O soldado brasileiro Jackson Aurélio Lourenço do Rosário, natural de Cáceres (220 km de Cuiabá) morreu em combate durante um bombardeio na guerra entre Ucrânia e Rússia, que ocorre desde fevereiro de 2022.
Jackson era conhecido como “Pantaneiro”, estava desaparecido desde o mês passado e teve a morte confirmada nesse sábado (13) pelos membros da unidade ucraniana com a qual ele combatia.
Jackson atuava na guerra como voluntário em prol da Ucrânia, mas, antes de se alistar, ele era soldado no Exército Brasileiro por Cáceres.
O Itamaraty disse que acompanha o caso. Ao g1, o soldado e colega de batalhão da vítima, Arisson Benevides contou que Jackson estava há pouco tempo no país e que, após passar por uma série de treinamentos, foi alocado em uma missão de extremo risco.
“Nos primeiros dias o Pantaneiro estava mandando mensagem normal, porque lá pega sinal. E depois de alguns dias a gente perdeu o contato com ele. Só ficávamos sabendo por intermédio dos ucranianos sobre ele”, disse.
Arisson contou ainda que, mesmo sem uma confirmação imediata, ele já temia o pior, já que durante semanas acompanhou a movimentação das tropas russas por mapas em tempo real e observava o avanço em direção à área onde Jackson estava alocado.
“Estava com medo de ele morrer porque vi no mapa que os russos tinham avançado mais de quatro quilômetros de onde estava a trincheira. Ali já era impossível ele estar vivo", explicou.
Segundo Arisson, com base nos registros de movimentação das tropas russas na região, a área onde Jackson estava foi intensamente bombardeada e evacuada, o que dificultou qualquer tentativa de resgate. Ele também destacou que a região onde atuavam, em Donetsk, foi praticamente perdida pelos ucranianos.
Guerra na Ucrânia
A guerra na Ucrânia começou no dia 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu o território ucraniano. A invasão, que começou com bombardeios constantes e rápido avanço de tropas russas, passou por um período de estagnação, uma contraofensiva das tropas da Ucrânia e ataques a infraestrutura energética. Desde então, a guerra tem sido marcada por bombardeios, destruição de cidades inteiras e sucessivas tentativas fracassadas de negociação entre os dois países.
De acordo com estimativas internacionais, centenas de milhares de pessoas já morreram desde o início da invasão em 2022, incluindo civis, militares e voluntários estrangeiros. Além disso, milhões de ucranianos foram forçados a deixar as próprias casas, gerando uma das maiores crises humanitárias da década na Europa. A guerra também agravou a instabilidade global, afetando mercados, cadeias de suprimentos e a segurança energética de vários países.
Diante do prolongamento do conflito, combatentes estrangeiros se alistaram para lutar ao lado das forças ucranianas, incluindo brasileiros que atuam em batalhões formados por voluntários internacionais.
Muitos desses soldados não possuem vínculo oficial com exércitos nacionais, o que torna o acompanhamento de suas mortes ou desaparecimentos mais difícil. Ainda assim, casos como o do mato-grossense conhecido como “Pantaneiro”, que morreu em combate, têm se tornado cada vez mais frequentes e trazem à tona os riscos enfrentados por estrangeiros na linha de frente.
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
0 Comentário(s).
|