O vice-presidente do Cuiabá Cristiano Dresch considera desumana a forma como o atacante Vinicius Junior, do Real Madrid, tem sido tratado por parte de torcedores no Campeonato Espanhol.
“Esse caso (de racismo) vem se arrastando há um bom tempo, não começou agora. Chegou numa situação desumana para o jogador. Ele está passando por situações muito difíceis. O que está acontecendo com o Vinicius é algo, na minha opinião, triste e degradante para um ser humano. E já aconteceu com vários jogadores brasileiros”, destaca.
No último domingo (21), torcedores do Valência entoaram cantos racistas e se referiram ao jogador, que é negro, como macaco.
Segundo Dresch, a luta de Vini Jr contra o racismo é um dos motivos que tem feito o jogador se tornar o mais atacado da liga, mesmo havendo outros atletas negros participando dos jogos.
“Tem sido o mais atacado porque ele está enfrentando, não está ouvindo calado. É um menino de 22 anos e está tendo uma postura muito madura de levantar essa bandeira. O que ele está fazendo vai diminuir muito essa discriminação, mas não acredito que acabe”, pontuou.
O futebol brasileiro e o antirracismo
Dresch afirma que o futebol brasileiro, se comparado ao de outros países, não tem casos frequentes de racismo. Para ele, a liga espanhola e a direção do Real Madrid – time de Vinicius Junior – deveriam adotar a postura antirracista que é pregada pelo atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues.
“No Brasil a gente tem poucos casos, são raros. Tivemos uma vez no estádio do Grêmio em que o goleiro Aranha sofreu um caso. No Brasil, é algo que é bem combatido. A CBF tem um presidente negro que levanta essa bandeira (antirracista). Hoje, nos jogos da série A e série B, tem uma propaganda de não ao racismo. Existe um trabalho hoje bem efetivo do futebol brasileiro”, afirma.
Dresch conclui que o futebol tem o poder de tornar público alguns problemas sociais e que o racismo prejudica qualquer pessoa, não apenas o atleta. Ele também reconhece que a batalha de Vini Jr contra o racismo é um passo importante.
“O racismo prejudica qualquer pessoa, não só o atleta. O futebol tem essa função de tornar públicos alguns problemas sociais. Vinicius Junior está levantando uma bandeira que vai ser boa para deixar (o racismo) cada vez mais exposto e diminuir isso. As pessoas não vão deixar de ser (racistas), mas vão deixar de ter coragem de ofender”, conclui.
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