“Se tiverem culpa, eles vão pagar”, diz mãe de estudante afogado

A mãe do estudante de 14 anos que morreu afogado em uma cachoeira do Parque Véu de Noiva, em Chapada dos Guimarães, disse que cobrará a escola caso fique comprovado alguma culpa dos profissionais no acidente.

Em entrevista ao G1MT, Joceli Mara Rodrigues de Oliveira afirmou que os responsáveis pela excursão avisaram que o garoto tinha apenas sumido e não comentaram sobre a morte. Para a mãe do menor, a profissional mentiu para ela sobre o ocorrido.

“Por que ela [representante da escola] não me falou a verdade? Ela mentiu. Se ela tivesse falado ‘olha mãe, aconteceu isso, mas a gente já está tomando as providências’. Ela falou que ele tinha sumido, não que tinha morrido ali afogado”, afirmou.

"Deus é pai, não é padrastro. Se tiverem culpa, se empurram meu filho, eles vão pagar. A professora e a diretora. Meu filho saiu de casa andando, agora vai voltar num caixão", acrescentou.

Deus é pai, não é padrastro. Se tiverem culpa, se empurram meu filho, eles vão pagar. A professora e a diretora

Segundo a mãe, a ida à excursão foi um presente de aniversário para o filho. “No dia 1º foi aniversário dele. Ele falou: 'mãe, só me dá o passeio’. Aí eu falei: 'Você só pede coisa difícil’, mas daí assinei o papel e o meu marido deu o dinheiro para ele ir". 

O valor para o passeio foi de R$ 30, mas acabou custando a vida do garoto de 14 anos. 

"Se arrependimento matasse, eu estava morta primeiro, porque eu não ia deixar ele ir", afirmou.

Mais profissionais

A mãe alega que era preciso ter mais professores e gente para cuidar das crianças. "Se fosse 80 alunos, tinha que ter ido 100 professores. Crianças, para eles tudo é novidade".

"Eu esperava que eles viessem aqui dar todo apoio que eu precisava, porque meu filho não vai voltar mais", completou.

Tragédia em aula a campo

O aluno foi encontrado submerso, a 3 metros de profundidade, no complexo do Parque Véu de Noiva, em Chapada dos Guimarães (64 quilômetros de Cuiabá) na última segunda-feira.

O adolescente participava de uma excursão escolar. No final do dia, professores e funcionários notaram a ausência do aluno.

Os bombeiros e a polícia foram acionados e fizeram buscas no local. Depois de cinco horas, o garoto foi encontrado, já sem vida.  

Outro lado

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que as aulas foram suspensas por dois dias na  Escola Estadual Welson Mesquita de Oliveira, antigo colégio Pascoal Ramos, em memória do aluno.

De acordo com a Seduc, as atividades de aulas a campo foram realizadas seguindo protocolos específicos, que foram seguidos pelos profissionais da escola.

A reportagem tentou contato com a direção da E. E. Welson Mesquita de Oliveira, mas até o momento não obteve respostas. O espaço segue aberto para manifestação. 

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