Cuiabá, Terça-Feira, 21 de Outubro de 2025
ÁRVORE DA VIDA
13.08.2023 | 08h00 Tamanho do texto A- A+

Projeto estimula idosos para prevenir Alzheimer e demência

Ausência de estímulos cerebrais acelera o declínio cognitivo nas pessoas, diz gerontóloga

Reprodução

A gerontóloga Mônica Meirelles, idealizadora do projeto

A gerontóloga Mônica Meirelles, idealizadora do projeto

ANDRELINA BRAZ
DA REDAÇÃO

Uma boa memória e disposição física estão nos maiores objetivos daqueles que querem envelhecer com saúde. O projeto Memória Afiada, da especialista em gerontologia Mônica Meirelles, tenta reduzir o risco de declínio cognitivo, um problema comum aos idosos.

 

A estimulação cognitiva é como uma árvore no seu cérebro

Se não tratado, o declínio cognitivo pode se agravar e trazer danos irreversíveis ao indivíduo.     

 

Dois dos maiores exemplos de declínio cognitivo são a demência e o Alzheimer. 

 

“A estimulação cognitiva é como uma árvore no seu cérebro. À medida em que vamos envelhecendo, os ramos da árvore vão caindo. Esse é um processo normal do envelhecer, mas se você não estimular, mais ramos vão cair”, explica Mônica.   

 

De acordo com a gerontóloga, isso acontece devido à falta de estímulos cerebrais. Como consequência, as sinapses, ou seja os impulsos nervosos dos neurônios, vão atrofiando.   

 

Segundo Mônica, o processo de atrofiamento é semelhante ao do músculo corporal não exercitado. 

 

“Quando a gente está num processo de envelhecer, o que chamo de ganhar aniversários, o nosso corpo vai ficando diferente: a nossa pele vai ficando enrugada, o nosso cabelo vai ficando branco e os nossos órgãos vão envelhecendo também. E o cérebro é um órgão importante e que envelhece silenciosamente” afirma.  

 

Envelhecer não é sinônimo de tristeza, pelo contrário

Manifestação e tratamento 

 

Comum entre a população com mais de 60 anos, doenças neurológicas podem se expressar de diferentes formas no indivíduo diagnosticado.   

 

As variações vão desde perda de memória, falta de dimensão espacial e geográfica, falta de atenção, falta de foco e dificuldades em se expressar.  

 

“A doença de Alzheimer pode se manifestar através do comportamento, mas varia de acordo com a pessoa. Contudo o esquecimento não é o único sintoma do Alzheimer. Porque depende de qual região e habilidade do cérebro a doença está afetando”, explica Mônica.  

 

Atualmente, a demência e o Alzheimer são os declínios cognitivos mais comuns entre a população com mais de 60 anos. Todavia, a gerontóloga afirma que esta é apenas uma das possibilidades de manifestação de doenças neurológicas.    

 

A doença é incurável, mas os tratamentos preveem a retardação de manifestações no sistema neurológico.  

 

Pesquisas mostram que hábitos alimentares, qualidade do sono e prática de exercícios físicos são fatores essenciais para a diminuição do risco da doença. Segundo um estudo publicado em 2022 pela Universidade de São Paulo (USP), o consumo de alimentos ultraprocessados pode aumentar em até 30% o risco de declínios neurológicos.  

Reprodução

Memoria Afiada

Equipe Memória Afiada, que atua na melhora das condições de vida dos idosos

 

“Estudos falam que 20% é da sua genética, 80% é do seu estilo de vida. Então aquela ideia de você se aposentar e não querer saber mais de nada é totalmente equivocada.  Ansiedade, depressão e consumo frequente de medicamentos também estão relacionados à manifestação da doença”, afirma a especialista.   

 

Levando este cenário em consideração, a gentologa afirma que a aplicação de desafios neorológicos que podem ser boas aliadas na retardação da doença. 

 

“Nós tivemos três cases de sucesso [no Memória Afiada] que eu mandei para alguns médicos mostrando que esses alunos estavam com um pé para a demência, mas devido à estimulação cognitiva, eles retardaram o avanço” declara. 

 

Com mais de 60 alunos na clínica, a especialista afirma que a aplicação das técnicas presentes na metodologia do Memória Afiada visam exercitar as partes não comprometidas do cérebro, garantindo assim a qualidade de vida dos indivíduos e, consequentemente,  ajudando-os no processo de envelhecimento e aceitação da idade. 

 

“Existe um preconceito aqui no Brasil que envelhecimento é sinônimo de não servir mais pra nada. Mas envelhecer não é sinônimo de tristeza, pelo contrário. Significa que você ganhou sabedoria, que está mais maduro, que sabe tomar melhores decisões, que têm vivência e história de vida. E essas pessoas querem ser vistas e ouvidas” afirma Mônica.

 

 

O espaço Memória Afiada fica localizado no piso 1 do Shopping Goiabeiras. Para entrar em contato, basta acessar as redes sociais do Projeto (@memoriaafiada) ou conversar com a equipe por meio do telefone (65) 99914 5252. 

 

 







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