Cuiabá, Sábado, 14 de Junho de 2025
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
07.01.2024 | 14h00 Tamanho do texto A- A+

"Sou a favor de que igrejas paguem impostos", diz líder evangélico

Presidente do Comec-MT, Daniel Alves falou ainda sobre fé, política e pautas progressistas

Giordano Tomaselli/MidiaNews

O pastor Daniel Alves, presidente do Comec-MT

O pastor Daniel Alves, presidente do Comec-MT

GIORDANO TOMASELLI
DA REDAÇÃO

O pastor Daniel Alves, da Igreja Batista Nacional Vinho Novo e presidente do Comec-MT (Conselho de Ministros Evangélicos do Estado de Mato Grosso), tem uma visão um tanto distinta da maioria dos colegas quando o assunto é a imunidade tributária das igrejas. Ao contrário da esmagadora maioria, ele é a favor de que as entidades religiosas paguem tributos.

 

"Eu sou um cara de uma visão um pouco diferente de 99% dos pastores. Tem muita coisa que eu sou a favor e que muitos pastores são contra. Por exemplo: eu sou a favor de igreja pagar imposto", afirmou em entrevista concedida ao MidiaNews.

 

"Se eu falar isso no meio de pastores, todo mundo me joga pedras. A gente quer alguns direitos, mas não quer ter algumas obrigações".

 

Daniel Alves também não tem um olhar otimista com o crescimento do número de fiéis evangélicos no Brasil. Isso porque, segundo ele, aumentou também o número de seguidores "não-praticantes".

 

“O evangélico teria que estar crescendo em número, mas também estar crescendo em influência. A sociedade deveria estar mudando, a política deveria estar mudando, o amor deveria estar aumentando e a gente quase não percebe isso”, afirma.

 

Na entrevista, o pastor fala ainda sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e fez uma avaliação do primeiro ano de Governo Lula.

 

Confira os principais trechos da entrevista:

 

MidiaNews –  No ano passado tivemos vários casos de violência que chocaram Mato Grosso, como a chacina de uma mãe e três filhas em Sorriso. Na opinião do senhor como religioso, o que leva uma pessoa a cometer um ato tão brutal?

 

Daniel Alves – Como pastor, eu quero dizer que estamos vivendo os últimos dias. A Bíblia diz que nos últimos dias o amor das pessoas se esfriaria, os relacionamentos seriam superficiais, as pessoas seriam mais egoístas e pensariam mais em si mesmas do que em outras.

 

Então, a degradação do pensamento, a degradação dos valores morais, éticos, que vêm de certa forma, socialmente se desfazendo ao longo dos anos, tem levado as pessoas a isso. Faz falta ter valores dentro de uma família, faz falta ter um padrão familiar.

 

Ao meu ver a tendência do índice de violência é aumentar a cada dia, não é diminuir. Justamente porque há essa falta de altruísmo e um avanço do egoísmo de cada pessoa.

 

Eu, particularmente, acho que a religião causa muita divisão. Mas a Bíblia não. A Bíblia é universal [...]

MidiaNews – O senhor acha que isso também pode ser reflexo da falta de Deus na vida das pessoas?

 

Daniel Alves – Olha, a gente não pode confundir Deus com religião e Bíblia com religião. Eu, particularmente, acho que a religião causa muita divisão. Mas a Bíblia não. A Bíblia é universal para o católico, para o evangélico, para muitas pessoas.

 

Agora, dizer que é uma falta de Deus... É mais falta da pessoa ter consciência de princípios, de valores, de conceitos que regem o ser humano. É lógico que se a pessoa tiver Deus no coração, ser uma pessoa que ora, que busca, que crê, que trabalha em prol não só de buscar a Deus, mas também de ajudar o próximo, a pessoa não faria o que foi feito, algo horroroso, absurdo.

 

MidiaNews –  Estamos vivendo atualmente diversos efeitos das mudanças climáticas. Como pastor, como que o senhor enxerga essas mudanças que vêm acontecendo no planeta?

 

Daniel Alves – Eu acredito que tudo é fruto de destruição humana. Tanto o ser humano, tanto essa mentalidade, essa maldade, esse instinto assassino, tudo isso é fruto do pecado.

 

Cada vez mais o ser humano tende a se autodestruir e destruir aquilo que está à sua volta. Isso é consequência de pecado.

 

Essa consequência de pecado é falta de Deus, é falta de valores, de princípios, morais e éticos, e também é falta de um pensamento altruísta. Então eu percebo que essas mudanças, não só climáticas, mas nós temos mudança de valores acontecendo no país.

 

Nós temos mudança. Vou dar um exemplo, principalmente da família. Hoje nós falamos de uma família tradicional, tem outros tipos de família.

 

Nós também temos mudanças nas religiões, temos mudanças políticas e sociais. Então tudo isso influencia na degradação não só do ser humano, mas do meio no qual ele convive.

 

MidiaNews –  Houve um crescimento muito grande do número de fiéis nas igrejas evangélicas nos últimos anos, muitos vindos do catolicismo. Ao que o senhor atribui essa mudança?

 

Daniel Alves – Temos duas coisas importantes para afirmar. Católico e evangélico são cristãos, né?

 

Segundo ponto, a Igreja Evangélica conseguiu crescer e trazer mais adeptos da Igreja Católica para ela devido à sua liturgia de cultos, estratégias de louvor, estratégias de evangelismo, estratégias de como se ministrar a palavra. Agora, quanto ao crescimento [em quantidade] da Igreja Evangélica, como pastor eu não acredito que isso foi bom.

 

Porque hoje o evangélico se tornou aquele católico não praticante, entende? Então assim, a Igreja Evangélica cresceu, é verdade, mas ela não fez a diferença.

 

A gente não vê a mudança política e social movida pelo segmento evangélico. Então ela cresceu, mas no meu ponto de vista ela não cresceu, ela inchou.

 

Ela inchou, mas ela não faz a diferença. Algumas outras religiões fazem, por exemplo, o espiritismo, que tem muita obra social e isso é fruto daquilo que ele crê.

 

O evangélico teria que estar crescendo em números, mas também estar crescendo em influência. A sociedade deveria estar mudando, a política deveria estar mudando, o amor deveria estar aumentando e a gente quase não percebe isso.

 

MidiaNews – Então o senhor acha também que nas igrejas evangélicas têm muito fiél não praticante?

 

Daniel Alves – Tem muito! Assim como o católico não praticante, tem muito não praticante na igreja evangélica hoje.

 

Diga-se de passagem, nós temos igrejas hoje que não cobram ou quase não falam de uma influência ou de uma mudança de caráter que as pessoas deveriam passar por ela. Então eu acredito que uma pessoa, para se dizer cristã, deveria passar por uma mudança de vida.

 

E isso não acontece entre os católicos e os evangélicos não praticantes. Acredito que só uma mudança genuína no caráter do ser humano, transformando-se num caráter cristão, que quer dizer um pequeno Cristo ou um seguidor de Cristo, consegue gerar uma mudança na sociedade.

 

Giordano Tomaselli/MidiaNews

Pastor Daniel ALves Comec

"Foi um fracasso [a gestão Bolsonaro]? Foi. Foi um fiasco? Foi. Foi uma decepção? Foi"

MidiaNews –  E na visão do senhor, as igrejas já captaram esse público não praticante e estão tentando mudar isso? Para engajar mais esses fiéis.

 

Daniel Alves – O cristianismo liberal esfriou as igrejas e isso fez com que as igrejas evangélicas enfraquecessem. Esse Evangelho liberal já chegou ao Brasil.

 

Hoje nós temos igrejas evangélicas que você pode frequentar e ninguém vai te cobrar nada. Você vai fazer o que você quiser, ir para onde você quiser, agir do jeito que você quiser e vai poder dizer: "Eu sou evangélico".

 

Acho que ainda não há nada efetivamente sendo feito para conter isso.

 

MidiaNews –  Na eleição passada, a maioria do público evangélico apoiou a candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas ele acabou não vencendo. Como viu a derrota dele?

 

Daniel Alves – Quando a gente fala de política e fala de Jair Bolsonaro, houve uma expectativa muito grande dos cristãos, católicos e evangélicos, em cima do homem Bolsonaro. Particularmente, como cidadão, eu vejo Bolsonaro como uma figura política muito importante, sem dúvida nenhuma. Mas eu entendo que política não se faz sozinho. Foi um fracasso [a gestão Bolsonaro]? Foi. Foi um fiasco? Foi. Foi uma decepção? Foi.

 

Principalmente porque Bolsonaro não conseguiu praticamente governar o país. Por quê? Porque ele não tinha maioria.

 

Então política se faz com acordos, política se faz com grupo e eu acredito que Bolsonaro deveria, por exemplo, ter atuado nas eleições municipais. Ele deveria ter vindo a Mato Grosso, ao Amazonas, deveria tentar eleger prefeitos.

 

Mas o que ele fez? Falou: "Não vou envolver com política de Estado". Acho que essa derrota do Bolsonaro se deve mais a ele mesmo pela falta de estratégia política do que propriamente ao Lula.

 

E não se trata de esquerda ou de direita. Trata-se de fazer um trabalho político, que é coisa que, na minha concepção, acho que ele falhou muito. Para o segmento cristão, foi realmente uma decepção.

  

MidiaNews –  O que o senhor avalia esse primeiro ano do governo atual?

 

Daniel Alves – É só olhar os números. Bolsonaro conseguiu enxugar a máquina, conseguiu ter lucro nas grandes empresas, conseguiu estabilizar a economia. Agora a gente vê esses números do atual governo muito distantes.

 

Agora, o atual cenário político e jurídico no Brasil é de instabilidade. Não sabemos o que vai acontecer, vemos um STF atropelando muitas coisas, um Senado às vezes se omitindo, às vezes tentando se opor. Então vejo uma instabilidade total.

 

Isso é ruim para a economia do país, isso é ruim para o brasileiro, isso é ruim para as empresas, isso é ruim para todo mundo. Porque hoje o investimento internacional tem a tendência de sair do país. 

 

Então é esperar e ver o que vai acontecer nesses próximos três anos. Mas a minha opinião é de uma instabilidade muito grande jurídica e financeira.

 

Ninguém sabe o que fazer e como fazer. Quem tem não quer se arriscar em fazer algo para esperar e ver o que vai dar.

 

Mas os números demonstram claramente o que é o governo de Lula e o que foi o governo de Bolsonaro. Ainda que eu ache que Bolsonaro estrategicamente, foi um péssimo político, e eu falei isso para ele pessoalmente, que suas estratégias políticas deveriam ser mudadas, o Lula consegue negociar melhor cargo, ministérios e acaba conseguindo aprovar coisas que são benefícios para o governo dele.

 

Mas, o que para o governo dele é bom, para o povo brasileiro não é, para a economia não é.

 

MidiaNews – Uma crítica que a gente vê algumas pessoas fazendo às igrejas cristãs são de quererem tentar impor suas crenças na política, nas leis, no Estado. Como o senhor enxerga essa crítica?

 

Daniel Alves – Na verdade, a gente está vendo uma inversão de valores. Uma minoria quer impor algo sobre a maioria e infelizmente essa minoria faz um barulho maior. De acordo com a legislação, pode fazer aborto no Brasil quando a mãe tem risco de vida e quando é estupro. Eu particularmente concordo com isso? Não. Porque cientificamente, na ciência, quando o óvulo é fecundado ali já existe vida. E se existe vida, sou contra.

 

Mas existe uma lei e eu, como cidadão do meu País, preciso cumprir essa lei. Se a mulher nessas ocasiões quer tirar o filho dela é um problema dela e eu como pastor vou respeitar a decisão dela porque no país é uma lei. Agora, cada um vai pagar pelos seus atos.

 

Então, o que a gente está vendo no país não é que o segmento cristão quer se contrapor à política ou quer invadir a política e fazer valer os seus direitos, não. Nós concordamos com o que a Bíblia diz, mas respeitamos a lei e a opinião dos outros.

 

Eu não sou obrigado a concordar, mas eu também não posso atacar. Aliás, você não me vai ver fazendo isso. Agora, quer fazer parada gay? Pode fazer, é direito deles. Só não pode querer que eu vá para lá fazer junto, porque eu não concordo com aquilo.

 

Agora, tem que respeitar os símbolos religiosos. Não vemos numa Marcha para Jesus pessoas pegando a bandeira deles e rasgando, colocando fogo, mas vemos eles pegando símbolos cristões, da igreja católica e debochando, desrespeitando.

 

o que aconteceu no nosso país é que com o Bolsonaro se polarizou demais esse negócio de esquerda e direita. Isso foi muito ruim

 

MidiaNews –  Então o senhor acha que na política os parlamentares cristãos querem somente defender suas posições e não retirarem direitos dos outros?

 

Daniel Alves – Vou dar um exemplo: querem liberar o aborto. Existem aqueles deputados que são a favor e aqueles que são contra. Vai vencer quem? Quem tiver maioria.

 

Venceu? Venceu. Nós, como cidadãos, somos obrigados a cumprir a lei. Agora, não somos a favor e vamos defender isso.

 

Agora, aprovada a lei, precisamos cumprir. É para isso que existe um Senado, é para isso que existe uma Câmara Federal e é para isso que existe um STF.

 

Então, o que aconteceu no nosso país é que com o Bolsonaro se polarizou demais esse negócio de esquerda e direita. Isso foi muito ruim. Antes se debatiam de temas de uma forma legal, mas depois polarizou demais.

 

O Brasil precisa fazer mais políticas públicas. As igrejas cristãs precisam se envolver mais com políticas públicas. Porque a igreja fica brigando lá no Senado, lá no STF, lá na Câmara dos Deputados, enquanto deveria estar fazendo políticas públicas na base, coisa que não tem feito.

 

MidiaNews - Setores do PT, partido do presidente Lula, defendem temas como legalização do aborto e da maconha. Teme que essas duas pautas, por exemplo, sejam aprovadas?

 

Daniel Alves – Eu não tenho temor de nada. Não vamos nem falar PT, vamos falar partidos de esquerda, né? Se nós pegarmos países que a droga foi liberada e legalizada você vai ver que o histórico é horrível, é pior.

 

Então, por que liberar? Por que legalizar? Como pastor eu não tenho temor de nada, até porque isso é bíblico e é final dos últimos tempos.

 

Se virar lei, nós como cidadãos vamos cumprir a lei, mas creio em um Deus que faz justiça e acredito também que o povo tem o governo que merece. A Bíblia diz isso.

 

Percebi também uma idolatria muito grande em cima do homem Bolsonaro. Teve cristão aí que me perguntava: "Você não vai lá pra porta do quartel?”. Eu falei: "Eu não, as urnas estão aí, já foi votado, a eleição já acabou, já perdeu". “Ah, mas roubaram”. Então prova. Não dá pra você ficar discutindo. 

 

MidiaNews –  O STF reconhece o casamento homoafetivo no Brasil, embora as igrejas não aceitem. Como o senhor se posiciona a esse respeito?

 

Daniel Alves – A Bíblia não reconhece, as igrejas cristãs não reconhecem. Eu, como pastor, não posso reconhecer, mas como cidadão brasileiro eu reconheço.

 

Na Igreja que eu pastoreio há dois casais homoafetivos. Eles entram no culto, assistem ao culto e vão embora para casa deles tranquilos, pois ninguém discrimina ou fala nada. As pessoas cumprimentam porque cada um tem o direito de fazer da sua vida o que quer.

 

Mas vamos supor que chegue um casal homoafetivo na minha igreja pedindo para fazer o casamento. Eu não faço. Porque, como pastor, não é isso que eu prego, não é isso que a Bíblia prega.  

 

Nós respeitamos a pessoa. Só não concordamos com a prática, assim como nós não concordamos com o assassino, com o homem que trai a esposa, com a mulher que trai o marido, com a pedofilia e com muita coisa. Eu, como pastor, estou ali para ensinar e não para exigir das pessoas mudança.

 

Quem muda o ser humano é o Espírito Santo. Se ele não fizer esse papel, ninguém mais vai conseguir fazer. Quem sou eu, Pastor Daniel, para exigir das pessoas algo? Jamais!

 

MidiaNews –  Então se chegar algum fiel homossexual na sua igreja, ele vai ser acolhido?

 

Daniel Alves – Sem dúvida nenhuma! Como disse, nós já temos. A homossexualidade biblicamente existe desde o tempo de Noé e se alastrou mais no Império Romano.

 

Eu tenho a obrigação de dizer para aquela pessoa: você está com uma conduta que biblicamente não é correta. Mas se ela quiser continuar fazendo, é uma decisão dela.

 

Agora, vou expulsar da igreja? Não. Então, eu acho que deveria haver um pouco mais de unidade. O que está faltando realmente é o amor e a tolerância.

 

Acredito que essa onda de extrema direita realmente criou um pouco de intolerância. Você não viu Bolsonaro perseguir, bater, matar como a esquerda falou, né? Mas infelizmente criou-se um estigma de perseguição.

 

Dentro da minha igreja e eu respondo pela minha e não pelas outras, não tenho isso. Todos são bem-vindos.

 

Acredito que essa onda de extrema direita realmente criou um pouco de intolerância

MidiaNews – Muitas pessoas criticam certas denominações neopentecostais, que se aproveitam da boa fé dos mais humildes para tirar dinheiro delas. O senhor reconhece que existem aproveitadores?

 

Daniel Alves – Nós precisamos lembrar que a Igreja Católica antigamente vendia indulgências para a salvação. Então essas coisas não vêm de hoje.

 

Existem denominações que pregam a Bíblia, tem umas que pregam meia Bíblia, umas que só falam no diabo, umas que você faz o que quer. Então, quanto à questão de se aproveitar da fé e manipular, eu concordo que existe.

 

Existem falsos líderes, falsos pastores, falsos profetas, falsos padres que se aproveitam da fé e da necessidade humana para tirar benefício próprio. Tem que existir, a Bíblia diz que eles precisam existir para que aqueles que são justos se manifestem.

 

MidiaNews –  Há pastores que fazem “milagres” em todos os cultos. Não lhe parece estranho?

 

Daniel Alves –  No Espiritismo tem milagre? Tem. Na Macumba tem milagre? Tem. Na Igreja Católica tem milagre? Tem. No Candomblé tem milagre? Tem. Na Igreja Evangélica também tem.

 

Então, na Igreja Evangélica, em algumas denominações existe um sensacionalismo em cima disso. Mas eu não tenho dúvida também que existem milagres que são verdadeiros e que de fato são reais na vida das pessoas.

 

Agora, o milagre é atribuído ao Pastor Daniel? Não, é atribuído à fé dela e a Deus. Existem os que fazem um sensacionalismo em cima disso, mas também existem os milagres verdadeiros, porque a Bíblia diz que tudo é possível ao que crê. Se tudo é possível ao que crê, é possível qualquer milagre.

 

MidiaNews –  O que o senhor pretende atuar nessa sua gestão no Comec? Vai haver Marcha para Jesus?

 

Daniel Alves –  Em 2023 nós não fizemos marcha. O Comec foi usado politicamente para fazer Marcha para Jesus e o foco do Comec não é organizar a Marcha para Jesus.

 

Decidimos não fazer porque ela se tornou um instrumento quase que político. Parece que a Marcha é um palanque pra políticos, como foi nos últimos anos.

 

No Comec queremos gerar ferramentas de crescimento para o pastor, não para a igreja. Capacitação, treinamento, adestramento e ferramentas para que o pastor possa ser bem sucedido primeiro emocionalmente, segundo familiarmente, terceiro financeiramente e quarto ministerialmente.

 

A gente quer fazer algo em prol da família pastoral, que hoje está acabando. Não vemos mais dentro da igreja pessoas que querem ser pastores, está acabando. Então queremos resgatar isso.

Parece que a Marcha é um palanque pra políticos, como foi nos últimos anos

 

MidiaNews –  Há muita divisão no Comec?

 

Daniel Alves –  Eu sou um cara de uma visão um pouco diferente de 99% dos pastores. Tem muita coisa que eu sou a favor e que muitos pastores são contra. Por exemplo: eu sou a favor de igreja pagar imposto.

 

Um banco não dá crédito para uma igreja, não financia uma obra para uma igreja, não libera um BNDES para uma igreja, porque a igreja não paga imposto. Então, se a igreja pagasse imposto, eu seria a favor, para ter um crédito.

 

Se eu falar isso no meio de pastores, todo mundo me joga pedras. A gente quer alguns direitos, mas não quer ter algumas obrigações.

 

MidiaNews –  E como que o senhor enxerga a atual bancada Federal e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso?

 

Daniel Alves – Hoje eu vejo a Assembleia Legislativa com uma bancada muito boa, talvez uma das melhores bancadas que nós já tivemos no nosso Estado. Uma bancada que na maioria apoia o governador e há de se reconhecer que houve um avanço muito grande no Estado.

 

A nossa bancada estadual apoia todo segmento agropecuário, apoia a ação social, temos a-primeira dama com trabalhos extraordinários. Então eu vejo que Mato Grosso cresceu muito e comparado a outros estados da federação, é o único estado que a crise não bate.

 

Na Câmara Federal, também temos uma boa bancada. Temos lá gente de esquerda e gente de direita, mas que de certa forma tem feito um bom trabalho, sendo muito atuante e perseverante ao representar o povo do estado.

 

MidiaNews –  O senhor acha que tem uma visão progressista?

 

Daniel Alves – Não, eu não vou te dizer que eu tenho uma visão progressista. Eu posso te dizer que a minha visão é baseada em valores morais e éticos, que me permitem avaliar o comportamento e as decisões das pessoas e ter um entendimento até que ponto eu posso ir e até onde eu não posso.

 

Então eu não vou entrar em questões que os meus valores não permitem, não vou discutir, não vou brigar, entende? Eu vou respeitar e vou por minha posição. 

 

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6 Comentário(s).

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Nascimento  08.01.24 15h47
Sobre curas, em muitos casos, passa pelo aspecto emocional da pessoa. Pessoas que não perdoam já cientificamente comprovando pode desenvolver doenças. A chave para muita curas passa pelo reposicionamento do emocional, análise da vida, dos fatos e reflexão, alimentos ingeridos. Levar a vida mais leve, parar de ver noticias ruins...tudo isto ajuda a ter uma qualidade melhor de vida. O nosso corpo dado pelo Criador, Deus de Abraao, possui prorpiedades de se autocurar.
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Graci Miranda   08.01.24 13h15
Será? Pastor na mordomia e vulneráveis só de guarda chuva? Igreja precisa pagar sim.
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Gildemar Lira Nazario  08.01.24 10h19
O nobre Pastor só se esquece que 95% das igrejas mal arrecada com os dizimos para pagar os seus compromissos, pois são igrejas pequenas e que vivem no limite, agora o Pastor que é de uma igreja forte e que remunera muito bem os seus pastores pode realmente dizer estas perolas,
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Adriana  08.01.24 10h12
Parabéns pela visão. Fazia muito tempo que eu não ouvia um pastor se posicionando tão bem quanto a sua colocação. Que os demais líderes Cristão possam reavaliar seus pensamentos e serem verdadeiros seguidores de Jesus Cristo. Deus lhe abençoe!!
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emerson jose  07.01.24 18h29
FIASCO. FRACASSO PASTOR ? QUE GOVERNO O SENHOR ANALISOU ? SOU A FAVOR DE IGREJAS PAGAREM IMPOSTO, ISSO CONCORDO MAS ATÉ O PRÓPIO PAPEL DO COMEC JUNTO AS IGREJAS PRECISA SER ANALISADO, QUEM VERDADEIRAMENTE REPRESENTAM
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