes (DEM) "não tem interesse em fazer valer a lei".
“Nós estamos apontando os caminhos para que ele possa cumprir o que é estabelecido. O que não dá é uma lei estar em vigência e o Governo optar em não cumprir. Isso não tem ordenamento jurídico nacional”, afirmou.
"Pressão" do Governo
Questionado sobre a saída de mais da metade das escolas da greve, o sindicalista negou enfraquecimento do movimento e disse que os servidores que estão retornando às atividades continuam insatisfeitos com o Governo.
Levantamento do MidiaNews, divulgado nesta segunda-feira, mostra que 54,89% das 767 unidades escolares do Estado estão em atividades integral ou parcialmente. Já 45,11% das escolas estão, ainda, em greve.
“Muitos desistiram equivocadamente, porque entenderam que a pressão do Governo estava muito grande. As pessoas que retomaram as suas atividades não estão a favor do Governo. É porque tem um descontentamento com as ações do Governo em si”, disse.
“O Governo deveria estar preocupado em ler a constituição de Mato Grosso, que estabelece o artigo 245 [que destina 35% dos impostos recolhidos para a Educação], ao invés de ficar perdendo tempo contando quem é que está voltando [da greve]”, afirmou.
Alair Ribeiro/MidiaNews
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Valdeir Pereira
A assembleia geral ainda aprovou a participação na audiência de conciliação com o governador a pedido da desembargadora Maria Erotides Kneip, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
“Ela [a desembargadora] remete para a questão de reconciliação e nós aprovamos que iremos aguardar essa agenda do Tribunal de Justiça, juntamente com as mobilizações para avançar nas negociações políticas com o Governo”, completou.
Sem nova proposta
Em conversa com a imprensa, nesta segunda, o governador Mauro Mendes afirmou que não irá apresentar uma proposta de pagamento das exigências dos profissionais.
Ele disse estar aberto ao diálogo, porém que o Estado enfrenta “uma dura realidade financeira”. Ele teme prometer o reajuste e não conseguir cumprir.
“Nós estamos, em qualquer diálogo que formos convidados, dispostos a conversar. Mas entendemos que poderemos fazer qualquer tipo de alteração na nossa conduta quando o Estado recuperar o limite de 49% em gasto com pessoal”.
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9 Comentário(s).
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Roza Maria 25.06.19 10h45 | ||||
Vou trancar a entrada do prédio onde trabalho como forma de reivindicar aumento salarial!! | ||||
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fabio 25.06.19 10h23 | ||||
Professores viraram massa de manobra politica e não acordaram para vida ainda. Fazendo greve por 7,69% de aumento, oi? Isso não da 200,00 de ganha real sobre um salário de 5.000,00. Pelo amor de Deus acordem para vida. Esse reajuste não paga 1 caixa de remédio que o professor gasta quando se aposenta ou fica encostado. O Sindep tinha que criar um pouco de vergonha na cara e parar de fazer politicagem com essas greves. Temos centenas de professores encostados por Depressão, stress e doenças emocionais, professor trabalha em condições insalubres, sem respaldo jurídico, não tem qualidade de vida no trabalho. Além de tudo isso ainda tem que lutar contra essa politicagem existente dentro das escolas. PASSOU DA HORA DE ACABAR COM ESSA VERGONHA CHAMADA: SINTEP | ||||
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marcos 25.06.19 10h15 | ||||
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, SAUDADE DE PEDRO TAQUES??? KKKKKKKKK | ||||
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Irzair Ciro Corrêa 25.06.19 08h45 | ||||
O governo desrespeita a lei, marginaliza o professor jogando a opinião pública contra os servidores em geral. Descumpre uma lei que põe em xeque a dignidade de uma categoria em nome da sanidade das contas do Estado. Pergunto: até quando? Com a truculência do gestor professores comprometeeram seus já fraco orçamento por anos e olha que os educadores estão apenas exigindo que se cumpra a lei, nada mais. Imagino que qualquer Estado ou Nação que marginaliza seus educadores não vislumbra um futuro promissor no horizonte. | ||||
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MESSIAS 25.06.19 08h43 | ||||
GREVE DE QUE?? TÁ MAIS PARA TUMULTUAR DO QUE PARA LUTAR....OLHA AS BANDEIRAS..ENTRA NO PERFIL DO PRESIDENTE DO SINTEP....AI TIRAM AS PRÓPRIAS CONCLUSÕES....QUEREM MESMO É ATRAS MAIS O BRASIL, ISSO SIM... | ||||
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